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Teologia Vocacional

Ser um Obrero Aprovado

“Procura apresentar-te a Deus, aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.”

2 Timóteo 2:15

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Com mais de 5 anos de existência, a Revista Báculo já é um marco importante da mídia evangélica no Brasil. Todos os meses, nossa revista proporciona ao leitor artigos, estudos, entrevistas e análises relevantes para a vida cristã e para o ministério. Aqui no site você tem acesso a todas as edições já publicadas.

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Ao estudar com a gente você apoia a obra missionária no Brasil e na Ásia e conta com um conteúdo de primeira qualidade! E você pode escolher quais módulos se encaixam melhor em sua formação teológica e ministerial. Além disso, ao completar os créditos educativos necessários você adquire o Diploma de Bacharel em Teologia chancelado pela New Anglican Missionary Society (NAMS)

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Nossa escola é chancelada pela New Anglican Missionary Society(NAMS), sediada na Carolina do Sul (EUA). Apoiamos a NAMS em suas iniciatias missionárias ao redor do mundo, como é o caso da Residência Missionária, um projeto ousado que possibilita estar a serviço da Igreja de Cristo em diversos locais do mundo.

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TEOLOGIA VOCACIONAL

A Vocação Cristã não se limita aos dons ministeriais ou ao Ministério Ordenado. Na verdade, uma das grandes contribuições de Lutero para a teologia cristã foi uma visão bíblica da vocação, na qual cada pessoa, cada profissão e cada ato da Igreja no mundo é parte da missão do Deus Trinitariano na História. Esse curso irá transformar sua visão da vida e da vocação cristãs.

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quinta-feira

Adventismo contra Sola Scriptura


Rev. Marcelo Lemos

Estaremos publicando aqui uma série de artigos abordando a pretensão de vários pretensos reformados da fé cristã, e não são poucos. Há de se lembrar que um dos lemas da Reforma Protestante foi justamente “Ecclesia Reformata et Semper Reformanda Est”, de autoria do holandês Gisbertus Voetius (1589-1676), cuja tradução é algo próximo a “Igreja Reformada e sempre se reformando”. Significa dizer que a Reforma é um ato contínuo, operado na Igreja pelo Espírito Santo, através das Escrituras. Assim, não se trata de questionarmos o aqui o “semper reformanda est”, mas sim o valor desta ou daquela pretensa reforma. E qual o nosso padrão? As Escrituras Sagradas. Se uma pretendida reforma não se adéqua a tal padrão, deve ser rejeitada e posta de lado no albúm dos falsos reformadores.

A falsa reforma que analisaremos hoje, reeditando estudo que já tínhamos em mãos (de nossa autoria), veio pelas [supostas] visões da Sra. Ellen G. White

Ouça a programação da nossa WebRádio! Você pode escolher qual programa ouvir! 


Como cristãos reformados e evangélicos teríamos muito a criticar em sua pretensa reforma, mas focaremos no fato de que os pilares da Fé Adventista não atende ao pressuposto básico da Reforma, chamado Sola Scriptura. Não atendendo a este requisito básico, todo o restante da construção teológica e apologética dos Adventistas pode ser descartado juntamente. Ainda não encontrei, em sites ou nas redes sociais, Adventista que respondesse a tese básica do estudo que agora publicaremos. Sempre que tentam responder terminam analisando questões que não levantei, ou respondendo perguntas que não fiz. Com isso não faço elogio a mim mesmo, trata-se apenas apontarmos aqui fatos claros e patentes, que impedem qualquer evangélico minimamente bem informado de aceitar a reforma adventista como sendo evangélica.

PRIMEIRA PARTE:
A auto-contradição Adventista sobre White

Vamos a nossa análise dos fatos: A principal das minhas objeções ao Adventismo é ele ter sido fundamentado sobre profecias contemporâneas, especialmente as da Sra. Ellen G. White. Os adventistas se defendem, alegando que isso é uma falsificação da história. O pastor adventista Moisés Mattos, escreve: “Pessoas piedosas estudaram profundamente as Escrituras e chegaram às conclusões sobre pontos doutrinários. Ellen com suas visões apenas confirmou ou retificou o que já se havia estudado” (1). Alejandro Bullón, um dos mais conceituados evangelistas no adventismo contemporâneo vai ainda mais longe: “Então, eu acredito em que ela se encaixa dentro das características de um profeta verdadeiro. Agora, daí a dizer que a igreja adventista segue ela, não. Que a igreja adventista construiu alguma doutrina baseada nos escritos dela, não! Se ela não tivesse existido, se ela não tivesse escrito algum documento, em nenhum papel, a igreja adventista continuaria crendo nas mesmas coisas em que crê, porque todos os fundamentos de fé da igreja adventista são tirados unicamente da Bíblia”(2).

Infelizmente, essa é uma meia-verdade muito bem contada pelos adventistas de nosso tempo. Antes de prosseguirmos é bom manter em mente o que esses apologistas do Adventismo estão nos assegurando. Segundo eles devemos acreditar que:

1) As doutrinas adventistas foram impostas pelo estudo diligente das Escrituras;

2) Os adventistas não seguem Ellen White, sua profeta (alguns chegam a dizer que ela não tem peso doutrinário para sua igreja);

3) As doutrinas adventistas existiriam mesmo sem Ellen White.

De fato, em sua declaração doutrinária, e em suas obras teológicas, os adventistas vão enfatizar o valor único das Sagradas Escrituras. E atentemos para a última tese, que nos diz que mesmo sem as visões da Sra. White o Adventismo seria exatamente como é. Será que isso é verdade? Cabe a nós investigarmos suas declarações mais a fundo, levando em consideração autores e órgãos adventistas autorizados.

No site oficial White State encontramos a seguinte declaração: “Os escritos de Ellen White não constituem substituto para a Bíblia. Eles não podem ser colocados no mesmo nível. As Sagradas Escrituras ocupam posição única, é o único padrão pelo qual todos os outros escritos – incluindo ela – devem ser julgados, e ao qual devem estar subordinados” (3). Eis uma declaração profundamente bíblica e, também, reformada. Eu mesmo poderia dizer o mesmo sobre os escritos de Calvino, Lutero, ou mesmo sobre os 39 Artigos da Religião ou sobre o Livro de Oração Comum, que como anglicano aceito como norma doutrinária e litúrgica. O problema é que a declaração adventista não termina aqui, ela está apenas começando. A continuação diz a respeito da função de Ellen White, e usando as palavras de sua própria profeta, é tido que “todavia, o fato de que Deus revelou Sua vontade aos homens por meio de Sua Palavra, não tornou desnecessária a contínua presença e direção do Espírito Santo. Ao contrário, o Espírito foi prometido por nosso Salvador para aclarar a Palavra a Seus servos, para iluminar e aplicar os seus ensinos”. São palavras encontradas ainda hoje no mais famoso livro adventista, O Grande Conflito, de Ellen White.

Antes de analisarmos se há alguma problema com as declarações do site oficial de Ellen White, vamos usá-las para ver se declarações como as feitas por Bullón podem ser aceitas como verdadeiras. Recorde que o evangelista do adventismo afirma que a Igreja Adventista não segue a Sra. White, nem jamais precisou dela para existir. No entanto, a Sra.White declara que sua função para a igreja dos últimos dias é a de ser “contínua presença e direção do Espírito”, atuando “para aclarar... iluminar e aplicar os seus ensinos”.  Não duvido que Bullón realmente creia no que diz, mas se é assim ele também parece ter sido engando pela propaganda Adventista. Eles nos dizem que os escritos da Sra. White tem o mesmo peso para eles que os escritos de Calvino, Bucer e Crammer tem para um Calvinista, ou os de Wesley para um Metodista. Tal comparação é mais que enganosa. Calvino, Bucer, Crammer e Wesley foram grandes teólogos, e nada além disso. Um evangélico pode ler, gostar e até defender seus autores preferidos, mas jamais dirão que os mesmos escrevam inspirados, ou que são para a Igreja um contínua presença e direção do Espirito Santo. Os adventistas não podem dizer o mesmo sobre sua profeta.

Outra declaração interessante podemos encontrar no livro “Nisto Cremos”, publicação oficial da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Em sua página 291, que introduz um capítulo chamado “O Espírito de Profecia”, ou seja, o ministério profético da Sra. White, diz: “Os Adventistas do Sétimo Dia crêem que um dos dons do Espírito Santo é a profecia. Esse dom é uma característica da igreja remanescente e foi manifestado no ministério de Ellen G. White. Como mensageira do Senhor, seus escritos são uma contínua e autorizada fonte de verdade e proporciona conforto, orientação, instrução e correção à Igreja. Eles tornam claro que a Bíblia é a norma pela qual deve ser provado todo ensino e experiência”.

