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Teologia Vocacional

Ser um Obrero Aprovado

“Procura apresentar-te a Deus, aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.”

2 Timóteo 2:15

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VOCÊ SABIA?

Os recursos que você investe em sua formação teologia e ministerial na Academia de Liderança da NAMS é integralmente revertido para a obra missionária no Brasil e na Ásia. Atualmente temos um posto avançado de plantadores de Igrejas no Brasil e apoiamos a formação de cerca de 200 obreiros em países da Ásia em regiões de maioria muçulmana. Você é parte dessa missão!

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REVISTA BÁCULO

Com mais de 5 anos de existência, a Revista Báculo já é um marco importante da mídia evangélica no Brasil. Todos os meses, nossa revista proporciona ao leitor artigos, estudos, entrevistas e análises relevantes para a vida cristã e para o ministério. Aqui no site você tem acesso a todas as edições já publicadas.

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FORMAÇÃO MINISTERIAL

Ao estudar com a gente você apoia a obra missionária no Brasil e na Ásia e conta com um conteúdo de primeira qualidade! E você pode escolher quais módulos se encaixam melhor em sua formação teológica e ministerial. Além disso, ao completar os créditos educativos necessários você adquire o Diploma de Bacharel em Teologia chancelado pela New Anglican Missionary Society (NAMS)

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DISCERNIMENTO VOCACIONAL

Nós ajudamos você a descobrir o chamado de Deus para a sua vida. E mais do que isso, te ajudamos a discernir como o chamado de Deus para o seu Ministério pessoal se conecta com o contextual atual da Igreja no mundo. Mais do que nunca, precisamos de pessoas comprometidas com o Evangelho denuíno no Brasil e no mundo. Seja parte da mudança.

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RESIDÊNCIA MISSIONÁRIA

Nossa escola é chancelada pela New Anglican Missionary Society(NAMS), sediada na Carolina do Sul (EUA). Apoiamos a NAMS em suas iniciatias missionárias ao redor do mundo, como é o caso da Residência Missionária, um projeto ousado que possibilita estar a serviço da Igreja de Cristo em diversos locais do mundo.

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TEOLOGIA VOCACIONAL

A Vocação Cristã não se limita aos dons ministeriais ou ao Ministério Ordenado. Na verdade, uma das grandes contribuições de Lutero para a teologia cristã foi uma visão bíblica da vocação, na qual cada pessoa, cada profissão e cada ato da Igreja no mundo é parte da missão do Deus Trinitariano na História. Esse curso irá transformar sua visão da vida e da vocação cristãs.

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quinta-feira

Quem tem medo de Liturgia?


Rev. Marcelo Lemos

Recentemente o Reverendíssimo Bispo John Fenwich, primaz da nossa querida Free Church Of England, esteve em visita a Índia, onde comungou com irmãos da Mar Thoma Church ( Mar Thoma Syrian Church Of Malabar) , uma denominação que segue uma das tradições mais antigas do mundo -  possivelmente fundada por S. Tiago, irmão do Senhor. Algumas reflexões podem ser feitas a partir dessa notícia.

A visita do bispo primaz aos irmãos desta tão antiga tradição do Cristianismo, com suas vestes, costumes e liturgia (a "Liturgia de São Tiago") bem diferentes do que estamos acostumados, nos faz refletir sobre o quão diferentes nós mesmos somos da maioria de nossos irmãos de tradição evangélica. Quão estranhos nos sentiríamos no meio daqueles irmãos? Difícil saber, mas seria simplesmente maravilhoso compartilhar experiencias, não é mesmo?


Agora, seja na milenar "Liturgia de São Tiago", seja na liturgia anglicana do "Livro de Oração Comum", encontramos alguns objetivos muito familiares. E se você aceitar o convide de visitar uma das nossas comunidades pelo Brasil é interessante estar preparado para o que lhe aguarda. Portanto, aqui vão alguns esclarecimentos a respeito do que fazemos em nossos cultos. 

