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Teologia Vocacional

Ser um Obrero Aprovado

“Procura apresentar-te a Deus, aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.”

2 Timóteo 2:15

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Com mais de 5 anos de existência, a Revista Báculo já é um marco importante da mídia evangélica no Brasil. Todos os meses, nossa revista proporciona ao leitor artigos, estudos, entrevistas e análises relevantes para a vida cristã e para o ministério. Aqui no site você tem acesso a todas as edições já publicadas.

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Ao estudar com a gente você apoia a obra missionária no Brasil e na Ásia e conta com um conteúdo de primeira qualidade! E você pode escolher quais módulos se encaixam melhor em sua formação teológica e ministerial. Além disso, ao completar os créditos educativos necessários você adquire o Diploma de Bacharel em Teologia chancelado pela New Anglican Missionary Society (NAMS)

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Nós ajudamos você a descobrir o chamado de Deus para a sua vida. E mais do que isso, te ajudamos a discernir como o chamado de Deus para o seu Ministério pessoal se conecta com o contextual atual da Igreja no mundo. Mais do que nunca, precisamos de pessoas comprometidas com o Evangelho denuíno no Brasil e no mundo. Seja parte da mudança.

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RESIDÊNCIA MISSIONÁRIA

Nossa escola é chancelada pela New Anglican Missionary Society(NAMS), sediada na Carolina do Sul (EUA). Apoiamos a NAMS em suas iniciatias missionárias ao redor do mundo, como é o caso da Residência Missionária, um projeto ousado que possibilita estar a serviço da Igreja de Cristo em diversos locais do mundo.

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TEOLOGIA VOCACIONAL

A Vocação Cristã não se limita aos dons ministeriais ou ao Ministério Ordenado. Na verdade, uma das grandes contribuições de Lutero para a teologia cristã foi uma visão bíblica da vocação, na qual cada pessoa, cada profissão e cada ato da Igreja no mundo é parte da missão do Deus Trinitariano na História. Esse curso irá transformar sua visão da vida e da vocação cristãs.

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Teologia Pastoral: episcopado histórico - Parte II


Rev. Marcelo Lemos



Você sabe o que vem a ser Sucessão Histórica

Como prometido no primeiro artigo trataremos agora da Sucessão Histórica no ministério dos bispos. Vale lembrar, contudo, que na verdade tal Sucessão se acontece nas três ordens eclesiásticas: bispos, presbíteros e diáconos. Vamos tratar deste tema brevemente hoje. No próximo artigo responderemos algumas objeções que temos recebido. 

Como afirmamos no texto anterior, no anglicanismo os bispos não são como os bispos presentes em outras agremiações, como nas muitas igrejas neo-pentecostais. Edir Macedo, por exemplo, foi feito bispo por quem? Provavelmente por ele mesmo! Na maioria das Igrejas históricas, que mantem o ministério episcopal, os bispos são feitos seguindo uma linha sucessória que, idealmente, garante sua origem nos apóstolos de Cristo.

As Igrejas cristas mais antigas possuem tal sucessão, exceto pelos Luteranos de origem germânica, cujo episcopalismo não é histórico, mas administrativo, ao contrario dos Luteranos Bálticos e Escandinavos, que também a possuem. 



O Testemunho das Escrituras



Foi o próprio Senhor Jesus Cristo quem elegeu os primeiros lideres de Sua Igreja, os chamados apóstolos. Sobre os ombros de tais homens caiu a responsabilidade de gerir os assuntos da Igreja, tao logo Cristo voltou ao Pai, apos sua Ressurreição. Para manter viva para as futuras gerações aquela mesma tradição que de Cristo receberam, os apóstolos por sua vez também fizeram sucessores, através de um processo que envolvia "eleição" e "imposição de mãos". 

Tais "eleições", contudo, não devem levar o leitor a pensar que a Igreja era gerida numa especie de "democracia". Pelo menos não no sentido moderno de democracia, ou de "democracia direta". Esses elegíveis eram, antes, treinados e preparados para o ministério pastoral, com uma preocupação especial de que fossem capazes de manter viva as tradições recebidas do Colégio Apostólico.

E como algumas pessoas recebiam a autoridade de governar a Igreja? Isso se dava pela imposição de mãos. A "imposição de mãos" no Novo Testamente possuiu um rico significado teológico. 

