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Teologia Vocacional

Ser um Obrero Aprovado

“Procura apresentar-te a Deus, aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.”

2 Timóteo 2:15

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VOCÊ SABIA?

Os recursos que você investe em sua formação teologia e ministerial na Academia de Liderança da NAMS é integralmente revertido para a obra missionária no Brasil e na Ásia. Atualmente temos um posto avançado de plantadores de Igrejas no Brasil e apoiamos a formação de cerca de 200 obreiros em países da Ásia em regiões de maioria muçulmana. Você é parte dessa missão!

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REVISTA BÁCULO

Com mais de 5 anos de existência, a Revista Báculo já é um marco importante da mídia evangélica no Brasil. Todos os meses, nossa revista proporciona ao leitor artigos, estudos, entrevistas e análises relevantes para a vida cristã e para o ministério. Aqui no site você tem acesso a todas as edições já publicadas.

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FORMAÇÃO MINISTERIAL

Ao estudar com a gente você apoia a obra missionária no Brasil e na Ásia e conta com um conteúdo de primeira qualidade! E você pode escolher quais módulos se encaixam melhor em sua formação teológica e ministerial. Além disso, ao completar os créditos educativos necessários você adquire o Diploma de Bacharel em Teologia chancelado pela New Anglican Missionary Society (NAMS)

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DISCERNIMENTO VOCACIONAL

Nós ajudamos você a descobrir o chamado de Deus para a sua vida. E mais do que isso, te ajudamos a discernir como o chamado de Deus para o seu Ministério pessoal se conecta com o contextual atual da Igreja no mundo. Mais do que nunca, precisamos de pessoas comprometidas com o Evangelho denuíno no Brasil e no mundo. Seja parte da mudança.

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RESIDÊNCIA MISSIONÁRIA

Nossa escola é chancelada pela New Anglican Missionary Society(NAMS), sediada na Carolina do Sul (EUA). Apoiamos a NAMS em suas iniciatias missionárias ao redor do mundo, como é o caso da Residência Missionária, um projeto ousado que possibilita estar a serviço da Igreja de Cristo em diversos locais do mundo.

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TEOLOGIA VOCACIONAL

A Vocação Cristã não se limita aos dons ministeriais ou ao Ministério Ordenado. Na verdade, uma das grandes contribuições de Lutero para a teologia cristã foi uma visão bíblica da vocação, na qual cada pessoa, cada profissão e cada ato da Igreja no mundo é parte da missão do Deus Trinitariano na História. Esse curso irá transformar sua visão da vida e da vocação cristãs.

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quinta-feira

Com a Bruxa no Dia da Reforma!


Rev. Marcelo Lemos

A medida que o mês de Outubro avança velozmente para seu dia 31, a Igreja Brasileira se alvoroça em justificada expectativa. Coisa natural. Vale lembrar, segundo se diz, mais alguns anos e nos tornaremos um país de maioria evangélica. Herdeiros conscientes da Reforma que somos, justifica-se nosso grande interesse pelo 31 de Outubro. Este ano as comemorações para a data prometem superar todas as expectativas. Desde a mais humilde igrejinha de vila, até a mais suntuosa catedral, em todos os cantos, os Herdeiros de Lutero se preparam para venerar seu grande legado e tradição.

- “HEEEIIIIIIIIN?!”
Perdoem-me! Acabei esquecendo de avisar que o paragrafo anterior foi um mero exercício de imaginação...

Na verdade, um cartaz posto a porta da maioria das Igrejas com os dizeres: “31 de Outubro, dia da Reforma! Venha participar!”, seria o bastante para provocar reunião extraordinária do presbitério, a fim de investigar de onde o pastor tirou dinheiro para reformar o templo (risos). Claro, isso naquelas igrejas onde tal coisa (presbitério) existe, nas demais, a reação seria simplesmente ficar em casa, deixando que os irmãos com 'dons de alvenaria' atendessem ao santo chamado.