Seja bem-vindo!

1. Oração Comum.

Orar na Igreja é uma prática absolutamente natural, e para algumas pessoas é o único momento em que o fazem. Mas nem sempre essa oração é "em comum". Na maioria das denominações mais modernas as orações são supostamente espontâneas, já que não são decoradas ou escritas em um papel. Além disso, normalmente muitos evangélicos sequer gostam de orar o "Pai Nosso", por considerá-lo uma "reza". No máximo o tomam como um "modelo" do que seria uma oração perfeita.

Algo que você irá notar rapidamente ao visitar uma comunidade anglicana é que, sim, nós temos uma oração em comum! Até mesmo o nosso manual de liturgia diz isso em seu nome: Livro de Oração Comum!

Claro, nós também oramos espontaneamente, contudo, boa parte de nossa oração se dá "em comum". Que significa isso? Significa que todos os membros da congregação oram a mesma coisa, com as mesmas palavras, com a mesma intenção. A "Oração do Senhor" é para nós não apenas um modelo de oração perfeita, mas um tesouro espiritual que jamais pode ser abandonado; Cristo ordena "dizei".

"Quando orardes dizei: "Pai nosso que estás no céus..." (S. Lucas 11.2).

2. Leituras (e Lecionário).

Você gosta de leituras bíblicas? Se a resposta for não, melhor pensar duas vezes antes de aceitar o convite de um anglicano!

O culto anglicano é, sabidamente, extremamente baseado nas Escrituras. Das primeiras as ultimas palavras proferidas no 'rito' a Igreja escuta, ora, lê e proclama a Palavra de Deus. E há um momento do culto anglicano dedicado exclusivamente para a Palavra de Deus, são as chamadas leituras.

A leitura da Palavra de Deus é tão importante no culto anglicano que nós temos até a figura do Leitor. Essa é a pessoa responsável por ler-recitar a pura palavra de Deus aos nossos ouvidos. Em alguns casos são necessários dois leitores: um para ler uma passagem do Antigo Testamento, e outro para ler uma passagem das Epístolas. E temos ainda a Proclamação do Evangelho, momento no qual um capitulo ou seção inteira de algum Evangelho é proclamado para a Igreja reunida. 

Com todo respeito, se o leitor é um daqueles evangélicos que ficam cansados quando o pregador resolve ler mais do que cinco versículos antes da pregação, certamente irá odiar um culto anglicano, porque o que mais gostamos de fazer é escutar a  Palavra de Deus. Aliás, pode ser que a pregação não dure mais do que 15 ou 20 minutos, mas quase todo o culto é composto de ler e escutar as Escrituras. E não gostamos de quem dorme no culto (risos), portanto, prepare-se!

Por falar em leitura da Bíblia, vale lembrar que nos primeiros anos da Igreja não existia Novo Testamento impresso. Os apóstolos e seus imediatos escreviam, e cópias eram enviadas para as Igrejas, onde um leitor fazia a leitura diante de toda a congregação. Por isso o Livro de Apocalipse nos diz:

"Bem-aventurado aquele que , e os que ouvem as palavras desta profecia..." (Apocalipse 1.3).

3. Silêncio...

Já ouviu aquele pregador famoso que fala que "crente que não faz barulho tá com defeito de fabricação"? Pois é, os anglicanos, e muitas outras igrejas litúrgicas preferem dizer que o "crente pode ouvir Deus no silêncio". Provavelmente, amigo leitor, o ministro responsável pelo nosso culto te convidará à um breve tempo de reflexão, que pode durar apenas alguns segundos, ou talvez alguns minutos.

Orar em "silêncio", apenas Deus e sua voz interior, é surpreendentemente desafiador. Só quando tentamos fazê-lo nos damos conta de quanto "ruído" existe em nossa mente, e quão fácil é estarmos na Igreja apenas de "corpo presente" (ou seja, com a mente em outro lugar). Por isso, apesar de desafiante, e no inicio estranho,  essa oração silenciosa ocupa, desde os primórdios do cristianismo, um lugar precioso na Liturgia Cristã.