Observem que nessa mesma obra doutrinária oficial do Adventismo, temos as seguintes ênfases sobre o ministério profético de Ellen G. White:

1) O dom de Profecia foi dado como distintivo da Igreja Remanescente;

2) Esse dom de Profecia, distintivo da Igreja Remanescente, foi dado a Sra. White;

3) Ellen White é, portanto, continua e autorizada fonte de verdadeconfortoorientaçãoinstrução e correção à Igreja.

Por si só, tais declarações já colocam os apologistas do Adventismo, como Bullón, em xeque. Como podem dizer que o Adventismo não depende de White, se oficialmente reconhecem que é é contínua e autorizada fonte de verdade, conforte, orientação, instrução e correção à Igreja? Essa conta, infelizmente, não fecha. Não só isso! Bullón, como qualquer outro adventista, jamais poderá dizer que não precisa sua sua profetiza – a menos que negue a fé. Porque o mesmo livro doutrinário vai dizer que “as Escrituras declaram que o povo de Deus experimentará nos últimos dias da história terrestre a plenitude da ira do satânico poder do dragão... A fim de ajudá-la na sobrevivência em meio ao mais intenso conflito de todas as Eras, Deus, em sua amorável bondade, assegura a Seu povo que não o deixará sozinho. O testemunho de Jesus, o Espírito de Profecia, os guiará em segurança rumo ao objetivo final” (4).

Por mais que o próprio Cristo tenha dito algo completamente distinto em sua promessa de estar pessoalmente com a Igreja até o fim, o Adventista que deseja o “objetivo final” precisa, ao contrário do que nos dizes seus apologistas, do apoio da Sra. White. Felizmente, tudo que a Igreja precisa para não estar sozinha é obedecer ao Evangelho: “Ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinando-os a guardar todas as coisas como eu vos tenho mandado; e eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém” (S. Mateus 28: 19,20). Como podem os Adventistas pretenderem que Ellen White é onde está o auxílio que “os guiará em segurança ao objetivo final”, quando Jesus Cristo disse que fará isso pessoalmente? Mesmo assim se pretendem evangélicos e herdeiros legítimos da reforma. Não o são!

Ainda assim, a propaganda atual do adventismo tem sido tão eficaz que muitos cristãos evangélicos titubeiam sobre estes fatos. E ninguém está obrigado a chegar as mesmas conclusões que eu, se não está sinceramente convencido. Mas talvez eu possa ajudar os indecisos com mais uma citação deste mesmo livro doutrinário da Igreja Adventista. Logo depois de dizer que os escritos de Ellen White levará os adventistas em segurança para os braços de Cristo, o mesmo livro apresenta a seguinte ilustração: A vida cristã é como uma viagem de barco. Deus é o dono do barco, e deu aos passageiros uma manual perfeito para toda a viagem. Esse manual é a Bíblia Sagrada. Porém, quase no fim da viagem haverá uma grande turbulência, com muitos perigos e desafios mortais. Será que o manual é suficiente? Bem, caro leitor, citemos a ilustração em suas próprias palavras, para não sermos acusados de distorção: Para esta porção final da viagem – prossegue o autor – providenciei um piloto, o qual virá ao seu encontro e orientará completamente no tocante as circunstâncias e perigos dessa porção final da viagem. Atenda as suas orientações”.

É amplamente sabido que uma das diferenças entre a Teologia da Reforma e o ensino da Igreja de Roma está justamente na ideia de que a Escritura é Suficiente. Mas, a ilustração Adventista para explicar a utilidade de Ellen White está nos dizendo que o manual, ou seja a Escritura, não é suficiente! Eles precisam de um piloto – que, na atualidade, é sua profetiza. O mais terrível é que a própria ilustração zomba daqueles que imaginar que as Escrituras são suficiente: Mas alguns membros da tripulação erguem-se conta ele no momento em que ele oferece seus préstimos. 'Possuímos o manual original – dizem eles – e isso é suficiente!”. Ou seja, a ilustração critica aqueles que dizem que a Bíblia, o manual, é suficiente! E continua: A partir deste momento, quem está realmente segundo o manual de orientações? Aqueles que rejeitam o piloto, ou aqueles que o aceitam, seguindo a orientação do manual? Julgue você mesmo”. A conclusão da parábola adventista é que os verdadeiros seguidores da Bíblia não aceitam apenas a Bíblia, mas agarram-se também ao ministério profético da Sra. White.

Acredito que aquilo que temos até aqui é mais que suficiente para decidir o caso. A apologética adventista fundamenta-se sobre uma auto-contradição insuperável. Por um lado querem fazer crer que sua única autoridade é a Bíblia, mas por outro lado chegam a zombar, como fazem na obra Nisto Cremos, daqueles que dizem apenas o Manual é suficiente. Mas, também será útil verificarmos a opinião da própria Ellen G. White a respeito desta questão.

SEGUNDA PARTE:
Ellen G. White desmente Igreja Adventista

Vamos recordar que os apologistas do Adventismo nos asseguram que existiam mesmo sem as visões da Sra. White. Porque a Igreja Adventista é o que é, e acredita como faz? Segundo seus defensores tudo isso se deve, exclusivamente ao fato de que seus fundadores foram diligentes pesquisadores das Escrituras. Porém, mesmo quando tentam defender essa inverdade histórica, se contradizem. É o que vemos também na obra doutrina Nisto Cremos: “Os fundadores da igreja desenvolveram suas crenças fundamentais através do estudo da Bíblia; não receberam tais doutrinas através das visões de Ellen White. Seu papel durante o desenvolvimento das doutrinas da igreja foi orientar a compreensão da Bíblia e confirmar as conclusões as quais se chegava através do estudo da Bíblia”.

Temos aqui, como se vê, duas afirmações contraditórias. Primeiro, os Adventistas nos garantes que seus fundadores não receberam suas crenças através das visões de White, e logo em seguida nos diz que White orientou e confirmou as conclusões que adotavam como corretas. Ora, se a primeira afirmação é verdadeira, a segunda é falsa, e vice-versa! Porque ou eles formaram um corpo doutrinário baseado apenas nas Escrituras, ou o fizeram usando as Escrituras junto com as visões da Sra. White. Não podem ter feito as duas coisas! E, como já nos ensinou a ilustração adventista, apenas o Manual não é suficiente...

O leitor provavelmente conhece alguma coisa da história do Adventismo. Resumindo, ele começou quando membros de várias Igrejas resolveram que seguiram o falso mestre Guilherme Miller. Nada do previsto por Miller se realizou, e seus seguidores ficaram desapontados com seus cálculos enganosos sobre a data da Segunda Vinda. Muitos deles retornaram às suas antigas congregações, em sua maioria ortodoxas e fiéis as Escrituras. Mas nem todos se deram por vencidos. Muitos deles insistiram na data, mas precisavam a todo custo justificar seus elaborados cálculos. Não era uma tarefa fácil, de modo que eles se apegaram a uma valiosa muleta: as visões da Sra. White. E não sou eu quem afirma isso, mas ela própria, como veremos em suas próprias palavras. O parágrafo a seguir é de inteira autoria da Sra. White.

Muitos de nosso povo não reconhecem quão firmemente foram lançados os alicerces de nossa fé. Meu esposo, o Pastor José Bates, o Pai Pierce, o Pastor [Hiram] Edson, e outros que eram inteligentes, nobres e verdadeiros, achavam-se entre os que, expirado o tempo em 1844, buscavam a verdade como a tesouros escondidos. Reunia-me com eles, e estudávamos e orávamos fervorosamente. Muitas vezes ficávamos reunidos até alta noite, e às vezes a noite toda, pedindo luz e estudando a Palavra. Repetidas vezes esses irmãos se reuniram para estudar a Bíblia, a fim de que conhecessem seu sentido e estivessem preparados para ensiná-la com poder. Quando, em seu estudo, chegavam a ponto de dizerem: "Nada mais podemos fazer", o Espírito do Senhor vinha sobre mim, e eu era arrebatada em visão, e era-me dada uma clara explanação das passagens que estivéramos estudando, com instruções quanto à maneira em que devíamos trabalhar e ensinar eficientemente. Assim nos foi proporcionada luz que nos ajudou a compreender as passagens acerca de Cristo, Sua missão e sacerdócio. Foi-me tornada clara uma cadeia de verdades que se estendia daquele tempo até ao tempo em que entraremos na cidade de Deus, e transmiti aos outros as instruções que o Senhor me dera” (5).

