Rev. Marcelo Lemos
Alguns crimes a humanidade não tem o direito de esquecer, se é que teria em qualquer caso. Como esquecer, por exemplo, os crimes nazistas contra os judeus, durante a Segunda Guerra, ou o constante massacre de cristãos por radicais islâmicos?
Mas, por algum motivo, um dos maiores crimes cometidos contra a Humanidade passa despercebido por milhões de pessoas: estou falando do Genocídio Armênio, que hoje completa 100 anos. Inexplicavelmente até mesmo grandes nações como Brasil e Estados Unidos ainda hoje se recusam a admitir que tal crime realmente tenha acontecido.
Tentar "varrer" o povo armênio da face da terra foi justamente o que fizeram os turcos, a cem anos. A data é hoje, Dia 24 de Abril de 2015. Infelizmente nem todos reconhecem o genocídio armênio, como o Brasil. Isso não se dá por falta de provas, já que elas existem em abundância. A esse respeito John Kifner escreveu no New York Times: "O Centro Para Estudos Sobre o Holocausto e Genocídios, da universidade de Minnesota, documentou que havia 2.133.190 armênios antes até 1914, mas 8 anos após, em 1922, estavam vivos apenas pouco mais que 380 mil armênios". O governo turco considera crime reconhecer que houve um genocídio, e com isso tenta criminalizar a própria verdade, transformando a mentira e o engando em virtude.
Lela Gilbert descreveu fatos que se deram no terrível massacre, para o Catholic Herald: "Em 24 de Abril de 1915, várias centenas de intelectuais armênios foram caçados e posteriormente assassinados pelas autoridades turcas... Após a prisão e posterior abate de professores armênios, advogados, médicos, clérigos, e outros membros da elite, o terror generalizou por toda a comunidade. Os turcos começaram buscas de casa em casa a procura de armas, sob o pretexto de que os cristãos estavam se armando para uma revolta. A maioria das casas tinha rifles ou pistolas para auto-defesa, e isso serviu como desculpa suficiente para prender um grande número de homens armênios, que foram agredidos, torturados e mortos".
Os armênios sobreviventes, em sua maioria crianças e mulheres, foram enviados para campos de concentração. Os turcos alegavam que se tratava de uma medida de proteção contra este ou aquele invasor. Nestes campos de concentração os prisioneiros na maioria das vezes sequer recebiam alimento necessário para sua sobrevivência, como se pode notar olhando para as fotos existentes hoje.
Nesse dia 24 de Abril, os armênios celebram o centenário daquele que é, possivelmente, um dos maiores crimes já cometidos contra a Humanidade, no qual o governo turco assassinou milhões de cristãos armênios, e milhões de cristãos gregos e assírios. O historiador alemão, Michael Hesemann, afirma que foi um genocídio motivado por questões religiosas. Aquelas pessoas foram mortas por causa de sua fé em Cristo - "Os armênios não foram massacrados por serem armênios, mas porque eram cristãos", diz o historiador.
O mundo precisa reconhecer esse terrível Holocausto Cristão, até porque ele ainda não acabou. Todos os anos milhares de nossos irmãos em Cristo são massacrados por causa de sua fé no mundo, especialmente em nações dominadas pelo Islamismo, tanto na Africa quanto no Oriente.
Assim como muitas nações calam-se sobre o genocídio armênio, também muitos cristãos o ignoram. Quantos cristão sabem que a primeira nação cristã do mundo foi quase inteiramente dizimada pela fúria assassina de fanáticos? Nesses dias onde se fala tanto em tolerância, é assustador precisar admitir que nenhum outro grupo é tão perseguido no mundo, quanto os cristãos. Enquanto o mundo não reconhecer o crime, o genocídio armênio não tem fim, e a Igreja permanece vitima do moderno holocausto da intolerância religiosa. No entanto, até mesmo Israel não parece muito disposto a fazer tal reconhecimento, temendo abalar suas relações com a Turquia (como se fossem boas!).
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