Até mesmo na Liturgia celestial, registrada no Livro do Apocalipse, se diz que "fez-se silêncio no céu por quase meia hora" (Apoc. 8.1).

Confissão de Pecados.

Todos temos pecados, mesmo o cristão mais dedicado ao Senhor. Por isso precisamos nos confessar, seja a quem temos ofendido, seja a um mentor espiritual, ou em comunidade. Confessamos uns aos outros, e auxiliamos uns aos outros. Não estranhe, portanto, quando o ministro anglicano pedir que você fique de joelhos e confesse seus pecados.

Assustado? Não se preocupe, a confissão é individual e interior, normalmente em oração silenciosa. Mas, caso queira, pode chamar o ministro em particular para uma confissão particular. O importante é confessar diretamente a Deus as nossas faltas, e assim obtermos o perdão garantido por Cristo em sua Palavra (I João 1.8-9).

"Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por eficácia, a súplica dos justos" (Tiago 5.16).

Confissão de Fé.

A fé cristã não é, meramente, um sentimento positivo a respeito de Deus, da Trindade, ou mesmo de Cristo. A fé cristã está baseada em alguns fatos históricos claramente definidos nas Escrituras. Por exemplo, o Nascimento Virginal e a Ressurreição de Cristo - você pode saber mais sobre a Ressurreição do Senhor AQUI. Por isso os cristãos, desde os tempos bíblicos, confessam sua fé, dando testemunho dos fatos históricos a respeito da Salvação.

É justamente pelo conteúdo da confissão de fé de uma pessoa, ou de uma comunidade de fé, que podemos identificar quem verdadeiramente é cristão. Se alguém nega alguma doutrina central do Cristianismo não pode ser considerado cristão. De modo que quando visitar uma de nossas comunidades você será, inevitavelmente, convidado a confessar a fé da Igreja, ora citando o Credo dos Apóstolos, ora o Credo Niceno. Se não puderes fazê-lo o receberemos como amigo, mas não como nosso irmão.

"Porque já muitos enganadores entraram no mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em carne. Este tal é o enganador e anticristo" (II João 1.7)

"Nisto conheceis o Espírito de Deus: todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus" (I João 4.2).

Eucaristia. 

A Eucaristia, ou Ceia do Senhor é o ápice do culto cristão. Entendemos que a cada Domingo, o Corpo e o Sangue de Cristo deveriam estar presentes em nossa adoração, mas não existe tal obrigatoriedade, e nem todas as nossas comunidades seguem este costume. Vamos torcer para que o Domingo de sua visita seja justamente um culto Eucarístico!

Também não existe uma regra muito fixa para esta celebração. Terá pão e terá vinho. Haverá as palavras de Ação de Graças pelos elementos. Mas você também verá certa liberdade no modo como as coisas são feitas. Em algumas comunidades você entrará numa fila, na qual o pão e o vinho são servidos. Em outras, os ministros levam os elementos até as pessoas. Em algumas, o pão e o vinho são tomados separadamente, e em outras você poderá molhar o pão no cálice de vinho para depois comer.

Cada um desses modos de celebração é rico em significado, e nenhum é imposto sobre outro. As comunidades, sob a orientação de seus ministros, escolhe o que lhes é mais apropriado. Mas saiba: a Ceia do Senhor sempre o estará esperando  numa comunidade anglicana! Afinal, ela é alimento para a nossa alma!

"Porque a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebida" (S. João 6.55).

"Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memoria de mim" (I Coríntios 11.25).

Afortunadamente, este artigo não pode substituir a experiência de vivenciar em primeira mão a espiritualidade litúrgica de nossa tradição. Esperamos, contudo, que seja capaz de despertar um real interesse. Se assim for, aceite nosso convite, e venha celebrar Jesus juntamente conosco! Talvez lhe causemos algum estranhamento inicialmente, mas você verá que somos apenas, e nada mais, que um ramo da imensa família de Cristo. 