Os modernos apologistas do Adventismo não estavam presentes quanto o movimento estabeleceu suas crenças fundamentais; Ellen G. White, porém, estava, e nos deixou uma descrição bem precisa de como tudo aconteceu. Segundo ela, na busca desesperada por uma justificativa para as falsas previsões do herege Miller, os fundadores reuniam-se para estudarem as Escrituras. A media que as horas passavam, e várias teorias eram apresentadas sem chegarem a um acordo, eles simplesmente reconheciam sua impotência diante do desafio auto-imposto, e clamavam “Nada mais podemos fazer!”. Essas são palavras da própria White, profetiza e testemunha daqueles dias. Mas, se não conseguiam discernir qual a verdade através do estudo das Escrituras, como o fizeram? White responde sem nenhuma cerimônia: “o Espírito do Senhor vinha sobre mim, e eu era arrebatada em visão, e era-me dada uma clara explanação das passagens que estivéramos estudando”; foi assim, e não pelo Estudo Bíblico, que “ nos foi proporcionada luz que nos ajudou a compreender as passagens acerca de Cristo, Sua missão e sacerdócio”, explica a profetiza.

A própria Sra. White admite que não entendia nada de teologia, ou de exegése, sendo absolutamente incapaz de sequer compreender as várias teorias que eram propostas: “Durante todo o tempo eu não podia compreender o arrazoamento dos irmãos. Minha mente estava por assim dizer fechada, não podia compreender o sentido das passagens que estudávamos. Esta foi uma das maiores tristezas de minha vida. Fiquei neste estado de espírito até que nos fossem tornados claros todos os pontos principais de nossa fé, em harmonia com a Palavra de Deus.  Mas isso não era problema para uma... profeta! Sem qualquer rodeio ela comenta que “Fiquei neste estado de espírito até que nos fossem tornados claros todos os pontos principais de nossa fé, em harmonia com a Palavra de Deus. Os irmãos sabiam que, quando não em visão, eu não compreendia esses assuntos, e aceitaram como luz direta do Céu as revelações dadas”. Mas agora, desmentindo sua própria mentora, os Adventistas querem nos convencer que sua Igreja segue apenas as Escrituras? Ora, ela mesmo admite que os fundadores, e ela, não foram capaz de estabeleceu suas crenças fundamentais!

Esta mesma verdade histórica é assumida no livro adventista “Cristo em Seu Santuário”, onde o autor, num capítulo com o sugestivo título A Verdade Estabelecida Pelo Testemunho do Espírito, afirma: “As visões dadas a Ellen White, conquanto não alcançando além do estudo da Bíblia, confirmavam a solidez da posição assumida de que uma importante fase do ministério de Cristo no santuário celestial tivera início em 22 de outubro de 1844. Gradualmente a largura e a profundidade do assunto abriram-se perante os crentes do advento. Olhando retrospectivamente à experiência nos últimos anos, ela relembrou seus estudos e as manifestas provas da mão guiadora de Deus”.

Observe que Ellen G. White abertamente contradiz os apologistas de sua igreja, como Bullón, os quais afirmam que não precisam dela, ou minimizam seu valor e importância para o estabelecimento da Fé Adventista. Talvez desconheçam que até mesmo quando alguém questionava as decisões doutrinárias que os fundadores iam tomando, os conflitos não eram resolvidos através de mais estudo das Escrituras, mas sim através das visões de sua profetiza, como ela mesmo confessa: Naquele tempo, erro após erro procurava forçar entrada entre nós; ministros e doutores introduziam novas doutrinas. Nós estudávamos as Escrituras com muita oração, e o Espírito Santo nos trazia ao espírito a verdade (6). Visões e profecias modernas são o método usado por uma igreja Bíblica para solucionar conflitos doutrinários? Segundo Ellen White a resposta é sim: “Por vezes noites inteiras eram consagradas à pesquisa das Escrituras, a pedir fervorosamente a Deus Sua guia. Juntavam-se para esse fim grupos de homens e mulheres pios. O poder de Deus vinha sobre mim, e eu era habilitada a definir claramente o que era verdade ou erro.Ao serem assim estabelecidos os pontos de nossa fé, nossos pés se colocavam sobre um firme fundamento”.

O mais assustador nisso é que Ellen White se alegra em dizer que fé adventista se firma sobre “um firme fundamento”. Mas, como ela tinha essa convicção? Pelo estudo das Escrituras? Infelizmente não, sua certeza, e a certeza de seus seguidores de então, nascia do [suposto] fato de que ela, como mensageira de Deus, tinha acesso a visões celestiais, e assim era capaz de revelar quais dos estudantes das Escrituras estava com a interpretação verdadeira! Aqui entre nós: assim era fácil vencer qualquer debate, né? Bastava chamar a profetiza: “Aceitávamos a verdade ponto por ponto, sob a demonstração do Espírito Santo. Eu era arrebatada em visão, e eram-me feitas explanações. Foram-me dadas ilustrações de coisas celestiais, e do santuário, de modo que fomos colocados em posição onde a luz sobre nós resplandecia em raios claros e distintos. Eu sei que a questão do santuário se firma em justiça e verdade, tal como a temos mantido por tantos anos”.

Até mesmo sobre se deviam ou não restaurar a guarda do Sétimo Dia, a certeza veio a eles através das visões de sua profeta, e não por meio do Estudo Bíblia apenas (como gostam de dizer): “O santo sábado tinha aparência gloriosa - um halo de glória o circundava. Vi que o mandamento do sábado não fora pregado na cruz. Se tivesse sido, os outros nove mandamentos também o teriam, e estaríamos na liberdade de transgredi-los a todos, bem como o quarto mandamento. Vi que Deus não havia mudado o sábado, pois Ele jamais muda” (7).

E, se algum teólogo ou estudante das Escrituras descobria alguma falha nos ensinos da seita, rapidamente a autoridade de Ellen White era evocada. É a própria profetiza quem nos conta esse detalhe ao comentar sobre um tal Pastor G em um se seus livros. Acompanhe: “Tenho estado a suplicar ao Senhor força e sabedoria para reproduzir os escritos das testemunhas que foram confirmadas na fé e na primitiva história da mensagem. Após a passagem do tempo em 1844, eles receberam a luz e andaram na luz, e quando os homens que pretendiam possuir novo esclarecimento vinham com suas maravilhosas mensagens acerca de vários pontos da Escritura, tínhamos, pela atuação do Espírito Santo, testemunhos bem definidos, que excluíam a influência de mensagens como as que o Pastor G tem devotado o tempo a apresentar. Esse pobre homem tem estado a trabalhar decididamente contra a verdade confirmada pelo Espírito Santo. Quando o poder de Deus testifica daquilo que é a verdade, essa verdade deve permanecer para sempre como a verdade. Não devem ser agasalhadas quaisquer suposições...” (8).

O erro do “pobre Pastor G”, como White o chama, foi questionar a famosa Doutrina do Santuário, ao invés de analisar seus argumentos biblicamente, a profetiza simplesmente o destruiu alegando que a doutrina oficial da seita havia sido confirmada por suas visões, e portanto, devem permanecer para sempre. Se um Adventista lhe disse que sua Igreja pode mudar de opinião se alguém lhe mostrar a verdade bíblica, está mentindo. Ele não pode fazer isso, e o Pastor G é uma prova histórica disso. Os Adventistas não podem mudar seu modo de pensar, institucionalmente falando, porque acreditam exatamente como sua profetiza: “quando o poder de Deus testifica daquilo que é a verdade, deve perm[ para sempre”.

Por tudo o que vimos na primeira e segunda parte deste estudo, resta-nos apenas uma conclusão óbvia e inescapável: o Adventismo do Sétimo Dia deve, com muita propriedade, ser classificado junto com todos os outros falsos reformadores que surgiram, e ainda virão, na História da Igreja. E, uma vez que seu fundamento é falso, por não ter a Bíblia como suficiente, todo seu castelo teológico cai por terra.
____

(4) Nisto Cremos, 298.
(5) Mensagens Escolhidas, vol. 1, págs. 206 e 207.
(6) Obreiros Evangélicos, págs. 302 e 303.
(7) Primeiros Escritos, págs. 32 e 33.
(8) Cristo Em Seu Santuário, pg. 16.

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3) As doutrinas adventistas existiriam mesmo sem Ellen White.

De fato, em sua declaração doutrinária, e em suas obras teológicas, os adventistas vão enfatizar o valor único das Sagradas Escrituras. E atentemos para a última tese, que nos diz que mesmo sem as visões da Sra. White o Adventismo seria exatamente como é. Será que isso é verdade? Cabe a nós investigarmos suas declarações mais a fundo, levando em consideração autores e órgãos adventistas autorizados.