Mas, se nossa exorbitante falta de cultura religiosa ignora a data maior de nosso legado evangélico, o mesmo não se pode dizer da nossa sanha em importar enlatados norte-americanos. E não estou falando, neste parágrafo, de algum guru da Teologia da Prosperidade. Continuo falando do 31 de Outubro. Sabiam os navegantes do Olhar Anglicano que nesta data o Brasil comemora o Dia do Saci Pererê? Não se avexem: eu também não sabia. O que eu sempre soube, e todos vocês sabem, (a não ser que sejam marcianos fundamentalistas!), é que nesta data comemora-se o famoso Dia das Bruxas.

Com tanta bruxa a solta no evangelicalismo brasileiro, não é de se estranhar que, esquecidos do evento que teve lugar na Abadia do Castelo de Wittenberg, passemos enfeitar nossas Igrejas para receber os espíritos dos mortos, em nossas festas “gospi” de Halloween . Tudo bem, eu sei: os evangélicos não acreditam em espíritos de mortos que voltam à terra atormentando os vivos; todavia, é exatamente este o sentido da festa pagã. De acordo com a tradição dos povos celtas, no 31 de Outubro, os espíritos das pessoas que faleceram durante o ano voltam a terra para possuir o corpo de pessoas vivas. Como ninguém deseja ser possuído por um morto, exceto por alguns momentos de [suposta] mediunidade (risos), haveria de se fazer alguma coisa que impedisse o “ataque”.

E todo mundo tá careca de saber: nenhum espírito desencarnado, por mais desesperado que esteja para possuir alguém, tem coragem de encarar um rosto grotesco 'esculpido' numa abobora gigante – ainda mais se, em cada olho da abobora, alguém tem a inspirada ideia de ascender uma vela... Brincadeiras a parte, este é o significado religioso do Dia das Bruxas. Quero crer que os lideres cristãos que autorizam, ou incentivam, a comemoração desta festa em seus templos, imaginem se tratar apensas de uma brincadeira de criança. Não é bem assim. Para a crendice dos celtas, neste dia os mortos eram 'barrados' em suas intenções com elementos grotescos, sendo a abobora com rosto apenas um deles. Caveiras e ossos humanos pintados, dentre outros, sempre faziam parte do ritual. Ainda hoje, mesmo a maioria dos que a comemoram ignorando as lendas, os símbolos continuam representando a morte: vampiros, monstros, fantasmas, e um inegável apelo para o universo da bruxaria.

- “Doces ou travessuras?”.

A garotinha fantasiada a sua porta está apenas brincando, nem ela, e provavelmente nem você, sabe o significado desta cômica “chantagem”. Evidentemente que ao longo de tantos séculos, as lendas vão incorporando novos elementos, e não seria diferente com as lendas sobre o Halloween . Certo também que analisar cada antigo e novo elemento do Halloween está muito além do escopo deste artigo, assim, vamos direto ao ponto: conta-se que os antigos sacerdotes celtas, druidas, iam de casa em casa pedindo alimentos em nome dos espíritos, quem se recusava era ameaçado ou amaldiçoado. Doces ou travessuras? Eis a chantagem (he,he...)!

A Igreja Católica Romana deu um jeito de “cristianizar” a lenda celta, na intenção de banir o paganismo da Europa. Ela fez isso dedicando o dia 01 de Novembro à memória de “Todos os Santos”, ou seja, de todos os cristãos mortos. Um dia após a festa de “Todos os Santos”, o 02 de Novembro,os cristãos iam de vila em vila pedindo “soul cakes” (i.e. bolos de alma); cada bolo que ganhava, e o pedinte fazia uma oração em prol de algum parente morto do doador. Como a Igreja de Roma acredita que a alma dos mortos podem ficar certa temporada num lugar chamado Purgatório, tais orações ajudariam os mesmos a entrarem no Céu.