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Nossa escola é chancelada pela New Anglican Missionary Society(NAMS), sediada na Carolina do Sul (EUA). Apoiamos a NAMS em suas iniciatias missionárias ao redor do mundo, como é o caso da Residência Missionária, um projeto ousado que possibilita estar a serviço da Igreja de Cristo em diversos locais do mundo.

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A Vocação Cristã não se limita aos dons ministeriais ou ao Ministério Ordenado. Na verdade, uma das grandes contribuições de Lutero para a teologia cristã foi uma visão bíblica da vocação, na qual cada pessoa, cada profissão e cada ato da Igreja no mundo é parte da missão do Deus Trinitariano na História. Esse curso irá transformar sua visão da vida e da vocação cristãs.

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Quem tem medo de Liturgia?


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Recentemente o Reverendíssimo Bispo John Fenwich, primaz da nossa querida Free Church Of England, esteve em visita a Índia, onde comungou com irmãos da Mar Thoma Church ( Mar Thoma Syrian Church Of Malabar) , uma denominação que segue uma das tradições mais antigas do mundo -  possivelmente fundada por S. Tiago, irmão do Senhor. Algumas reflexões podem ser feitas a partir dessa notícia.

A visita do bispo primaz aos irmãos desta tão antiga tradição do Cristianismo, com suas vestes, costumes e liturgia (a "Liturgia de São Tiago") bem diferentes do que estamos acostumados, nos faz refletir sobre o quão diferentes nós mesmos somos da maioria de nossos irmãos de tradição evangélica. Quão estranhos nos sentiríamos no meio daqueles irmãos? Difícil saber, mas seria simplesmente maravilhoso compartilhar experiencias, não é mesmo?


Agora, seja na milenar "Liturgia de São Tiago", seja na liturgia anglicana do "Livro de Oração Comum", encontramos alguns objetivos muito familiares. E se você aceitar o convide de visitar uma das nossas comunidades pelo Brasil é interessante estar preparado para o que lhe aguarda. Portanto, aqui vão alguns esclarecimentos a respeito do que fazemos em nossos cultos. 

Seja bem-vindo!

1. Oração Comum.

Orar na Igreja é uma prática absolutamente natural, e para algumas pessoas é o único momento em que o fazem. Mas nem sempre essa oração é "em comum". Na maioria das denominações mais modernas as orações são supostamente espontâneas, já que não são decoradas ou escritas em um papel. Além disso, normalmente muitos evangélicos sequer gostam de orar o "Pai Nosso", por considerá-lo uma "reza". No máximo o tomam como um "modelo" do que seria uma oração perfeita.

Algo que você irá notar rapidamente ao visitar uma comunidade anglicana é que, sim, nós temos uma oração em comum! Até mesmo o nosso manual de liturgia diz isso em seu nome: Livro de Oração Comum!

Claro, nós também oramos espontaneamente, contudo, boa parte de nossa oração se dá "em comum". Que significa isso? Significa que todos os membros da congregação oram a mesma coisa, com as mesmas palavras, com a mesma intenção. A "Oração do Senhor" é para nós não apenas um modelo de oração perfeita, mas um tesouro espiritual que jamais pode ser abandonado; Cristo ordena "dizei".

"Quando orardes dizei: "Pai nosso que estás no céus..." (S. Lucas 11.2).

2. Leituras (e Lecionário).

Você gosta de leituras bíblicas? Se a resposta for não, melhor pensar duas vezes antes de aceitar o convite de um anglicano!

O culto anglicano é, sabidamente, extremamente baseado nas Escrituras. Das primeiras as ultimas palavras proferidas no 'rito' a Igreja escuta, ora, lê e proclama a Palavra de Deus. E há um momento do culto anglicano dedicado exclusivamente para a Palavra de Deus, são as chamadas leituras.