No site oficial White State encontramos a seguinte declaração: “Os escritos de Ellen White não constituem substituto para a Bíblia. Eles não podem ser colocados no mesmo nível. As Sagradas Escrituras ocupam posição única, é o único padrão pelo qual todos os outros escritos – incluindo ela – devem ser julgados, e ao qual devem estar subordinados” (3). Eis uma declaração profundamente bíblica e, também, reformada. Eu mesmo poderia dizer o mesmo sobre os escritos de Calvino, Lutero, ou mesmo sobre os 39 Artigos da Religião ou sobre o Livro de Oração Comum, que como anglicano aceito como norma doutrinária e litúrgica. O problema é que a declaração adventista não termina aqui, ela está apenas começando. A continuação diz a respeito da função de Ellen White, e usando as palavras de sua própria profeta, é tido que “todavia, o fato de que Deus revelou Sua vontade aos homens por meio de Sua Palavra, não tornou desnecessária a contínua presença e direção do Espírito Santo. Ao contrário, o Espírito foi prometido por nosso Salvador para aclarar a Palavra a Seus servos, para iluminar e aplicar os seus ensinos”. São palavras encontradas ainda hoje no mais famoso livro adventista, O Grande Conflito, de Ellen White.

Antes de analisarmos se há alguma problema com as declarações do site oficial de Ellen White, vamos usá-las para ver se declarações como as feitas por Bullón podem ser aceitas como verdadeiras. Recorde que o evangelista do adventismo afirma que a Igreja Adventista não segue a Sra. White, nem jamais precisou dela para existir. No entanto, a Sra.White declara que sua função para a igreja dos últimos dias é a de ser “contínua presença e direção do Espírito”, atuando “para aclarar... iluminar e aplicar os seus ensinos”.  Não duvido que Bullón realmente creia no que diz, mas se é assim ele também parece ter sido engando pela propaganda Adventista. Eles nos dizem que os escritos da Sra. White tem o mesmo peso para eles que os escritos de Calvino, Bucer e Crammer tem para um Calvinista, ou os de Wesley para um Metodista. Tal comparação é mais que enganosa. Calvino, Bucer, Crammer e Wesley foram grandes teólogos, e nada além disso. Um evangélico pode ler, gostar e até defender seus autores preferidos, mas jamais dirão que os mesmos escrevam inspirados, ou que são para a Igreja um contínua presença e direção do Espirito Santo. Os adventistas não podem dizer o mesmo sobre sua profeta.

Outra declaração interessante podemos encontrar no livro “Nisto Cremos”, publicação oficial da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Em sua página 291, que introduz um capítulo chamado “O Espírito de Profecia”, ou seja, o ministério profético da Sra. White, diz: “Os Adventistas do Sétimo Dia crêem que um dos dons do Espírito Santo é a profecia. Esse dom é uma característica da igreja remanescente e foi manifestado no ministério de Ellen G. White. Como mensageira do Senhor, seus escritos são uma contínua e autorizada fonte de verdade e proporciona conforto, orientação, instrução e correção à Igreja. Eles tornam claro que a Bíblia é a norma pela qual deve ser provado todo ensino e experiência”.

Observem que nessa mesma obra doutrinária oficial do Adventismo, temos as seguintes ênfases sobre o ministério profético de Ellen G. White:

1) O dom de Profecia foi dado como distintivo da Igreja Remanescente;

2) Esse dom de Profecia, distintivo da Igreja Remanescente, foi dado a Sra. White;

3) Ellen White é, portanto, continua e autorizada fonte de verdadeconfortoorientaçãoinstrução e correção à Igreja.

Por si só, tais declarações já colocam os apologistas do Adventismo, como Bullón, em xeque. Como podem dizer que o Adventismo não depende de White, se oficialmente reconhecem que é é contínua e autorizada fonte de verdade, conforte, orientação, instrução e correção à Igreja? Essa conta, infelizmente, não fecha. Não só isso! Bullón, como qualquer outro adventista, jamais poderá dizer que não precisa sua sua profetiza – a menos que negue a fé. Porque o mesmo livro doutrinário vai dizer que “as Escrituras declaram que o povo de Deus experimentará nos últimos dias da história terrestre a plenitude da ira do satânico poder do dragão... A fim de ajudá-la na sobrevivência em meio ao mais intenso conflito de todas as Eras, Deus, em sua amorável bondade, assegura a Seu povo que não o deixará sozinho. O testemunho de Jesus, o Espírito de Profecia, os guiará em segurança rumo ao objetivo final” (4).

Por mais que o próprio Cristo tenha dito algo completamente distinto em sua promessa de estar pessoalmente com a Igreja até o fim, o Adventista que deseja o “objetivo final” precisa, ao contrário do que nos dizes seus apologistas, do apoio da Sra. White. Felizmente, tudo que a Igreja precisa para não estar sozinha é obedecer ao Evangelho: “Ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinando-os a guardar todas as coisas como eu vos tenho mandado; e eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém” (S. Mateus 28: 19,20). Como podem os Adventistas pretenderem que Ellen White é onde está o auxílio que “os guiará em segurança ao objetivo final”, quando Jesus Cristo disse que fará isso pessoalmente? Mesmo assim se pretendem evangélicos e herdeiros legítimos da reforma. Não o são!

Ainda assim, a propaganda atual do adventismo tem sido tão eficaz que muitos cristãos evangélicos titubeiam sobre estes fatos. E ninguém está obrigado a chegar as mesmas conclusões que eu, se não está sinceramente convencido. Mas talvez eu possa ajudar os indecisos com mais uma citação deste mesmo livro doutrinário da Igreja Adventista. Logo depois de dizer que os escritos de Ellen White levará os adventistas em segurança para os braços de Cristo, o mesmo livro apresenta a seguinte ilustração: A vida cristã é como uma viagem de barco. Deus é o dono do barco, e deu aos passageiros uma manual perfeito para toda a viagem. Esse manual é a Bíblia Sagrada. Porém, quase no fim da viagem haverá uma grande turbulência, com muitos perigos e desafios mortais. Será que o manual é suficiente? Bem, caro leitor, citemos a ilustração em suas próprias palavras, para não sermos acusados de distorção: Para esta porção final da viagem – prossegue o autor – providenciei um piloto, o qual virá ao seu encontro e orientará completamente no tocante as circunstâncias e perigos dessa porção final da viagem. Atenda as suas orientações”.

É amplamente sabido que uma das diferenças entre a Teologia da Reforma e o ensino da Igreja de Roma está justamente na ideia de que a Escritura é Suficiente. Mas, a ilustração Adventista para explicar a utilidade de Ellen White está nos dizendo que o manual, ou seja a Escritura, não é suficiente! Eles precisam de um piloto – que, na atualidade, é sua profetiza. O mais terrível é que a própria ilustração zomba daqueles que imaginar que as Escrituras são suficiente: Mas alguns membros da tripulação erguem-se conta ele no momento em que ele oferece seus préstimos. 'Possuímos o manual original – dizem eles – e isso é suficiente!”. Ou seja, a ilustração critica aqueles que dizem que a Bíblia, o manual, é suficiente! E continua: A partir deste momento, quem está realmente segundo o manual de orientações? Aqueles que rejeitam o piloto, ou aqueles que o aceitam, seguindo a orientação do manual? Julgue você mesmo”. A conclusão da parábola adventista é que os verdadeiros seguidores da Bíblia não aceitam apenas a Bíblia, mas agarram-se também ao ministério profético da Sra. White.

Acredito que aquilo que temos até aqui é mais que suficiente para decidir o caso. A apologética adventista fundamenta-se sobre uma auto-contradição insuperável. Por um lado querem fazer crer que sua única autoridade é a Bíblia, mas por outro lado chegam a zombar, como fazem na obra Nisto Cremos, daqueles que dizem apenas o Manual é suficiente. Mas, também será útil verificarmos a opinião da própria Ellen G. White a respeito desta questão.

SEGUNDA PARTE:
Ellen G. White desmente Igreja Adventista

Vamos recordar que os apologistas do Adventismo nos asseguram que existiam mesmo sem as visões da Sra. White. Porque a Igreja Adventista é o que é, e acredita como faz? Segundo seus defensores tudo isso se deve, exclusivamente ao fato de que seus fundadores foram diligentes pesquisadores das Escrituras. Porém, mesmo quando tentam defender essa inverdade histórica, se contradizem. É o que vemos também na obra doutrina Nisto Cremos: “Os fundadores da igreja desenvolveram suas crenças fundamentais através do estudo da Bíblia; não receberam tais doutrinas através das visões de Ellen White. Seu papel durante o desenvolvimento das doutrinas da igreja foi orientar a compreensão da Bíblia e confirmar as conclusões as quais se chegava através do estudo da Bíblia”.