"Mas quando os discípulos o rodearam, ele se levantou e entrou na cidade. No dia seguinte partiu com Barnabé para Derbe. E, tendo anunciado o evangelho naquela cidade e feito muitos discípulos, voltaram para Listra, Icônio e Antioquia, confirmando as almas dos discípulos, exortando-os a perseverarem na fé, dizendo que por muitas tribulações nos é necessário entrar no reino de Deus. E, havendo-lhes feito eleger presbíteros em cada igreja e orado com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido". (Atos 14:20-23).
Ate mesmo um homem como S. Paulo, cuja eleição para o apostolado veio do próprio Cristo ressuscitado, teve seu ministério validado pela imposição de mãos de Ananias:
"Disse-lhe, porem, o Senhor: Vai, porque este e pra mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel. E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome.
E Ananias foi, e entrou na casa e, impondo-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver e sejas cheio do Espirito Santo" (Atos 19. 15-17),
Neste caso, o texto não fala de uma ordenação, mas da recepção do Espirito Santo, que nas Igrejas mais antigas se conhece por "crisma", e em muitas protestantes por "confirmação". No entanto, mais adiante, o mesmo livro ira especificamente nos dizer do momento em que Paulo e Barnabé são "separados" para o Ministério, o que se da, igualmente, por "imposição de mãos". 
 "E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espirito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram" (Atos 13. 2-3).
Para aqueles que consideram "impor aos mãos" algo de menor importância, apenas citamos a severa recomendação de Paulo a outro ministro ordenado, seu discípulo Timóteo, a quem ele orienta:
"A ninguém imponhas precipitadamente as mãos" (I Tim. 5.22).

Podemos resumir o padrão neotestamentário para a eleição dos ministros do Evangelho assim: em cada igreja se fazia eleger um ou mais lideres, que eram "ordenados" pelos apóstolos, ou por alguns de seus representantes. Desse modo, mesmo em uma Igreja na qual Paulo, por exemplo, não tivesse estado ainda, existiria um ministro ordenado por alguém que foi ordenado por Paulo, o que fazia esse ministro local um "sucessor", ou um "herdeiro" da autoridade de Paulo, ou de algum outro apostolo. 

Justamente a isso que damos o nome de Sucessão Histórica. Significa dizer que, no anglicanismo, nossos bispos, presbíteros e diáconos podem apresentar uma "linha sucessória" que os remete ate os dias primitivos da Igreja, como em uma arvore genealógica. 


O Testemunho dos Primeiros Cristãos


Sabemos que muitos cristãos nos meios protestantes ignoram os Pais da Igreja. Nao é o nosso caso. Temos as Escrituras como nossa autoridade máxima, mas gostamos de olhar para o entendimento de nossos irmãos e irmas em Cristo, e ver até onde eles coadunam com a correta interpretação das Escrituras. Os casos nos quais os cristãos primitivos aceitavam a sucessão histórica dos lideres da Igreja são muitos. Citaremos alguns.



Clemente Romano, em sua carta escrita para a Igreja de Corintio, por volta do ano 97, ou seja, pouco mais de 60 anos apos a morte de Cristo, e alguns anos apos a morte de Paulo, reconhece que os lideres de seus dias eram herdeiros diretos dos apóstolos, e ele mesmo era herdeiro daqueles que foram lideres antes dele: 
"Assim, proclamando a palavra nos campos e nas cidades, estabeleceram suas primícias, como bispos e diáconos, dos futuros fiéis, após prová-los pelo Espírito. E não se trata de inovação... E não será pequena a nossa falta se depusermos do episcopado aqueles que ofereceram, de maneira santa e irrepreensível, os sacrifícios. Bem-aventurados os presbíteros que nos precederam na caminhada e terminaram sua jornada carregados de frutos e perfeição" (Aos Corintios, capítulos 42 e 44).
Alguns anos depois, em 110, Inácio de Antioquia fala de bispos, presbíteros e diáconos, também como herdeiros da fé apostólica. Inácio de Antioquia chega ao ponto de dizer que sem essas três Ordens, a Igreja simplesmente inexiste. 
“Na hora em que vos submeteis ao bispo como a Jesus Cristo, me dais a impressão de não viverdes segundo os homens, mas segundo Jesus Cristo, que morreu por nós para fugirdes à morte pela confiança na morte d’Ele. É mesmo necessário, como alias e de vosso feitio, nada empreender sem o bispo, mas submeter-vos também ao presbitério como a apóstolos de Jesus Cristo... Da mesma forma deverão todos respeitar os diáconos como a Jesus Cristo, como também ao bispo que é a imagem do Pai, aos presbíteros, porém como se o fizesse a Deus e ao colégio dos apóstolos. Sem eles, já não se pode falar de Igreja" (Aos Tralianos, capitulo 2 e 3).