A leitura da Palavra de Deus é tão importante no culto anglicano que nós temos até a figura do Leitor. Essa é a pessoa responsável por ler-recitar a pura palavra de Deus aos nossos ouvidos. Em alguns casos são necessários dois leitores: um para ler uma passagem do Antigo Testamento, e outro para ler uma passagem das Epístolas. E temos ainda a Proclamação do Evangelho, momento no qual um capitulo ou seção inteira de algum Evangelho é proclamado para a Igreja reunida. 

Com todo respeito, se o leitor é um daqueles evangélicos que ficam cansados quando o pregador resolve ler mais do que cinco versículos antes da pregação, certamente irá odiar um culto anglicano, porque o que mais gostamos de fazer é escutar a  Palavra de Deus. Aliás, pode ser que a pregação não dure mais do que 15 ou 20 minutos, mas quase todo o culto é composto de ler e escutar as Escrituras. E não gostamos de quem dorme no culto (risos), portanto, prepare-se!

Por falar em leitura da Bíblia, vale lembrar que nos primeiros anos da Igreja não existia Novo Testamento impresso. Os apóstolos e seus imediatos escreviam, e cópias eram enviadas para as Igrejas, onde um leitor fazia a leitura diante de toda a congregação. Por isso o Livro de Apocalipse nos diz:

"Bem-aventurado aquele que , e os que ouvem as palavras desta profecia..." (Apocalipse 1.3).

3. Silêncio...

Já ouviu aquele pregador famoso que fala que "crente que não faz barulho tá com defeito de fabricação"? Pois é, os anglicanos, e muitas outras igrejas litúrgicas preferem dizer que o "crente pode ouvir Deus no silêncio". Provavelmente, amigo leitor, o ministro responsável pelo nosso culto te convidará à um breve tempo de reflexão, que pode durar apenas alguns segundos, ou talvez alguns minutos.

Orar em "silêncio", apenas Deus e sua voz interior, é surpreendentemente desafiador. Só quando tentamos fazê-lo nos damos conta de quanto "ruído" existe em nossa mente, e quão fácil é estarmos na Igreja apenas de "corpo presente" (ou seja, com a mente em outro lugar). Por isso, apesar de desafiante, e no inicio estranho,  essa oração silenciosa ocupa, desde os primórdios do cristianismo, um lugar precioso na Liturgia Cristã.

Até mesmo na Liturgia celestial, registrada no Livro do Apocalipse, se diz que "fez-se silêncio no céu por quase meia hora" (Apoc. 8.1).

Confissão de Pecados.

Todos temos pecados, mesmo o cristão mais dedicado ao Senhor. Por isso precisamos nos confessar, seja a quem temos ofendido, seja a um mentor espiritual, ou em comunidade. Confessamos uns aos outros, e auxiliamos uns aos outros. Não estranhe, portanto, quando o ministro anglicano pedir que você fique de joelhos e confesse seus pecados.

Assustado? Não se preocupe, a confissão é individual e interior, normalmente em oração silenciosa. Mas, caso queira, pode chamar o ministro em particular para uma confissão particular. O importante é confessar diretamente a Deus as nossas faltas, e assim obtermos o perdão garantido por Cristo em sua Palavra (I João 1.8-9).

"Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por eficácia, a súplica dos justos" (Tiago 5.16).

Confissão de Fé.

A fé cristã não é, meramente, um sentimento positivo a respeito de Deus, da Trindade, ou mesmo de Cristo. A fé cristã está baseada em alguns fatos históricos claramente definidos nas Escrituras. Por exemplo, o Nascimento Virginal e a Ressurreição de Cristo - você pode saber mais sobre a Ressurreição do Senhor AQUI. Por isso os cristãos, desde os tempos bíblicos, confessam sua fé, dando testemunho dos fatos históricos a respeito da Salvação.