Que comemoram os cristãos no Dia das Bruxas? Me refiro aos que fantasiam seus filhos de druidas, fantasmas, vampiros, bruxas... Eles estão seguindo o dogma romano de intercessão em favor dos mortos, ou estão ressuscitando as antigas lendas celtas, que pretendem espantar a ameaça dos mortos?

Até onde a vista alcança, não nos parece ser possível identificar qualquer motivo que justifique a presença de cristãos no Dia das Bruxas; pelo menos não dentro de templos onde, supostamente, se anuncia o Evangelho da Cruz.

Quando a fé venceu o medo!

Mas, se há tanta atração pelo dia do Medo, quanto mais haverá pelo dia da Esperança. Foi justamente no dia 31 de Outubro que, para o nosso Cristianismo Ocidental, teve novo fôlego a Era da Esperança, quando a fé venceu o medo. 

Naqueles dias, motivado pelas superstições e medos do povo, um monge mercenário, Johann Tetzel, começou uma cruzada de vendas de indulgências, as quais, segundo ele, se compradas, garantiam ao comprador o perdão de todos os seus pecados, inclusive os futuros (dependendo, claro, do valor pago). Era a religião do medo, cuja raiz era a mesma por trás das lendas celtas, e de sua versão cristianizada.

Atormentado por esta religião do medo, um outro monge alemão, Martinho Lutero, procurou refúgio nas páginas do Livro Santo, e na Carta aos Romanos deparou-se com o manancial da Graça: “O justo viverá pela fé” (Rom. 1.16,17). Lutero foi feito novo homem, pela Graça, a que salva por Graça, por meio da fé, e somente a fé. Lutero descobriu que a salvação não baseia-se, em qualquer medida, nos méritos do pecador, mas unicamente no fato histórico de que Cristo morreu na cruz em favor dos pecadores; fato histórico que, quando aceito pela fé, salva o que crê. Livre da religião do medo, que escraviza, Lutero se tornou, primeiro, ferrenho inimigo de Tetzel e de seu comércio de vida eterna, e, algum tempo depois, inimigo do Papado, que apesar de repudiar Tetzel, não reconheceu como bíblico o pensamento de Lutero.

No dia 31 de Outubro, na véspera da festa de “Todos os Santos”, Lutero pregou na porta da Abadia do Castelo de Wittenberg suas famosas 95 Teses, nas quais expunha o ensino bíblico da justificação pela Graça, e condenava a heresia de Tetzel. Do ponto de vista simbólico, foi naquele dia que nasceu o que se chamaria Reforma Protestante, que em pouco tempo incendiou todo o mundo, motivando o Papado a convocar um Concílio (Trento) afim de examinar e condenar o ensino sobre a Salvação difundido pelos Reformadores.

E que salvação maravilhosa esta: pela fé, “porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie; porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Efésios 2.8-10). Assim, não há religião do medo, mas da Esperança, pois Cristo fez aquilo que somos completamente incapazes de fazer - “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que fossemos feitos justiça de Deus” (II Coríntios 5.21).

Não tememos por nós, nem pelos nossos mortos, pois Cristo é o “Príncipe da Nossa Salvação”, e chama-nos, os crentes, de seus irmãos e irmãs. Não mais tememos, nem mesmo a morte: “Vemos, porém, coroado de glória e de honra aquele Jesus que fora feito um pouco menor do que os anjos, por causa da paixão da morte, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos. Porque convinha que aquele, para quem são todas as coisas, e mediante quem tudo existe, trazendo muitos filhos à glória, consagrasse pelas aflições o príncipe da salvação deles. Porque, assim o que santifica, como os que são santificados, são todos de um; por cuja causa não se envergonha de lhes chamar irmãos ...” (Hebreus 2.9-11).

O que é o 31 de Outubro para você?

Talvez não lhe signifique nada, como para a maioria das pessoas. Todavia, quem sabe este ano você descubra algo maior para celebrar nesta data, a Graça. Ou não, sempre há quem prefira os grilhões do medo, dos profetinhas, dos legalistas, dos vendilhões do templo, dos supersticiosos, dos modernos Tetzel, vendedores do céu... 