A ousadia de Inácio, afirmando que sem Bispos, Presbíteros e Diáconos ninguém podia "falar de Igreja", apenas algumas décadas apos a morte do ultimo apostolo, demonstra o quanto tais ordens estavam difundidas em todo o mundo, e quão certos estavam da Sucessão Histórica para com o colégio apostólico. Na literatura patrística o leitor poderá encontrar varias outras citações semelhantes a estas. 



Como Anglicanos assumimos nossa identidade de "protestantes". Protestamos contra as superstições que se introduziram no Cristianismo, mas não desejamos criar uma nova Igreja, ou uma seita. Uma "nova" Igreja eh coisa que não existe. 

O que desejamos, e o que desejavam os primeiros reformadores, era "reformar" a Igreja de Sempre, valorizando e mantendo nela tudo o que havia de bom, santo e bíblico. O Governo Episcopal da Igreja, como estamos vendo nestes artigos, certamente é uma das coisas que podemos, e devemos manter em nossa tradição.

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A Vocação Cristã não se limita aos dons ministeriais ou ao Ministério Ordenado. Na verdade, uma das grandes contribuições de Lutero para a teologia cristã foi uma visão bíblica da vocação, na qual cada pessoa, cada profissão e cada ato da Igreja no mundo é parte da missão do Deus Trinitariano na História. Esse curso irá transformar sua visão da vida e da vocação cristãs.

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Você sabe o que vem a ser Sucessão Histórica

Como prometido no primeiro artigo trataremos agora da Sucessão Histórica no ministério dos bispos. Vale lembrar, contudo, que na verdade tal Sucessão se acontece nas três ordens eclesiásticas: bispos, presbíteros e diáconos. Vamos tratar deste tema brevemente hoje. No próximo artigo responderemos algumas objeções que temos recebido. 

Como afirmamos no texto anterior, no anglicanismo os bispos não são como os bispos presentes em outras agremiações, como nas muitas igrejas neo-pentecostais. Edir Macedo, por exemplo, foi feito bispo por quem? Provavelmente por ele mesmo! Na maioria das Igrejas históricas, que mantem o ministério episcopal, os bispos são feitos seguindo uma linha sucessória que, idealmente, garante sua origem nos apóstolos de Cristo.

As Igrejas cristas mais antigas possuem tal sucessão, exceto pelos Luteranos de origem germânica, cujo episcopalismo não é histórico, mas administrativo, ao contrario dos Luteranos Bálticos e Escandinavos, que também a possuem. 



O Testemunho das Escrituras



Foi o próprio Senhor Jesus Cristo quem elegeu os primeiros lideres de Sua Igreja, os chamados apóstolos. Sobre os ombros de tais homens caiu a responsabilidade de gerir os assuntos da Igreja, tao logo Cristo voltou ao Pai, apos sua Ressurreição. Para manter viva para as futuras gerações aquela mesma tradição que de Cristo receberam, os apóstolos por sua vez também fizeram sucessores, através de um processo que envolvia "eleição" e "imposição de mãos". 

Tais "eleições", contudo, não devem levar o leitor a pensar que a Igreja era gerida numa especie de "democracia". Pelo menos não no sentido moderno de democracia, ou de "democracia direta". Esses elegíveis eram, antes, treinados e preparados para o ministério pastoral, com uma preocupação especial de que fossem capazes de manter viva as tradições recebidas do Colégio Apostólico.

E como algumas pessoas recebiam a autoridade de governar a Igreja? Isso se dava pela imposição de mãos. A "imposição de mãos" no Novo Testamente possuiu um rico significado teológico. 

"Mas quando os discípulos o rodearam, ele se levantou e entrou na cidade. No dia seguinte partiu com Barnabé para Derbe. E, tendo anunciado o evangelho naquela cidade e feito muitos discípulos, voltaram para Listra, Icônio e Antioquia, confirmando as almas dos discípulos, exortando-os a perseverarem na fé, dizendo que por muitas tribulações nos é necessário entrar no reino de Deus. E, havendo-lhes feito eleger presbíteros em cada igreja e orado com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido". (Atos 14:20-23).
Ate mesmo um homem como S. Paulo, cuja eleição para o apostolado veio do próprio Cristo ressuscitado, teve seu ministério validado pela imposição de mãos de Ananias:
"Disse-lhe, porem, o Senhor: Vai, porque este e pra mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel. E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome.
E Ananias foi, e entrou na casa e, impondo-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver e sejas cheio do Espirito Santo" (Atos 19. 15-17),
Neste caso, o texto não fala de uma ordenação, mas da recepção do Espirito Santo, que nas Igrejas mais antigas se conhece por "crisma", e em muitas protestantes por "confirmação". No entanto, mais adiante, o mesmo livro ira especificamente nos dizer do momento em que Paulo e Barnabé são "separados" para o Ministério, o que se da, igualmente, por "imposição de mãos". 
 "E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espirito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram" (Atos 13. 2-3).
Para aqueles que consideram "impor aos mãos" algo de menor importância, apenas citamos a severa recomendação de Paulo a outro ministro ordenado, seu discípulo Timóteo, a quem ele orienta:
"A ninguém imponhas precipitadamente as mãos" (I Tim. 5.22).