Temos aqui, como se vê, duas afirmações contraditórias. Primeiro, os Adventistas nos garantes que seus fundadores não receberam suas crenças através das visões de White, e logo em seguida nos diz que White orientou e confirmou as conclusões que adotavam como corretas. Ora, se a primeira afirmação é verdadeira, a segunda é falsa, e vice-versa! Porque ou eles formaram um corpo doutrinário baseado apenas nas Escrituras, ou o fizeram usando as Escrituras junto com as visões da Sra. White. Não podem ter feito as duas coisas! E, como já nos ensinou a ilustração adventista, apenas o Manual não é suficiente...

O leitor provavelmente conhece alguma coisa da história do Adventismo. Resumindo, ele começou quando membros de várias Igrejas resolveram que seguiram o falso mestre Guilherme Miller. Nada do previsto por Miller se realizou, e seus seguidores ficaram desapontados com seus cálculos enganosos sobre a data da Segunda Vinda. Muitos deles retornaram às suas antigas congregações, em sua maioria ortodoxas e fiéis as Escrituras. Mas nem todos se deram por vencidos. Muitos deles insistiram na data, mas precisavam a todo custo justificar seus elaborados cálculos. Não era uma tarefa fácil, de modo que eles se apegaram a uma valiosa muleta: as visões da Sra. White. E não sou eu quem afirma isso, mas ela própria, como veremos em suas próprias palavras. O parágrafo a seguir é de inteira autoria da Sra. White.

Muitos de nosso povo não reconhecem quão firmemente foram lançados os alicerces de nossa fé. Meu esposo, o Pastor José Bates, o Pai Pierce, o Pastor [Hiram] Edson, e outros que eram inteligentes, nobres e verdadeiros, achavam-se entre os que, expirado o tempo em 1844, buscavam a verdade como a tesouros escondidos. Reunia-me com eles, e estudávamos e orávamos fervorosamente. Muitas vezes ficávamos reunidos até alta noite, e às vezes a noite toda, pedindo luz e estudando a Palavra. Repetidas vezes esses irmãos se reuniram para estudar a Bíblia, a fim de que conhecessem seu sentido e estivessem preparados para ensiná-la com poder. Quando, em seu estudo, chegavam a ponto de dizerem: "Nada mais podemos fazer", o Espírito do Senhor vinha sobre mim, e eu era arrebatada em visão, e era-me dada uma clara explanação das passagens que estivéramos estudando, com instruções quanto à maneira em que devíamos trabalhar e ensinar eficientemente. Assim nos foi proporcionada luz que nos ajudou a compreender as passagens acerca de Cristo, Sua missão e sacerdócio. Foi-me tornada clara uma cadeia de verdades que se estendia daquele tempo até ao tempo em que entraremos na cidade de Deus, e transmiti aos outros as instruções que o Senhor me dera” (5).

Os modernos apologistas do Adventismo não estavam presentes quanto o movimento estabeleceu suas crenças fundamentais; Ellen G. White, porém, estava, e nos deixou uma descrição bem precisa de como tudo aconteceu. Segundo ela, na busca desesperada por uma justificativa para as falsas previsões do herege Miller, os fundadores reuniam-se para estudarem as Escrituras. A media que as horas passavam, e várias teorias eram apresentadas sem chegarem a um acordo, eles simplesmente reconheciam sua impotência diante do desafio auto-imposto, e clamavam “Nada mais podemos fazer!”. Essas são palavras da própria White, profetiza e testemunha daqueles dias. Mas, se não conseguiam discernir qual a verdade através do estudo das Escrituras, como o fizeram? White responde sem nenhuma cerimônia: “o Espírito do Senhor vinha sobre mim, e eu era arrebatada em visão, e era-me dada uma clara explanação das passagens que estivéramos estudando”; foi assim, e não pelo Estudo Bíblico, que “ nos foi proporcionada luz que nos ajudou a compreender as passagens acerca de Cristo, Sua missão e sacerdócio”, explica a profetiza.

A própria Sra. White admite que não entendia nada de teologia, ou de exegése, sendo absolutamente incapaz de sequer compreender as várias teorias que eram propostas: “Durante todo o tempo eu não podia compreender o arrazoamento dos irmãos. Minha mente estava por assim dizer fechada, não podia compreender o sentido das passagens que estudávamos. Esta foi uma das maiores tristezas de minha vida. Fiquei neste estado de espírito até que nos fossem tornados claros todos os pontos principais de nossa fé, em harmonia com a Palavra de Deus.  Mas isso não era problema para uma... profeta! Sem qualquer rodeio ela comenta que “Fiquei neste estado de espírito até que nos fossem tornados claros todos os pontos principais de nossa fé, em harmonia com a Palavra de Deus. Os irmãos sabiam que, quando não em visão, eu não compreendia esses assuntos, e aceitaram como luz direta do Céu as revelações dadas”. Mas agora, desmentindo sua própria mentora, os Adventistas querem nos convencer que sua Igreja segue apenas as Escrituras? Ora, ela mesmo admite que os fundadores, e ela, não foram capaz de estabeleceu suas crenças fundamentais!

Esta mesma verdade histórica é assumida no livro adventista “Cristo em Seu Santuário”, onde o autor, num capítulo com o sugestivo título A Verdade Estabelecida Pelo Testemunho do Espírito, afirma: “As visões dadas a Ellen White, conquanto não alcançando além do estudo da Bíblia, confirmavam a solidez da posição assumida de que uma importante fase do ministério de Cristo no santuário celestial tivera início em 22 de outubro de 1844. Gradualmente a largura e a profundidade do assunto abriram-se perante os crentes do advento. Olhando retrospectivamente à experiência nos últimos anos, ela relembrou seus estudos e as manifestas provas da mão guiadora de Deus”.

Observe que Ellen G. White abertamente contradiz os apologistas de sua igreja, como Bullón, os quais afirmam que não precisam dela, ou minimizam seu valor e importância para o estabelecimento da Fé Adventista. Talvez desconheçam que até mesmo quando alguém questionava as decisões doutrinárias que os fundadores iam tomando, os conflitos não eram resolvidos através de mais estudo das Escrituras, mas sim através das visões de sua profetiza, como ela mesmo confessa: Naquele tempo, erro após erro procurava forçar entrada entre nós; ministros e doutores introduziam novas doutrinas. Nós estudávamos as Escrituras com muita oração, e o Espírito Santo nos trazia ao espírito a verdade (6). Visões e profecias modernas são o método usado por uma igreja Bíblica para solucionar conflitos doutrinários? Segundo Ellen White a resposta é sim: “Por vezes noites inteiras eram consagradas à pesquisa das Escrituras, a pedir fervorosamente a Deus Sua guia. Juntavam-se para esse fim grupos de homens e mulheres pios. O poder de Deus vinha sobre mim, e eu era habilitada a definir claramente o que era verdade ou erro.Ao serem assim estabelecidos os pontos de nossa fé, nossos pés se colocavam sobre um firme fundamento”.

O mais assustador nisso é que Ellen White se alegra em dizer que fé adventista se firma sobre “um firme fundamento”. Mas, como ela tinha essa convicção? Pelo estudo das Escrituras? Infelizmente não, sua certeza, e a certeza de seus seguidores de então, nascia do [suposto] fato de que ela, como mensageira de Deus, tinha acesso a visões celestiais, e assim era capaz de revelar quais dos estudantes das Escrituras estava com a interpretação verdadeira! Aqui entre nós: assim era fácil vencer qualquer debate, né? Bastava chamar a profetiza: “Aceitávamos a verdade ponto por ponto, sob a demonstração do Espírito Santo. Eu era arrebatada em visão, e eram-me feitas explanações. Foram-me dadas ilustrações de coisas celestiais, e do santuário, de modo que fomos colocados em posição onde a luz sobre nós resplandecia em raios claros e distintos. Eu sei que a questão do santuário se firma em justiça e verdade, tal como a temos mantido por tantos anos”.

Até mesmo sobre se deviam ou não restaurar a guarda do Sétimo Dia, a certeza veio a eles através das visões de sua profeta, e não por meio do Estudo Bíblia apenas (como gostam de dizer): “O santo sábado tinha aparência gloriosa - um halo de glória o circundava. Vi que o mandamento do sábado não fora pregado na cruz. Se tivesse sido, os outros nove mandamentos também o teriam, e estaríamos na liberdade de transgredi-los a todos, bem como o quarto mandamento. Vi que Deus não havia mudado o sábado, pois Ele jamais muda” (7).

