Rev. Marcelo Lemos

Agora, seja na milenar "Liturgia de São Tiago", seja na liturgia anglicana do "Livro de Oração Comum", encontramos alguns objetivos muito familiares. E se você aceitar o convide de visitar uma das nossas comunidades pelo Brasil é interessante estar preparado para o que lhe aguarda. Portanto, aqui vão alguns esclarecimentos a respeito do que fazemos em nossos cultos.

"Quando orardes dizei: "Pai nosso que estás no céus..." (S. Lucas 11.2).
Por falar em leitura da Bíblia, vale lembrar que nos primeiros anos da Igreja não existia Novo Testamento impresso. Os apóstolos e seus imediatos escreviam, e cópias eram enviadas para as Igrejas, onde um leitor fazia a leitura diante de toda a congregação. Por isso o Livro de Apocalipse nos diz:
"Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia..." (Apocalipse 1.3).
Todos temos pecados, mesmo o cristão mais dedicado ao Senhor. Por isso precisamos nos confessar, seja a quem temos ofendido, seja a um mentor espiritual, ou em comunidade. Confessamos uns aos outros, e auxiliamos uns aos outros. Não estranhe, portanto, quando o ministro anglicano pedir que você fique de joelhos e confesse seus pecados.
Assustado? Não se preocupe, a confissão é individual e interior, normalmente em oração silenciosa. Mas, caso queira, pode chamar o ministro em particular para uma confissão particular. O importante é confessar diretamente a Deus as nossas faltas, e assim obtermos o perdão garantido por Cristo em sua Palavra (I João 1.8-9).
"Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por eficácia, a súplica dos justos" (Tiago 5.16).
A fé cristã não é, meramente, um sentimento positivo a respeito de Deus, da Trindade, ou mesmo de Cristo. A fé cristã está baseada em alguns fatos históricos claramente definidos nas Escrituras. Por exemplo, o Nascimento Virginal e a Ressurreição de Cristo - você pode saber mais sobre a Ressurreição do Senhor AQUI. Por isso os cristãos, desde os tempos bíblicos, confessam sua fé, dando testemunho dos fatos históricos a respeito da Salvação.
É justamente pelo conteúdo da confissão de fé de uma pessoa, ou de uma comunidade de fé, que podemos identificar quem verdadeiramente é cristão. Se alguém nega alguma doutrina central do Cristianismo não pode ser considerado cristão. De modo que quando visitar uma de nossas comunidades você será, inevitavelmente, convidado a confessar a fé da Igreja, ora citando o Credo dos Apóstolos, ora o Credo Niceno. Se não puderes fazê-lo o receberemos como amigo, mas não como nosso irmão.
"Porque já muitos enganadores entraram no mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em carne. Este tal é o enganador e anticristo" (II João 1.7)
"Nisto conheceis o Espírito de Deus: todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus" (I João 4.2).
A Eucaristia, ou Ceia do Senhor é o ápice do culto cristão. Entendemos que a cada Domingo, o Corpo e o Sangue de Cristo deveriam estar presentes em nossa adoração, mas não existe tal obrigatoriedade, e nem todas as nossas comunidades seguem este costume. Vamos torcer para que o Domingo de sua visita seja justamente um culto Eucarístico!
Também não existe uma regra muito fixa para esta celebração. Terá pão e terá vinho. Haverá as palavras de Ação de Graças pelos elementos. Mas você também verá certa liberdade no modo como as coisas são feitas. Em algumas comunidades você entrará numa fila, na qual o pão e o vinho são servidos. Em outras, os ministros levam os elementos até as pessoas. Em algumas, o pão e o vinho são tomados separadamente, e em outras você poderá molhar o pão no cálice de vinho para depois comer.
Cada um desses modos de celebração é rico em significado, e nenhum é imposto sobre outro. As comunidades, sob a orientação de seus ministros, escolhe o que lhes é mais apropriado. Mas saiba: a Ceia do Senhor sempre o estará esperando numa comunidade anglicana! Afinal, ela é alimento para a nossa alma!
"Porque a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebida" (S. João 6.55).
"Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memoria de mim" (I Coríntios 11.25).
Afortunadamente, este artigo não pode substituir a experiência de vivenciar em primeira mão a espiritualidade litúrgica de nossa tradição. Esperamos, contudo, que seja capaz de despertar um real interesse. Se assim for, aceite nosso convite, e venha celebrar Jesus juntamente conosco! Talvez lhe causemos algum estranhamento inicialmente, mas você verá que somos apenas, e nada mais, que um ramo da imensa família de Cristo.
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