Oro para que não seja esta a sua escolha, mas se for, fique com a Bruxa, Evangélica e Gospel, no Dia da Reforma. Eu, prefiro ficar com Jesus!

“Sola Fide”.

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Nossa escola é chancelada pela New Anglican Missionary Society(NAMS), sediada na Carolina do Sul (EUA). Apoiamos a NAMS em suas iniciatias missionárias ao redor do mundo, como é o caso da Residência Missionária, um projeto ousado que possibilita estar a serviço da Igreja de Cristo em diversos locais do mundo.

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A Vocação Cristã não se limita aos dons ministeriais ou ao Ministério Ordenado. Na verdade, uma das grandes contribuições de Lutero para a teologia cristã foi uma visão bíblica da vocação, na qual cada pessoa, cada profissão e cada ato da Igreja no mundo é parte da missão do Deus Trinitariano na História. Esse curso irá transformar sua visão da vida e da vocação cristãs.

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A medida que o mês de Outubro avança velozmente para seu dia 31, a Igreja Brasileira se alvoroça em justificada expectativa. Coisa natural. Vale lembrar, segundo se diz, mais alguns anos e nos tornaremos um país de maioria evangélica. Herdeiros conscientes da Reforma que somos, justifica-se nosso grande interesse pelo 31 de Outubro. Este ano as comemorações para a data prometem superar todas as expectativas. Desde a mais humilde igrejinha de vila, até a mais suntuosa catedral, em todos os cantos, os Herdeiros de Lutero se preparam para venerar seu grande legado e tradição.

- “HEEEIIIIIIIIN?!”
Perdoem-me! Acabei esquecendo de avisar que o paragrafo anterior foi um mero exercício de imaginação...

Na verdade, um cartaz posto a porta da maioria das Igrejas com os dizeres: “31 de Outubro, dia da Reforma! Venha participar!”, seria o bastante para provocar reunião extraordinária do presbitério, a fim de investigar de onde o pastor tirou dinheiro para reformar o templo (risos). Claro, isso naquelas igrejas onde tal coisa (presbitério) existe, nas demais, a reação seria simplesmente ficar em casa, deixando que os irmãos com 'dons de alvenaria' atendessem ao santo chamado.

Mas, se nossa exorbitante falta de cultura religiosa ignora a data maior de nosso legado evangélico, o mesmo não se pode dizer da nossa sanha em importar enlatados norte-americanos. E não estou falando, neste parágrafo, de algum guru da Teologia da Prosperidade. Continuo falando do 31 de Outubro. Sabiam os navegantes do Olhar Anglicano que nesta data o Brasil comemora o Dia do Saci Pererê? Não se avexem: eu também não sabia. O que eu sempre soube, e todos vocês sabem, (a não ser que sejam marcianos fundamentalistas!), é que nesta data comemora-se o famoso Dia das Bruxas.

Com tanta bruxa a solta no evangelicalismo brasileiro, não é de se estranhar que, esquecidos do evento que teve lugar na Abadia do Castelo de Wittenberg, passemos enfeitar nossas Igrejas para receber os espíritos dos mortos, em nossas festas “gospi” de Halloween . Tudo bem, eu sei: os evangélicos não acreditam em espíritos de mortos que voltam à terra atormentando os vivos; todavia, é exatamente este o sentido da festa pagã. De acordo com a tradição dos povos celtas, no 31 de Outubro, os espíritos das pessoas que faleceram durante o ano voltam a terra para possuir o corpo de pessoas vivas. Como ninguém deseja ser possuído por um morto, exceto por alguns momentos de [suposta] mediunidade (risos), haveria de se fazer alguma coisa que impedisse o “ataque”.