E, se algum teólogo ou estudante das Escrituras descobria alguma falha nos ensinos da seita, rapidamente a autoridade de Ellen White era evocada. É a própria profetiza quem nos conta esse detalhe ao comentar sobre um tal Pastor G em um se seus livros. Acompanhe: “Tenho estado a suplicar ao Senhor força e sabedoria para reproduzir os escritos das testemunhas que foram confirmadas na fé e na primitiva história da mensagem. Após a passagem do tempo em 1844, eles receberam a luz e andaram na luz, e quando os homens que pretendiam possuir novo esclarecimento vinham com suas maravilhosas mensagens acerca de vários pontos da Escritura, tínhamos, pela atuação do Espírito Santo, testemunhos bem definidos, que excluíam a influência de mensagens como as que o Pastor G tem devotado o tempo a apresentar. Esse pobre homem tem estado a trabalhar decididamente contra a verdade confirmada pelo Espírito Santo. Quando o poder de Deus testifica daquilo que é a verdade, essa verdade deve permanecer para sempre como a verdade. Não devem ser agasalhadas quaisquer suposições...” (8).

O erro do “pobre Pastor G”, como White o chama, foi questionar a famosa Doutrina do Santuário, ao invés de analisar seus argumentos biblicamente, a profetiza simplesmente o destruiu alegando que a doutrina oficial da seita havia sido confirmada por suas visões, e portanto, devem permanecer para sempre. Se um Adventista lhe disse que sua Igreja pode mudar de opinião se alguém lhe mostrar a verdade bíblica, está mentindo. Ele não pode fazer isso, e o Pastor G é uma prova histórica disso. Os Adventistas não podem mudar seu modo de pensar, institucionalmente falando, porque acreditam exatamente como sua profetiza: “quando o poder de Deus testifica daquilo que é a verdade, deve perm[ para sempre”.

Por tudo o que vimos na primeira e segunda parte deste estudo, resta-nos apenas uma conclusão óbvia e inescapável: o Adventismo do Sétimo Dia deve, com muita propriedade, ser classificado junto com todos os outros falsos reformadores que surgiram, e ainda virão, na História da Igreja. E, uma vez que seu fundamento é falso, por não ter a Bíblia como suficiente, todo seu castelo teológico cai por terra.
____

(4) Nisto Cremos, 298.
(5) Mensagens Escolhidas, vol. 1, págs. 206 e 207.
(6) Obreiros Evangélicos, págs. 302 e 303.
(7) Primeiros Escritos, págs. 32 e 33.
(8) Cristo Em Seu Santuário, pg. 16.

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Adventismo contra Sola Scriptura


Rev. Marcelo Lemos

Estaremos publicando aqui uma série de artigos abordando a pretensão de vários pretensos reformados da fé cristã, e não são poucos. Há de se lembrar que um dos lemas da Reforma Protestante foi justamente “Ecclesia Reformata et Semper Reformanda Est”, de autoria do holandês Gisbertus Voetius (1589-1676), cuja tradução é algo próximo a “Igreja Reformada e sempre se reformando”. Significa dizer que a Reforma é um ato contínuo, operado na Igreja pelo Espírito Santo, através das Escrituras. Assim, não se trata de questionarmos o aqui o “semper reformanda est”, mas sim o valor desta ou daquela pretensa reforma. E qual o nosso padrão? As Escrituras Sagradas. Se uma pretendida reforma não se adéqua a tal padrão, deve ser rejeitada e posta de lado no albúm dos falsos reformadores.

A falsa reforma que analisaremos hoje, reeditando estudo que já tínhamos em mãos (de nossa autoria), veio pelas [supostas] visões da Sra. Ellen G. White

Ouça a programação da nossa WebRádio! Você pode escolher qual programa ouvir! 


Como cristãos reformados e evangélicos teríamos muito a criticar em sua pretensa reforma, mas focaremos no fato de que os pilares da Fé Adventista não atende ao pressuposto básico da Reforma, chamado Sola Scriptura. Não atendendo a este requisito básico, todo o restante da construção teológica e apologética dos Adventistas pode ser descartado juntamente. Ainda não encontrei, em sites ou nas redes sociais, Adventista que respondesse a tese básica do estudo que agora publicaremos. Sempre que tentam responder terminam analisando questões que não levantei, ou respondendo perguntas que não fiz. Com isso não faço elogio a mim mesmo, trata-se apenas apontarmos aqui fatos claros e patentes, que impedem qualquer evangélico minimamente bem informado de aceitar a reforma adventista como sendo evangélica.

PRIMEIRA PARTE:
A auto-contradição Adventista sobre White

Vamos a nossa análise dos fatos: A principal das minhas objeções ao Adventismo é ele ter sido fundamentado sobre profecias contemporâneas, especialmente as da Sra. Ellen G. White. Os adventistas se defendem, alegando que isso é uma falsificação da história. O pastor adventista Moisés Mattos, escreve: “Pessoas piedosas estudaram profundamente as Escrituras e chegaram às conclusões sobre pontos doutrinários. Ellen com suas visões apenas confirmou ou retificou o que já se havia estudado” (1). Alejandro Bullón, um dos mais conceituados evangelistas no adventismo contemporâneo vai ainda mais longe: “Então, eu acredito em que ela se encaixa dentro das características de um profeta verdadeiro. Agora, daí a dizer que a igreja adventista segue ela, não. Que a igreja adventista construiu alguma doutrina baseada nos escritos dela, não! Se ela não tivesse existido, se ela não tivesse escrito algum documento, em nenhum papel, a igreja adventista continuaria crendo nas mesmas coisas em que crê, porque todos os fundamentos de fé da igreja adventista são tirados unicamente da Bíblia”(2).

Infelizmente, essa é uma meia-verdade muito bem contada pelos adventistas de nosso tempo. Antes de prosseguirmos é bom manter em mente o que esses apologistas do Adventismo estão nos assegurando. Segundo eles devemos acreditar que:

1) As doutrinas adventistas foram impostas pelo estudo diligente das Escrituras;

2) Os adventistas não seguem Ellen White, sua profeta (alguns chegam a dizer que ela não tem peso doutrinário para sua igreja);

3) As doutrinas adventistas existiriam mesmo sem Ellen White.

De fato, em sua declaração doutrinária, e em suas obras teológicas, os adventistas vão enfatizar o valor único das Sagradas Escrituras. E atentemos para a última tese, que nos diz que mesmo sem as visões da Sra. White o Adventismo seria exatamente como é. Será que isso é verdade? Cabe a nós investigarmos suas declarações mais a fundo, levando em consideração autores e órgãos adventistas autorizados.

No site oficial White State encontramos a seguinte declaração: “Os escritos de Ellen White não constituem substituto para a Bíblia. Eles não podem ser colocados no mesmo nível. As Sagradas Escrituras ocupam posição única, é o único padrão pelo qual todos os outros escritos – incluindo ela – devem ser julgados, e ao qual devem estar subordinados” (3). Eis uma declaração profundamente bíblica e, também, reformada. Eu mesmo poderia dizer o mesmo sobre os escritos de Calvino, Lutero, ou mesmo sobre os 39 Artigos da Religião ou sobre o Livro de Oração Comum, que como anglicano aceito como norma doutrinária e litúrgica. O problema é que a declaração adventista não termina aqui, ela está apenas começando. A continuação diz a respeito da função de Ellen White, e usando as palavras de sua própria profeta, é tido que “todavia, o fato de que Deus revelou Sua vontade aos homens por meio de Sua Palavra, não tornou desnecessária a contínua presença e direção do Espírito Santo. Ao contrário, o Espírito foi prometido por nosso Salvador para aclarar a Palavra a Seus servos, para iluminar e aplicar os seus ensinos”. São palavras encontradas ainda hoje no mais famoso livro adventista, O Grande Conflito, de Ellen White.

Antes de analisarmos se há alguma problema com as declarações do site oficial de Ellen White, vamos usá-las para ver se declarações como as feitas por Bullón podem ser aceitas como verdadeiras. Recorde que o evangelista do adventismo afirma que a Igreja Adventista não segue a Sra. White, nem jamais precisou dela para existir. No entanto, a Sra.White declara que sua função para a igreja dos últimos dias é a de ser “contínua presença e direção do Espírito”, atuando “para aclarar... iluminar e aplicar os seus ensinos”.  Não duvido que Bullón realmente creia no que diz, mas se é assim ele também parece ter sido engando pela propaganda Adventista. Eles nos dizem que os escritos da Sra. White tem o mesmo peso para eles que os escritos de Calvino, Bucer e Crammer tem para um Calvinista, ou os de Wesley para um Metodista. Tal comparação é mais que enganosa. Calvino, Bucer, Crammer e Wesley foram grandes teólogos, e nada além disso. Um evangélico pode ler, gostar e até defender seus autores preferidos, mas jamais dirão que os mesmos escrevam inspirados, ou que são para a Igreja um contínua presença e direção do Espirito Santo. Os adventistas não podem dizer o mesmo sobre sua profeta.

