Estados Unidos Legalizando Perseguição a Igreja

Rev. Marcelo Lemos

Conta-se uma anedota a respeito de como seria possível cozinhar um sapo vivo. Quem tentar colocar a pequena criatura numa frigideira fervente não conseguirá muita coisa, exceto um sapo pulando desesperadamente pela cozinha. No entanto, se o cozinheiro colocar o sapo na frigideira ainda fria e for aumentando gradativamente a temperatura poderá conseguir cozinhar o sapo vivo. Não sei de ninguém que já tenha experimentado o método com sapos, mas sei que os liberais o usam com grande sucesso contra a Igreja.


Essa semana duas notícias chocantes foram divulgadas a respeito do que vem acontecendo as liberdades religiosas nos Estados Unidos. Duas grandes cidades americanas baixaram leis que, na prática, legalizam a perseguição contra pastores fieis aos preceitos da Religião Crista. Especificamente, estão legalizando a perseguição contra ministros e igrejas que não aceitam o casamento homossexual.

Conforme lemos agora a pouco no portal da Fox News, a cidade de Houton, no Texas - quarta maior cidade americana - aprovou uma lei que obriga os pastores a enviarem cópias de seus sermões para serem analisados pelo Governo - sempre que seus sermões fizerem algum tipo de referencia a prática do homossexualismo. A cidade é atualmente governada por Annise Parker, assumidamente lésbica. 

Essa mesma cidade já tentou aprovar uma lei que permita que banheiros fosse usados tanto por homens quanto por mulheres, com a desculpa de abolir qualquer tipo de discriminação. Agora, ao que parece, é a vez de os Cristãos conservadores serem perseguidos como inimigos do povo americano. Qual o motivo de querer examinar os sermões pregados? Ora, desde quando a Igreja depende que o Estado autorize o conteúdo de sua fé? O papel da Igreja é ser porta-voz de Cristo ou porta-voz do Governo?

Tony Perkins, presidente de uma entidade de defesa da família diz estar torcendo para que os pastores americanos se rebelem massivamente contra tais medidas do Governo. "Os pastores precisam se levantar e desafiar esta situação em todo o País. Eu gostaria de ver, literalmente, milhares de pastores começarem a desafiar as autoridades governamentais a ousarem entrar em suas igrejas e confiscar seus sermões!". Todd Starnes, articulista do portal Fox News, concorda: "Agora é a hora para os pastores e cristãos de fé tomarem uma posição. Temos de nos levantar e rejeitar essa desprezível ataque contra as liberdades religiosas. Não podemos permitir que os ministros sejam intimidados por capangas do Governo".

Mais isso não é tudo. Em outra reportagem somos informados que outra cidade americana, Idaho, ameça prender, literalmente, aqueles ministros que se recusarem a casar homossexuais. No texto da Lei se diz que as capelas que "recebem" para fazer casamentos estão obrigadas a prestarem tal serviço também para parceiros homossexuais. O grande problema é que praticamente todas as Igrejas cobram alguma taxa pela cerimônia, até porque alguém precisa arcar com os custos de tais eventos. Evidentemente, trata-se de uma lei "esperta", sorrateira, que veladamente impõe a vontade dos libertinos.

Tudo isso vem sendo imposto contra a Igreja de modo lento, gradativo, como na anedota do sapo cozido. Em Idaho, por exemplo, o governo impôs a mesma Lei contra os decoradores de casamentos e fotógrafos. Depois foi a vez dos padeiros, já que muitos se recusavam a cozinhar se o casamento fosse de parceiros homossexuais. O Estado obriga cada uma dessas pessoas a trabalharem, mesmo em situações que são contrárias a fé pessoal delas. Agora é a vez das Igrejas entrarem na mira.

Agora, se nos Estados Unidos, um país que sempre valorizou a liberdade da Igreja, a perseguição tem se tornado cada dia mais pesada, o que esperar de uma nação como a nossa? Infelizmente, muitos cristãos acham tolice lutar contra os projetos de leis que pretendem, supostamente, combater a "homofobia" no Brasil. Na prática o que os políticos pretendem é impor a homossexualidade como algo normal e desejável, e impedir que os cristãos continuem defendendo os valores bíblicos junto a sociedade.

Pastores e políticos cristãos que lutam contra tais leis acabam sendo vítimas de campanhas difamatórias, não apenas nos meios seculares, mas também em alguns meios cristãos. Tais cristãos podem ser bem intencionados, e buscarem um diálogo mais produtivo com a militância homossexual. Não é nossa intenção questionar a fé, ou mesmo a moralidade desses nossos irmãos. Contudo, cabe a nós alerta-los para o fato de que aqueles que desejam destruir a Cultura Cristã não estão abertos ao diálogo, ainda que possam se fingir de amigos, como na fábula do escorpião que precisa atravessar o rio nas costas de um... sapo!

Estamos, assim como nos dias da Igreja Primitiva, enfrentando um perigoso dilema: temos Cristo como nosso Senhor, ou servimos ao Estado? Os cristãos primitivos não foram jogados as feras porque acreditavam em Jesus. Os políticos não e importam se você é cristão ou budista. Mas eles se importam se você tem um Deus que não seja a vontade supostamente soberana do Governo. Os cristãos das catacumbas não fizeram nenhuma acordo com Cezar; será que os cristãos dessa geração irão fazer? 

Como se sabe, muitos cristãos estão sucumbindo a vontade do "deus" deste século. No entanto, Deus não tem abandonado a Igreja no mundo. Milhões de cristãos erguem voz contra o neopaganismo que nos rodeia, e uma das vozes mais poderosas contra tanta apostasia vem das Igrejas anglicanas. Na última reunião do GAFCON, da qual a Igreja Anglicana Reformada, e sua igreja mãe, a Free Church Of England, participaram, ouvimos o Arcebispo do Quênia afirmar:

"Nossa posição é muito clara. Como Igreja não temos outra posição além do ensino da Bíblia, de que o casamento é uma união indissolúvel entre um homem e uma mulher, para educar os filhos, para um alegre companheirismo e a benção da sociedade e da nação". 

Sabemos que a pressão está apenas começando, e que a perseguição possivelmente se tornará mais renhida. Peçamos a Deus forças, e poder espiritual para vencermos os ataques do Inimigo das nossas almas.