E todo mundo tá careca de saber: nenhum espírito desencarnado, por mais desesperado que esteja para possuir alguém, tem coragem de encarar um rosto grotesco 'esculpido' numa abobora gigante – ainda mais se, em cada olho da abobora, alguém tem a inspirada ideia de ascender uma vela... Brincadeiras a parte, este é o significado religioso do Dia das Bruxas. Quero crer que os lideres cristãos que autorizam, ou incentivam, a comemoração desta festa em seus templos, imaginem se tratar apensas de uma brincadeira de criança. Não é bem assim. Para a crendice dos celtas, neste dia os mortos eram 'barrados' em suas intenções com elementos grotescos, sendo a abobora com rosto apenas um deles. Caveiras e ossos humanos pintados, dentre outros, sempre faziam parte do ritual. Ainda hoje, mesmo a maioria dos que a comemoram ignorando as lendas, os símbolos continuam representando a morte: vampiros, monstros, fantasmas, e um inegável apelo para o universo da bruxaria.

- “Doces ou travessuras?”.

A garotinha fantasiada a sua porta está apenas brincando, nem ela, e provavelmente nem você, sabe o significado desta cômica “chantagem”. Evidentemente que ao longo de tantos séculos, as lendas vão incorporando novos elementos, e não seria diferente com as lendas sobre o Halloween . Certo também que analisar cada antigo e novo elemento do Halloween está muito além do escopo deste artigo, assim, vamos direto ao ponto: conta-se que os antigos sacerdotes celtas, druidas, iam de casa em casa pedindo alimentos em nome dos espíritos, quem se recusava era ameaçado ou amaldiçoado. Doces ou travessuras? Eis a chantagem (he,he...)!

A Igreja Católica Romana deu um jeito de “cristianizar” a lenda celta, na intenção de banir o paganismo da Europa. Ela fez isso dedicando o dia 01 de Novembro à memória de “Todos os Santos”, ou seja, de todos os cristãos mortos. Um dia após a festa de “Todos os Santos”, o 02 de Novembro,os cristãos iam de vila em vila pedindo “soul cakes” (i.e. bolos de alma); cada bolo que ganhava, e o pedinte fazia uma oração em prol de algum parente morto do doador. Como a Igreja de Roma acredita que a alma dos mortos podem ficar certa temporada num lugar chamado Purgatório, tais orações ajudariam os mesmos a entrarem no Céu.

Que comemoram os cristãos no Dia das Bruxas? Me refiro aos que fantasiam seus filhos de druidas, fantasmas, vampiros, bruxas... Eles estão seguindo o dogma romano de intercessão em favor dos mortos, ou estão ressuscitando as antigas lendas celtas, que pretendem espantar a ameaça dos mortos?

Até onde a vista alcança, não nos parece ser possível identificar qualquer motivo que justifique a presença de cristãos no Dia das Bruxas; pelo menos não dentro de templos onde, supostamente, se anuncia o Evangelho da Cruz.

Quando a fé venceu o medo!

Mas, se há tanta atração pelo dia do Medo, quanto mais haverá pelo dia da Esperança. Foi justamente no dia 31 de Outubro que, para o nosso Cristianismo Ocidental, teve novo fôlego a Era da Esperança, quando a fé venceu o medo. 

Naqueles dias, motivado pelas superstições e medos do povo, um monge mercenário, Johann Tetzel, começou uma cruzada de vendas de indulgências, as quais, segundo ele, se compradas, garantiam ao comprador o perdão de todos os seus pecados, inclusive os futuros (dependendo, claro, do valor pago). Era a religião do medo, cuja raiz era a mesma por trás das lendas celtas, e de sua versão cristianizada.