Outra declaração interessante podemos encontrar no livro “Nisto Cremos”, publicação oficial da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Em sua página 291, que introduz um capítulo chamado “O Espírito de Profecia”, ou seja, o ministério profético da Sra. White, diz: “Os Adventistas do Sétimo Dia crêem que um dos dons do Espírito Santo é a profecia. Esse dom é uma característica da igreja remanescente e foi manifestado no ministério de Ellen G. White. Como mensageira do Senhor, seus escritos são uma contínua e autorizada fonte de verdade e proporciona conforto, orientação, instrução e correção à Igreja. Eles tornam claro que a Bíblia é a norma pela qual deve ser provado todo ensino e experiência”.

Observem que nessa mesma obra doutrinária oficial do Adventismo, temos as seguintes ênfases sobre o ministério profético de Ellen G. White:

1) O dom de Profecia foi dado como distintivo da Igreja Remanescente;

2) Esse dom de Profecia, distintivo da Igreja Remanescente, foi dado a Sra. White;

3) Ellen White é, portanto, continua e autorizada fonte de verdadeconfortoorientaçãoinstrução e correção à Igreja.

Por si só, tais declarações já colocam os apologistas do Adventismo, como Bullón, em xeque. Como podem dizer que o Adventismo não depende de White, se oficialmente reconhecem que é é contínua e autorizada fonte de verdade, conforte, orientação, instrução e correção à Igreja? Essa conta, infelizmente, não fecha. Não só isso! Bullón, como qualquer outro adventista, jamais poderá dizer que não precisa sua sua profetiza – a menos que negue a fé. Porque o mesmo livro doutrinário vai dizer que “as Escrituras declaram que o povo de Deus experimentará nos últimos dias da história terrestre a plenitude da ira do satânico poder do dragão... A fim de ajudá-la na sobrevivência em meio ao mais intenso conflito de todas as Eras, Deus, em sua amorável bondade, assegura a Seu povo que não o deixará sozinho. O testemunho de Jesus, o Espírito de Profecia, os guiará em segurança rumo ao objetivo final” (4).

Por mais que o próprio Cristo tenha dito algo completamente distinto em sua promessa de estar pessoalmente com a Igreja até o fim, o Adventista que deseja o “objetivo final” precisa, ao contrário do que nos dizes seus apologistas, do apoio da Sra. White. Felizmente, tudo que a Igreja precisa para não estar sozinha é obedecer ao Evangelho: “Ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinando-os a guardar todas as coisas como eu vos tenho mandado; e eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém” (S. Mateus 28: 19,20). Como podem os Adventistas pretenderem que Ellen White é onde está o auxílio que “os guiará em segurança ao objetivo final”, quando Jesus Cristo disse que fará isso pessoalmente? Mesmo assim se pretendem evangélicos e herdeiros legítimos da reforma. Não o são!

Ainda assim, a propaganda atual do adventismo tem sido tão eficaz que muitos cristãos evangélicos titubeiam sobre estes fatos. E ninguém está obrigado a chegar as mesmas conclusões que eu, se não está sinceramente convencido. Mas talvez eu possa ajudar os indecisos com mais uma citação deste mesmo livro doutrinário da Igreja Adventista. Logo depois de dizer que os escritos de Ellen White levará os adventistas em segurança para os braços de Cristo, o mesmo livro apresenta a seguinte ilustração: A vida cristã é como uma viagem de barco. Deus é o dono do barco, e deu aos passageiros uma manual perfeito para toda a viagem. Esse manual é a Bíblia Sagrada. Porém, quase no fim da viagem haverá uma grande turbulência, com muitos perigos e desafios mortais. Será que o manual é suficiente? Bem, caro leitor, citemos a ilustração em suas próprias palavras, para não sermos acusados de distorção: Para esta porção final da viagem – prossegue o autor – providenciei um piloto, o qual virá ao seu encontro e orientará completamente no tocante as circunstâncias e perigos dessa porção final da viagem. Atenda as suas orientações”.

É amplamente sabido que uma das diferenças entre a Teologia da Reforma e o ensino da Igreja de Roma está justamente na ideia de que a Escritura é Suficiente. Mas, a ilustração Adventista para explicar a utilidade de Ellen White está nos dizendo que o manual, ou seja a Escritura, não é suficiente! Eles precisam de um piloto – que, na atualidade, é sua profetiza. O mais terrível é que a própria ilustração zomba daqueles que imaginar que as Escrituras são suficiente: Mas alguns membros da tripulação erguem-se conta ele no momento em que ele oferece seus préstimos. 'Possuímos o manual original – dizem eles – e isso é suficiente!”. Ou seja, a ilustração critica aqueles que dizem que a Bíblia, o manual, é suficiente! E continua: A partir deste momento, quem está realmente segundo o manual de orientações? Aqueles que rejeitam o piloto, ou aqueles que o aceitam, seguindo a orientação do manual? Julgue você mesmo”. A conclusão da parábola adventista é que os verdadeiros seguidores da Bíblia não aceitam apenas a Bíblia, mas agarram-se também ao ministério profético da Sra. White.

Acredito que aquilo que temos até aqui é mais que suficiente para decidir o caso. A apologética adventista fundamenta-se sobre uma auto-contradição insuperável. Por um lado querem fazer crer que sua única autoridade é a Bíblia, mas por outro lado chegam a zombar, como fazem na obra Nisto Cremos, daqueles que dizem apenas o Manual é suficiente. Mas, também será útil verificarmos a opinião da própria Ellen G. White a respeito desta questão.

SEGUNDA PARTE:
Ellen G. White desmente Igreja Adventista

Vamos recordar que os apologistas do Adventismo nos asseguram que existiam mesmo sem as visões da Sra. White. Porque a Igreja Adventista é o que é, e acredita como faz? Segundo seus defensores tudo isso se deve, exclusivamente ao fato de que seus fundadores foram diligentes pesquisadores das Escrituras. Porém, mesmo quando tentam defender essa inverdade histórica, se contradizem. É o que vemos também na obra doutrina Nisto Cremos: “Os fundadores da igreja desenvolveram suas crenças fundamentais através do estudo da Bíblia; não receberam tais doutrinas através das visões de Ellen White. Seu papel durante o desenvolvimento das doutrinas da igreja foi orientar a compreensão da Bíblia e confirmar as conclusões as quais se chegava através do estudo da Bíblia”.

Temos aqui, como se vê, duas afirmações contraditórias. Primeiro, os Adventistas nos garantes que seus fundadores não receberam suas crenças através das visões de White, e logo em seguida nos diz que White orientou e confirmou as conclusões que adotavam como corretas. Ora, se a primeira afirmação é verdadeira, a segunda é falsa, e vice-versa! Porque ou eles formaram um corpo doutrinário baseado apenas nas Escrituras, ou o fizeram usando as Escrituras junto com as visões da Sra. White. Não podem ter feito as duas coisas! E, como já nos ensinou a ilustração adventista, apenas o Manual não é suficiente...

O leitor provavelmente conhece alguma coisa da história do Adventismo. Resumindo, ele começou quando membros de várias Igrejas resolveram que seguiram o falso mestre Guilherme Miller. Nada do previsto por Miller se realizou, e seus seguidores ficaram desapontados com seus cálculos enganosos sobre a data da Segunda Vinda. Muitos deles retornaram às suas antigas congregações, em sua maioria ortodoxas e fiéis as Escrituras. Mas nem todos se deram por vencidos. Muitos deles insistiram na data, mas precisavam a todo custo justificar seus elaborados cálculos. Não era uma tarefa fácil, de modo que eles se apegaram a uma valiosa muleta: as visões da Sra. White. E não sou eu quem afirma isso, mas ela própria, como veremos em suas próprias palavras. O parágrafo a seguir é de inteira autoria da Sra. White.

Muitos de nosso povo não reconhecem quão firmemente foram lançados os alicerces de nossa fé. Meu esposo, o Pastor José Bates, o Pai Pierce, o Pastor [Hiram] Edson, e outros que eram inteligentes, nobres e verdadeiros, achavam-se entre os que, expirado o tempo em 1844, buscavam a verdade como a tesouros escondidos. Reunia-me com eles, e estudávamos e orávamos fervorosamente. Muitas vezes ficávamos reunidos até alta noite, e às vezes a noite toda, pedindo luz e estudando a Palavra. Repetidas vezes esses irmãos se reuniram para estudar a Bíblia, a fim de que conhecessem seu sentido e estivessem preparados para ensiná-la com poder. Quando, em seu estudo, chegavam a ponto de dizerem: "Nada mais podemos fazer", o Espírito do Senhor vinha sobre mim, e eu era arrebatada em visão, e era-me dada uma clara explanação das passagens que estivéramos estudando, com instruções quanto à maneira em que devíamos trabalhar e ensinar eficientemente. Assim nos foi proporcionada luz que nos ajudou a compreender as passagens acerca de Cristo, Sua missão e sacerdócio. Foi-me tornada clara uma cadeia de verdades que se estendia daquele tempo até ao tempo em que entraremos na cidade de Deus, e transmiti aos outros as instruções que o Senhor me dera” (5).

