Uma avalanche de ataques ao conceito tradicional de familia, e à costumes baseados na moralidade judaico-cristã veio à tona recentemente no Brasil. Não é a primeira vez, e dificilmente será a última. Que empresas estejam engajadas nos ataques é coisa curiosa, levando em consideração que elas priorizam os lucros acima de qualquer coisa. Pela lógica do mercado, tudo que uma empresa não deseja é se colocar em maus lençois com o público consumidor.
Como explicar a ousadia de marcas como Banco Santander, Avon, Omo, dentre outras? Difícil explicar. Mas é bom refletirmos um pouco sobre o tema, especialmente agora que, passado algum tempo, os ânimos estão mais calmos.
Num dos casos mais virulentos, protagonizado pela Exposição Queermuseu e realizado por um centro cultural que leva o nome do Banco Santander, os realizadores simplesmente ignoraram o Código de Ética da própria instituição financeira. Disponível para consulta no site da mesma, em sua página 17 o documento traz algumas peguntas que deveriam ter sido respondidas pelos idealizadores da mostra. Algumas são no minimo interessantes:
- Minha decisão fere a reputação do banco com relação aos clientes?
- Será que se
essa decisão pudesse ser compatilhada na
mesa de almoço de domingo com família e amigos, eles aprovariam?
-
Será que
publicando esta decisão na primeira
página do jornal de uma cidade, esta manchete seria bem aceita?
Contrariando suas próprias diretrizes, o Banco Santander patrocionou o ataque a religião majoritaria, a moralidade, e a própria Constituiçao do Brasil. Justiça seja feita, houve retratação. Em sua página no Facebook a empresa disse que "algumas das obras da exposição Queermuseu desrespeitavam símbolos, crenças e pessoas, o que não está em linha com a nossa visão de mundo", e pede desculpas, sem no entanto abrir mão de seguir promovendo mudanças de valores - "seguimos comprometidos com a promoção do debate sobre diversidade e outros grandes temas contemporâneos".
Marcas, artistas e formadores de opinião talvez estejam avaliando errado o terreno onde pisam. Erros de avaliação parecem corriqueiros entre grupos políticos e teóricos que tentam impor leis contrárias as convicções do povo "comum", ou fomentar novos costumes. Em nome dos [supostos] anseios da populaçao, não poucas vezes se assustam com a reação contrária daqueles que imaginam representar. Naturalmente se mostram resentidos, e facilmente abraçam algum tipo de discurso vitimizador.
Por outro lado, é possível ver nisso um trabalho de formiga. A propaganda sempre foi a alma do negócio, como todo bom empreendedor sabe. Políticos e ideólogos reconhecem essa máxima, consequentemente usam e abusam da propaganda para alcançarem e manterem-se no poder. Um pouco de ideologia aqui e ali, e a sociedade vai se abrindo pouco a pouco à chegada de novos valores.
Difícil prever os próximos passos dessa luta entre a Cidade de Deus e a Cidade dos Homens. Boicotes, apelos ao poder público e coisas do tipo não darão resultados seguros, pelo menos, não a longo prazo. A classe artística, bem como a grande mídia, continuarão com sua propaganda, difundindo a ideia de que o escândalo se deve não a afronta em si, mas por vivermos em uma sociedade iletrada, sem cultura e retrógada. A despeito deles próprios censurarem e boicotarem tudo e todos que não seguem sua agenda, continuarão a tomar os protestos, de hoje e de amanhã, como Inquisiçao e Censura.
Ademais, o péssimo testemunho por parte de muitos cristãos facilita o trabalho dos infiéis. Se em nossa santidade de vida colocássemos a mesma energia que colocamos em boicotes e em apelos ao Poder Público, não seria bem melhor e mais cristão? Enquanto a Igreja Primitiva enfretou as feras do Coliseu por meio da santidade, da oração, da Palavra e dos Sacramentos, hoje esperamos que políticos, advogados e legisladores nos salvem.
Mas é possível dizer o que não virá. Ao longo da História, já aconteceu da Igreja precisar esconder-se, refugiada em catatumbas, casas secretas e esgotos. Mas ela jamais foi destruída. "Sobre esta pedra edificarei a minha Igreja", disse Jesus, "e as portas do Hades jamais prevalecerão contra ela" (S. Mateus 16, 18). A Igreja não será destruida. O Império Romano, a Russia Comunista, a China Vermelha, a Cuba Castrista, o Secularismo e tantos outros até tentaram.
Ainda que em meio aos mais terríveis revezes, a chama do Evangelho não se extinguirá. Leve o tempo que for preciso, toda a Terra se encherá do conhecimento do Senhor "como as águas cobrem o mar" (Habacuque 2, 14). A batalha pelas almas dos homens não será perdida.
Como escreveu Spurgeon, o príncipe dos pregadores, comparado aos Céus, o Inferno será como um lugar deserto. Sim, ele será derrotado até mesmo em sua intenção de destruir a Humanidade pela qual o Cristo morreu.
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