Atormentado por esta religião do medo, um outro monge alemão, Martinho Lutero, procurou refúgio nas páginas do Livro Santo, e na Carta aos Romanos deparou-se com o manancial da Graça: “O justo viverá pela fé” (Rom. 1.16,17). Lutero foi feito novo homem, pela Graça, a que salva por Graça, por meio da fé, e somente a fé. Lutero descobriu que a salvação não baseia-se, em qualquer medida, nos méritos do pecador, mas unicamente no fato histórico de que Cristo morreu na cruz em favor dos pecadores; fato histórico que, quando aceito pela fé, salva o que crê. Livre da religião do medo, que escraviza, Lutero se tornou, primeiro, ferrenho inimigo de Tetzel e de seu comércio de vida eterna, e, algum tempo depois, inimigo do Papado, que apesar de repudiar Tetzel, não reconheceu como bíblico o pensamento de Lutero.

No dia 31 de Outubro, na véspera da festa de “Todos os Santos”, Lutero pregou na porta da Abadia do Castelo de Wittenberg suas famosas 95 Teses, nas quais expunha o ensino bíblico da justificação pela Graça, e condenava a heresia de Tetzel. Do ponto de vista simbólico, foi naquele dia que nasceu o que se chamaria Reforma Protestante, que em pouco tempo incendiou todo o mundo, motivando o Papado a convocar um Concílio (Trento) afim de examinar e condenar o ensino sobre a Salvação difundido pelos Reformadores.

E que salvação maravilhosa esta: pela fé, “porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie; porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Efésios 2.8-10). Assim, não há religião do medo, mas da Esperança, pois Cristo fez aquilo que somos completamente incapazes de fazer - “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que fossemos feitos justiça de Deus” (II Coríntios 5.21).

Não tememos por nós, nem pelos nossos mortos, pois Cristo é o “Príncipe da Nossa Salvação”, e chama-nos, os crentes, de seus irmãos e irmãs. Não mais tememos, nem mesmo a morte: “Vemos, porém, coroado de glória e de honra aquele Jesus que fora feito um pouco menor do que os anjos, por causa da paixão da morte, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos. Porque convinha que aquele, para quem são todas as coisas, e mediante quem tudo existe, trazendo muitos filhos à glória, consagrasse pelas aflições o príncipe da salvação deles. Porque, assim o que santifica, como os que são santificados, são todos de um; por cuja causa não se envergonha de lhes chamar irmãos ...” (Hebreus 2.9-11).

O que é o 31 de Outubro para você?

Talvez não lhe signifique nada, como para a maioria das pessoas. Todavia, quem sabe este ano você descubra algo maior para celebrar nesta data, a Graça. Ou não, sempre há quem prefira os grilhões do medo, dos profetinhas, dos legalistas, dos vendilhões do templo, dos supersticiosos, dos modernos Tetzel, vendedores do céu... 

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Marcelo Lemos, presbítero da FCE/IARB, é o editor principal do blog e publicamos artigos de diversos autores, inclusive de outras tradições cristãs, desde que condizentes com a linha editorial e teológica que adotamos.

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A medida que o mês de Outubro avança velozmente para seu dia 31, a Igreja Brasileira se alvoroça em justificada expectativa. Coisa natural. Vale lembrar, segundo se diz, mais alguns anos e nos tornaremos um país de maioria evangélica. Herdeiros conscientes da Reforma que somos, justifica-se nosso grande interesse pelo 31 de Outubro. Este ano as comemorações para a data prometem superar todas as expectativas. Desde a mais humilde igrejinha de vila, até a mais suntuosa catedral, em todos os cantos, os Herdeiros de Lutero se preparam para venerar seu grande legado e tradição.

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Na verdade, um cartaz posto a porta da maioria das Igrejas com os dizeres: “31 de Outubro, dia da Reforma! Venha participar!”, seria o bastante para provocar reunião extraordinária do presbitério, a fim de investigar de onde o pastor tirou dinheiro para reformar o templo (risos). Claro, isso naquelas igrejas onde tal coisa (presbitério) existe, nas demais, a reação seria simplesmente ficar em casa, deixando que os irmãos com 'dons de alvenaria' atendessem ao santo chamado.