Os modernos apologistas do Adventismo não estavam presentes quanto o movimento estabeleceu suas crenças fundamentais; Ellen G. White, porém, estava, e nos deixou uma descrição bem precisa de como tudo aconteceu. Segundo ela, na busca desesperada por uma justificativa para as falsas previsões do herege Miller, os fundadores reuniam-se para estudarem as Escrituras. A media que as horas passavam, e várias teorias eram apresentadas sem chegarem a um acordo, eles simplesmente reconheciam sua impotência diante do desafio auto-imposto, e clamavam “Nada mais podemos fazer!”. Essas são palavras da própria White, profetiza e testemunha daqueles dias. Mas, se não conseguiam discernir qual a verdade através do estudo das Escrituras, como o fizeram? White responde sem nenhuma cerimônia: “o Espírito do Senhor vinha sobre mim, e eu era arrebatada em visão, e era-me dada uma clara explanação das passagens que estivéramos estudando”; foi assim, e não pelo Estudo Bíblico, que “ nos foi proporcionada luz que nos ajudou a compreender as passagens acerca de Cristo, Sua missão e sacerdócio”, explica a profetiza.

A própria Sra. White admite que não entendia nada de teologia, ou de exegése, sendo absolutamente incapaz de sequer compreender as várias teorias que eram propostas: “Durante todo o tempo eu não podia compreender o arrazoamento dos irmãos. Minha mente estava por assim dizer fechada, não podia compreender o sentido das passagens que estudávamos. Esta foi uma das maiores tristezas de minha vida. Fiquei neste estado de espírito até que nos fossem tornados claros todos os pontos principais de nossa fé, em harmonia com a Palavra de Deus.  Mas isso não era problema para uma... profeta! Sem qualquer rodeio ela comenta que “Fiquei neste estado de espírito até que nos fossem tornados claros todos os pontos principais de nossa fé, em harmonia com a Palavra de Deus. Os irmãos sabiam que, quando não em visão, eu não compreendia esses assuntos, e aceitaram como luz direta do Céu as revelações dadas”. Mas agora, desmentindo sua própria mentora, os Adventistas querem nos convencer que sua Igreja segue apenas as Escrituras? Ora, ela mesmo admite que os fundadores, e ela, não foram capaz de estabeleceu suas crenças fundamentais!

Esta mesma verdade histórica é assumida no livro adventista “Cristo em Seu Santuário”, onde o autor, num capítulo com o sugestivo título A Verdade Estabelecida Pelo Testemunho do Espírito, afirma: “As visões dadas a Ellen White, conquanto não alcançando além do estudo da Bíblia, confirmavam a solidez da posição assumida de que uma importante fase do ministério de Cristo no santuário celestial tivera início em 22 de outubro de 1844. Gradualmente a largura e a profundidade do assunto abriram-se perante os crentes do advento. Olhando retrospectivamente à experiência nos últimos anos, ela relembrou seus estudos e as manifestas provas da mão guiadora de Deus”.

Observe que Ellen G. White abertamente contradiz os apologistas de sua igreja, como Bullón, os quais afirmam que não precisam dela, ou minimizam seu valor e importância para o estabelecimento da Fé Adventista. Talvez desconheçam que até mesmo quando alguém questionava as decisões doutrinárias que os fundadores iam tomando, os conflitos não eram resolvidos através de mais estudo das Escrituras, mas sim através das visões de sua profetiza, como ela mesmo confessa: Naquele tempo, erro após erro procurava forçar entrada entre nós; ministros e doutores introduziam novas doutrinas. Nós estudávamos as Escrituras com muita oração, e o Espírito Santo nos trazia ao espírito a verdade (6). Visões e profecias modernas são o método usado por uma igreja Bíblica para solucionar conflitos doutrinários? Segundo Ellen White a resposta é sim: “Por vezes noites inteiras eram consagradas à pesquisa das Escrituras, a pedir fervorosamente a Deus Sua guia. Juntavam-se para esse fim grupos de homens e mulheres pios. O poder de Deus vinha sobre mim, e eu era habilitada a definir claramente o que era verdade ou erro.Ao serem assim estabelecidos os pontos de nossa fé, nossos pés se colocavam sobre um firme fundamento”.

O mais assustador nisso é que Ellen White se alegra em dizer que fé adventista se firma sobre “um firme fundamento”. Mas, como ela tinha essa convicção? Pelo estudo das Escrituras? Infelizmente não, sua certeza, e a certeza de seus seguidores de então, nascia do [suposto] fato de que ela, como mensageira de Deus, tinha acesso a visões celestiais, e assim era capaz de revelar quais dos estudantes das Escrituras estava com a interpretação verdadeira! Aqui entre nós: assim era fácil vencer qualquer debate, né? Bastava chamar a profetiza: “Aceitávamos a verdade ponto por ponto, sob a demonstração do Espírito Santo. Eu era arrebatada em visão, e eram-me feitas explanações. Foram-me dadas ilustrações de coisas celestiais, e do santuário, de modo que fomos colocados em posição onde a luz sobre nós resplandecia em raios claros e distintos. Eu sei que a questão do santuário se firma em justiça e verdade, tal como a temos mantido por tantos anos”.

Até mesmo sobre se deviam ou não restaurar a guarda do Sétimo Dia, a certeza veio a eles através das visões de sua profeta, e não por meio do Estudo Bíblia apenas (como gostam de dizer): “O santo sábado tinha aparência gloriosa - um halo de glória o circundava. Vi que o mandamento do sábado não fora pregado na cruz. Se tivesse sido, os outros nove mandamentos também o teriam, e estaríamos na liberdade de transgredi-los a todos, bem como o quarto mandamento. Vi que Deus não havia mudado o sábado, pois Ele jamais muda” (7).

E, se algum teólogo ou estudante das Escrituras descobria alguma falha nos ensinos da seita, rapidamente a autoridade de Ellen White era evocada. É a própria profetiza quem nos conta esse detalhe ao comentar sobre um tal Pastor G em um se seus livros. Acompanhe: “Tenho estado a suplicar ao Senhor força e sabedoria para reproduzir os escritos das testemunhas que foram confirmadas na fé e na primitiva história da mensagem. Após a passagem do tempo em 1844, eles receberam a luz e andaram na luz, e quando os homens que pretendiam possuir novo esclarecimento vinham com suas maravilhosas mensagens acerca de vários pontos da Escritura, tínhamos, pela atuação do Espírito Santo, testemunhos bem definidos, que excluíam a influência de mensagens como as que o Pastor G tem devotado o tempo a apresentar. Esse pobre homem tem estado a trabalhar decididamente contra a verdade confirmada pelo Espírito Santo. Quando o poder de Deus testifica daquilo que é a verdade, essa verdade deve permanecer para sempre como a verdade. Não devem ser agasalhadas quaisquer suposições...” (8).

O erro do “pobre Pastor G”, como White o chama, foi questionar a famosa Doutrina do Santuário, ao invés de analisar seus argumentos biblicamente, a profetiza simplesmente o destruiu alegando que a doutrina oficial da seita havia sido confirmada por suas visões, e portanto, devem permanecer para sempre. Se um Adventista lhe disse que sua Igreja pode mudar de opinião se alguém lhe mostrar a verdade bíblica, está mentindo. Ele não pode fazer isso, e o Pastor G é uma prova histórica disso. Os Adventistas não podem mudar seu modo de pensar, institucionalmente falando, porque acreditam exatamente como sua profetiza: “quando o poder de Deus testifica daquilo que é a verdade, deve perm[ para sempre”.

Por tudo o que vimos na primeira e segunda parte deste estudo, resta-nos apenas uma conclusão óbvia e inescapável: o Adventismo do Sétimo Dia deve, com muita propriedade, ser classificado junto com todos os outros falsos reformadores que surgiram, e ainda virão, na História da Igreja. E, uma vez que seu fundamento é falso, por não ter a Bíblia como suficiente, todo seu castelo teológico cai por terra.
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(4) Nisto Cremos, 298.
(5) Mensagens Escolhidas, vol. 1, págs. 206 e 207.
(6) Obreiros Evangélicos, págs. 302 e 303.
(7) Primeiros Escritos, págs. 32 e 33.
(8) Cristo Em Seu Santuário, pg. 16.

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