É justamente pelo conteúdo da confissão de fé de uma pessoa, ou de uma comunidade de fé, que podemos identificar quem verdadeiramente é cristão. Se alguém nega alguma doutrina central do Cristianismo não pode ser considerado cristão. De modo que quando visitar uma de nossas comunidades você será, inevitavelmente, convidado a confessar a fé da Igreja, ora citando o Credo dos Apóstolos, ora o Credo Niceno. Se não puderes fazê-lo o receberemos como amigo, mas não como nosso irmão.

"Porque já muitos enganadores entraram no mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em carne. Este tal é o enganador e anticristo" (II João 1.7)

"Nisto conheceis o Espírito de Deus: todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus" (I João 4.2).

Eucaristia. 

A Eucaristia, ou Ceia do Senhor é o ápice do culto cristão. Entendemos que a cada Domingo, o Corpo e o Sangue de Cristo deveriam estar presentes em nossa adoração, mas não existe tal obrigatoriedade, e nem todas as nossas comunidades seguem este costume. Vamos torcer para que o Domingo de sua visita seja justamente um culto Eucarístico!

Também não existe uma regra muito fixa para esta celebração. Terá pão e terá vinho. Haverá as palavras de Ação de Graças pelos elementos. Mas você também verá certa liberdade no modo como as coisas são feitas. Em algumas comunidades você entrará numa fila, na qual o pão e o vinho são servidos. Em outras, os ministros levam os elementos até as pessoas. Em algumas, o pão e o vinho são tomados separadamente, e em outras você poderá molhar o pão no cálice de vinho para depois comer.

Cada um desses modos de celebração é rico em significado, e nenhum é imposto sobre outro. As comunidades, sob a orientação de seus ministros, escolhe o que lhes é mais apropriado. Mas saiba: a Ceia do Senhor sempre o estará esperando  numa comunidade anglicana! Afinal, ela é alimento para a nossa alma!

"Porque a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebida" (S. João 6.55).

"Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memoria de mim" (I Coríntios 11.25).

Afortunadamente, este artigo não pode substituir a experiência de vivenciar em primeira mão a espiritualidade litúrgica de nossa tradição. Esperamos, contudo, que seja capaz de despertar um real interesse. Se assim for, aceite nosso convite, e venha celebrar Jesus juntamente conosco! Talvez lhe causemos algum estranhamento inicialmente, mas você verá que somos apenas, e nada mais, que um ramo da imensa família de Cristo. 

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Recentemente o Reverendíssimo Bispo John Fenwich, primaz da nossa querida Free Church Of England, esteve em visita a Índia, onde comungou com irmãos da Mar Thoma Church ( Mar Thoma Syrian Church Of Malabar) , uma denominação que segue uma das tradições mais antigas do mundo -  possivelmente fundada por S. Tiago, irmão do Senhor. Algumas reflexões podem ser feitas a partir dessa notícia.

A visita do bispo primaz aos irmãos desta tão antiga tradição do Cristianismo, com suas vestes, costumes e liturgia (a "Liturgia de São Tiago") bem diferentes do que estamos acostumados, nos faz refletir sobre o quão diferentes nós mesmos somos da maioria de nossos irmãos de tradição evangélica. Quão estranhos nos sentiríamos no meio daqueles irmãos? Difícil saber, mas seria simplesmente maravilhoso compartilhar experiencias, não é mesmo?


Agora, seja na milenar "Liturgia de São Tiago", seja na liturgia anglicana do "Livro de Oração Comum", encontramos alguns objetivos muito familiares. E se você aceitar o convide de visitar uma das nossas comunidades pelo Brasil é interessante estar preparado para o que lhe aguarda. Portanto, aqui vão alguns esclarecimentos a respeito do que fazemos em nossos cultos. 

Seja bem-vindo!