Mas, se nossa exorbitante falta de cultura religiosa ignora a data maior de nosso legado evangélico, o mesmo não se pode dizer da nossa sanha em importar enlatados norte-americanos. E não estou falando, neste parágrafo, de algum guru da Teologia da Prosperidade. Continuo falando do 31 de Outubro. Sabiam os navegantes do Olhar Anglicano que nesta data o Brasil comemora o Dia do Saci Pererê? Não se avexem: eu também não sabia. O que eu sempre soube, e todos vocês sabem, (a não ser que sejam marcianos fundamentalistas!), é que nesta data comemora-se o famoso Dia das Bruxas.

Com tanta bruxa a solta no evangelicalismo brasileiro, não é de se estranhar que, esquecidos do evento que teve lugar na Abadia do Castelo de Wittenberg, passemos enfeitar nossas Igrejas para receber os espíritos dos mortos, em nossas festas “gospi” de Halloween . Tudo bem, eu sei: os evangélicos não acreditam em espíritos de mortos que voltam à terra atormentando os vivos; todavia, é exatamente este o sentido da festa pagã. De acordo com a tradição dos povos celtas, no 31 de Outubro, os espíritos das pessoas que faleceram durante o ano voltam a terra para possuir o corpo de pessoas vivas. Como ninguém deseja ser possuído por um morto, exceto por alguns momentos de [suposta] mediunidade (risos), haveria de se fazer alguma coisa que impedisse o “ataque”.

E todo mundo tá careca de saber: nenhum espírito desencarnado, por mais desesperado que esteja para possuir alguém, tem coragem de encarar um rosto grotesco 'esculpido' numa abobora gigante – ainda mais se, em cada olho da abobora, alguém tem a inspirada ideia de ascender uma vela... Brincadeiras a parte, este é o significado religioso do Dia das Bruxas. Quero crer que os lideres cristãos que autorizam, ou incentivam, a comemoração desta festa em seus templos, imaginem se tratar apensas de uma brincadeira de criança. Não é bem assim. Para a crendice dos celtas, neste dia os mortos eram 'barrados' em suas intenções com elementos grotescos, sendo a abobora com rosto apenas um deles. Caveiras e ossos humanos pintados, dentre outros, sempre faziam parte do ritual. Ainda hoje, mesmo a maioria dos que a comemoram ignorando as lendas, os símbolos continuam representando a morte: vampiros, monstros, fantasmas, e um inegável apelo para o universo da bruxaria.

- “Doces ou travessuras?”.

A garotinha fantasiada a sua porta está apenas brincando, nem ela, e provavelmente nem você, sabe o significado desta cômica “chantagem”. Evidentemente que ao longo de tantos séculos, as lendas vão incorporando novos elementos, e não seria diferente com as lendas sobre o Halloween . Certo também que analisar cada antigo e novo elemento do Halloween está muito além do escopo deste artigo, assim, vamos direto ao ponto: conta-se que os antigos sacerdotes celtas, druidas, iam de casa em casa pedindo alimentos em nome dos espíritos, quem se recusava era ameaçado ou amaldiçoado. Doces ou travessuras? Eis a chantagem (he,he...)!

A Igreja Católica Romana deu um jeito de “cristianizar” a lenda celta, na intenção de banir o paganismo da Europa. Ela fez isso dedicando o dia 01 de Novembro à memória de “Todos os Santos”, ou seja, de todos os cristãos mortos. Um dia após a festa de “Todos os Santos”, o 02 de Novembro,os cristãos iam de vila em vila pedindo “soul cakes” (i.e. bolos de alma); cada bolo que ganhava, e o pedinte fazia uma oração em prol de algum parente morto do doador. Como a Igreja de Roma acredita que a alma dos mortos podem ficar certa temporada num lugar chamado Purgatório, tais orações ajudariam os mesmos a entrarem no Céu.