1. Oração Comum.

Orar na Igreja é uma prática absolutamente natural, e para algumas pessoas é o único momento em que o fazem. Mas nem sempre essa oração é "em comum". Na maioria das denominações mais modernas as orações são supostamente espontâneas, já que não são decoradas ou escritas em um papel. Além disso, normalmente muitos evangélicos sequer gostam de orar o "Pai Nosso", por considerá-lo uma "reza". No máximo o tomam como um "modelo" do que seria uma oração perfeita.

Algo que você irá notar rapidamente ao visitar uma comunidade anglicana é que, sim, nós temos uma oração em comum! Até mesmo o nosso manual de liturgia diz isso em seu nome: Livro de Oração Comum!

Claro, nós também oramos espontaneamente, contudo, boa parte de nossa oração se dá "em comum". Que significa isso? Significa que todos os membros da congregação oram a mesma coisa, com as mesmas palavras, com a mesma intenção. A "Oração do Senhor" é para nós não apenas um modelo de oração perfeita, mas um tesouro espiritual que jamais pode ser abandonado; Cristo ordena "dizei".

"Quando orardes dizei: "Pai nosso que estás no céus..." (S. Lucas 11.2).

2. Leituras (e Lecionário).

Você gosta de leituras bíblicas? Se a resposta for não, melhor pensar duas vezes antes de aceitar o convite de um anglicano!

O culto anglicano é, sabidamente, extremamente baseado nas Escrituras. Das primeiras as ultimas palavras proferidas no 'rito' a Igreja escuta, ora, lê e proclama a Palavra de Deus. E há um momento do culto anglicano dedicado exclusivamente para a Palavra de Deus, são as chamadas leituras.

A leitura da Palavra de Deus é tão importante no culto anglicano que nós temos até a figura do Leitor. Essa é a pessoa responsável por ler-recitar a pura palavra de Deus aos nossos ouvidos. Em alguns casos são necessários dois leitores: um para ler uma passagem do Antigo Testamento, e outro para ler uma passagem das Epístolas. E temos ainda a Proclamação do Evangelho, momento no qual um capitulo ou seção inteira de algum Evangelho é proclamado para a Igreja reunida. 

Com todo respeito, se o leitor é um daqueles evangélicos que ficam cansados quando o pregador resolve ler mais do que cinco versículos antes da pregação, certamente irá odiar um culto anglicano, porque o que mais gostamos de fazer é escutar a  Palavra de Deus. Aliás, pode ser que a pregação não dure mais do que 15 ou 20 minutos, mas quase todo o culto é composto de ler e escutar as Escrituras. E não gostamos de quem dorme no culto (risos), portanto, prepare-se!

Por falar em leitura da Bíblia, vale lembrar que nos primeiros anos da Igreja não existia Novo Testamento impresso. Os apóstolos e seus imediatos escreviam, e cópias eram enviadas para as Igrejas, onde um leitor fazia a leitura diante de toda a congregação. Por isso o Livro de Apocalipse nos diz:

"Bem-aventurado aquele que , e os que ouvem as palavras desta profecia..." (Apocalipse 1.3).

3. Silêncio...

Já ouviu aquele pregador famoso que fala que "crente que não faz barulho tá com defeito de fabricação"? Pois é, os anglicanos, e muitas outras igrejas litúrgicas preferem dizer que o "crente pode ouvir Deus no silêncio". Provavelmente, amigo leitor, o ministro responsável pelo nosso culto te convidará à um breve tempo de reflexão, que pode durar apenas alguns segundos, ou talvez alguns minutos.

Orar em "silêncio", apenas Deus e sua voz interior, é surpreendentemente desafiador. Só quando tentamos fazê-lo nos damos conta de quanto "ruído" existe em nossa mente, e quão fácil é estarmos na Igreja apenas de "corpo presente" (ou seja, com a mente em outro lugar). Por isso, apesar de desafiante, e no inicio estranho,  essa oração silenciosa ocupa, desde os primórdios do cristianismo, um lugar precioso na Liturgia Cristã.