Que comemoram os cristãos no Dia das Bruxas? Me refiro aos que fantasiam seus filhos de druidas, fantasmas, vampiros, bruxas... Eles estão seguindo o dogma romano de intercessão em favor dos mortos, ou estão ressuscitando as antigas lendas celtas, que pretendem espantar a ameaça dos mortos?

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Mas, se há tanta atração pelo dia do Medo, quanto mais haverá pelo dia da Esperança. Foi justamente no dia 31 de Outubro que, para o nosso Cristianismo Ocidental, teve novo fôlego a Era da Esperança, quando a fé venceu o medo. 

Naqueles dias, motivado pelas superstições e medos do povo, um monge mercenário, Johann Tetzel, começou uma cruzada de vendas de indulgências, as quais, segundo ele, se compradas, garantiam ao comprador o perdão de todos os seus pecados, inclusive os futuros (dependendo, claro, do valor pago). Era a religião do medo, cuja raiz era a mesma por trás das lendas celtas, e de sua versão cristianizada.

Atormentado por esta religião do medo, um outro monge alemão, Martinho Lutero, procurou refúgio nas páginas do Livro Santo, e na Carta aos Romanos deparou-se com o manancial da Graça: “O justo viverá pela fé” (Rom. 1.16,17). Lutero foi feito novo homem, pela Graça, a que salva por Graça, por meio da fé, e somente a fé. Lutero descobriu que a salvação não baseia-se, em qualquer medida, nos méritos do pecador, mas unicamente no fato histórico de que Cristo morreu na cruz em favor dos pecadores; fato histórico que, quando aceito pela fé, salva o que crê. Livre da religião do medo, que escraviza, Lutero se tornou, primeiro, ferrenho inimigo de Tetzel e de seu comércio de vida eterna, e, algum tempo depois, inimigo do Papado, que apesar de repudiar Tetzel, não reconheceu como bíblico o pensamento de Lutero.

No dia 31 de Outubro, na véspera da festa de “Todos os Santos”, Lutero pregou na porta da Abadia do Castelo de Wittenberg suas famosas 95 Teses, nas quais expunha o ensino bíblico da justificação pela Graça, e condenava a heresia de Tetzel. Do ponto de vista simbólico, foi naquele dia que nasceu o que se chamaria Reforma Protestante, que em pouco tempo incendiou todo o mundo, motivando o Papado a convocar um Concílio (Trento) afim de examinar e condenar o ensino sobre a Salvação difundido pelos Reformadores.

E que salvação maravilhosa esta: pela fé, “porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie; porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Efésios 2.8-10). Assim, não há religião do medo, mas da Esperança, pois Cristo fez aquilo que somos completamente incapazes de fazer - “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que fossemos feitos justiça de Deus” (II Coríntios 5.21).

Não tememos por nós, nem pelos nossos mortos, pois Cristo é o “Príncipe da Nossa Salvação”, e chama-nos, os crentes, de seus irmãos e irmãs. Não mais tememos, nem mesmo a morte: “Vemos, porém, coroado de glória e de honra aquele Jesus que fora feito um pouco menor do que os anjos, por causa da paixão da morte, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos. Porque convinha que aquele, para quem são todas as coisas, e mediante quem tudo existe, trazendo muitos filhos à glória, consagrasse pelas aflições o príncipe da salvação deles. Porque, assim o que santifica, como os que são santificados, são todos de um; por cuja causa não se envergonha de lhes chamar irmãos ...” (Hebreus 2.9-11).

O que é o 31 de Outubro para você?

Talvez não lhe signifique nada, como para a maioria das pessoas. Todavia, quem sabe este ano você descubra algo maior para celebrar nesta data, a Graça. Ou não, sempre há quem prefira os grilhões do medo, dos profetinhas, dos legalistas, dos vendilhões do templo, dos supersticiosos, dos modernos Tetzel, vendedores do céu... 

Oro para que não seja esta a sua escolha, mas se for, fique com a Bruxa, Evangélica e Gospel, no Dia da Reforma. Eu, prefiro ficar com Jesus!

“Sola Fide”.

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