Até mesmo na Liturgia celestial, registrada no Livro do Apocalipse, se diz que "fez-se silêncio no céu por quase meia hora" (Apoc. 8.1).

Confissão de Pecados.

Todos temos pecados, mesmo o cristão mais dedicado ao Senhor. Por isso precisamos nos confessar, seja a quem temos ofendido, seja a um mentor espiritual, ou em comunidade. Confessamos uns aos outros, e auxiliamos uns aos outros. Não estranhe, portanto, quando o ministro anglicano pedir que você fique de joelhos e confesse seus pecados.

Assustado? Não se preocupe, a confissão é individual e interior, normalmente em oração silenciosa. Mas, caso queira, pode chamar o ministro em particular para uma confissão particular. O importante é confessar diretamente a Deus as nossas faltas, e assim obtermos o perdão garantido por Cristo em sua Palavra (I João 1.8-9).

"Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por eficácia, a súplica dos justos" (Tiago 5.16).

Confissão de Fé.

A fé cristã não é, meramente, um sentimento positivo a respeito de Deus, da Trindade, ou mesmo de Cristo. A fé cristã está baseada em alguns fatos históricos claramente definidos nas Escrituras. Por exemplo, o Nascimento Virginal e a Ressurreição de Cristo - você pode saber mais sobre a Ressurreição do Senhor AQUI. Por isso os cristãos, desde os tempos bíblicos, confessam sua fé, dando testemunho dos fatos históricos a respeito da Salvação.

É justamente pelo conteúdo da confissão de fé de uma pessoa, ou de uma comunidade de fé, que podemos identificar quem verdadeiramente é cristão. Se alguém nega alguma doutrina central do Cristianismo não pode ser considerado cristão. De modo que quando visitar uma de nossas comunidades você será, inevitavelmente, convidado a confessar a fé da Igreja, ora citando o Credo dos Apóstolos, ora o Credo Niceno. Se não puderes fazê-lo o receberemos como amigo, mas não como nosso irmão.

"Porque já muitos enganadores entraram no mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em carne. Este tal é o enganador e anticristo" (II João 1.7)

"Nisto conheceis o Espírito de Deus: todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus" (I João 4.2).

Eucaristia. 

A Eucaristia, ou Ceia do Senhor é o ápice do culto cristão. Entendemos que a cada Domingo, o Corpo e o Sangue de Cristo deveriam estar presentes em nossa adoração, mas não existe tal obrigatoriedade, e nem todas as nossas comunidades seguem este costume. Vamos torcer para que o Domingo de sua visita seja justamente um culto Eucarístico!

Também não existe uma regra muito fixa para esta celebração. Terá pão e terá vinho. Haverá as palavras de Ação de Graças pelos elementos. Mas você também verá certa liberdade no modo como as coisas são feitas. Em algumas comunidades você entrará numa fila, na qual o pão e o vinho são servidos. Em outras, os ministros levam os elementos até as pessoas. Em algumas, o pão e o vinho são tomados separadamente, e em outras você poderá molhar o pão no cálice de vinho para depois comer.

Cada um desses modos de celebração é rico em significado, e nenhum é imposto sobre outro. As comunidades, sob a orientação de seus ministros, escolhe o que lhes é mais apropriado. Mas saiba: a Ceia do Senhor sempre o estará esperando  numa comunidade anglicana! Afinal, ela é alimento para a nossa alma!

"Porque a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebida" (S. João 6.55).

"Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memoria de mim" (I Coríntios 11.25).

Afortunadamente, este artigo não pode substituir a experiência de vivenciar em primeira mão a espiritualidade litúrgica de nossa tradição. Esperamos, contudo, que seja capaz de despertar um real interesse. Se assim for, aceite nosso convite, e venha celebrar Jesus juntamente conosco! Talvez lhe causemos algum estranhamento inicialmente, mas você verá que somos apenas, e nada mais, que um ramo da imensa família de Cristo. 

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