Podemos resumir o padrão neotestamentário para a eleição dos ministros do Evangelho assim: em cada igreja se fazia eleger um ou mais lideres, que eram "ordenados" pelos apóstolos, ou por alguns de seus representantes. Desse modo, mesmo em uma Igreja na qual Paulo, por exemplo, não tivesse estado ainda, existiria um ministro ordenado por alguém que foi ordenado por Paulo, o que fazia esse ministro local um "sucessor", ou um "herdeiro" da autoridade de Paulo, ou de algum outro apostolo. 

Justamente a isso que damos o nome de Sucessão Histórica. Significa dizer que, no anglicanismo, nossos bispos, presbíteros e diáconos podem apresentar uma "linha sucessória" que os remete ate os dias primitivos da Igreja, como em uma arvore genealógica. 


O Testemunho dos Primeiros Cristãos


Sabemos que muitos cristãos nos meios protestantes ignoram os Pais da Igreja. Nao é o nosso caso. Temos as Escrituras como nossa autoridade máxima, mas gostamos de olhar para o entendimento de nossos irmãos e irmas em Cristo, e ver até onde eles coadunam com a correta interpretação das Escrituras. Os casos nos quais os cristãos primitivos aceitavam a sucessão histórica dos lideres da Igreja são muitos. Citaremos alguns.



Clemente Romano, em sua carta escrita para a Igreja de Corintio, por volta do ano 97, ou seja, pouco mais de 60 anos apos a morte de Cristo, e alguns anos apos a morte de Paulo, reconhece que os lideres de seus dias eram herdeiros diretos dos apóstolos, e ele mesmo era herdeiro daqueles que foram lideres antes dele: 
"Assim, proclamando a palavra nos campos e nas cidades, estabeleceram suas primícias, como bispos e diáconos, dos futuros fiéis, após prová-los pelo Espírito. E não se trata de inovação... E não será pequena a nossa falta se depusermos do episcopado aqueles que ofereceram, de maneira santa e irrepreensível, os sacrifícios. Bem-aventurados os presbíteros que nos precederam na caminhada e terminaram sua jornada carregados de frutos e perfeição" (Aos Corintios, capítulos 42 e 44).
Alguns anos depois, em 110, Inácio de Antioquia fala de bispos, presbíteros e diáconos, também como herdeiros da fé apostólica. Inácio de Antioquia chega ao ponto de dizer que sem essas três Ordens, a Igreja simplesmente inexiste. 
“Na hora em que vos submeteis ao bispo como a Jesus Cristo, me dais a impressão de não viverdes segundo os homens, mas segundo Jesus Cristo, que morreu por nós para fugirdes à morte pela confiança na morte d’Ele. É mesmo necessário, como alias e de vosso feitio, nada empreender sem o bispo, mas submeter-vos também ao presbitério como a apóstolos de Jesus Cristo... Da mesma forma deverão todos respeitar os diáconos como a Jesus Cristo, como também ao bispo que é a imagem do Pai, aos presbíteros, porém como se o fizesse a Deus e ao colégio dos apóstolos. Sem eles, já não se pode falar de Igreja" (Aos Tralianos, capitulo 2 e 3).

A ousadia de Inácio, afirmando que sem Bispos, Presbíteros e Diáconos ninguém podia "falar de Igreja", apenas algumas décadas apos a morte do ultimo apostolo, demonstra o quanto tais ordens estavam difundidas em todo o mundo, e quão certos estavam da Sucessão Histórica para com o colégio apostólico. Na literatura patrística o leitor poderá encontrar varias outras citações semelhantes a estas. 



Como Anglicanos assumimos nossa identidade de "protestantes". Protestamos contra as superstições que se introduziram no Cristianismo, mas não desejamos criar uma nova Igreja, ou uma seita. Uma "nova" Igreja eh coisa que não existe. 

O que desejamos, e o que desejavam os primeiros reformadores, era "reformar" a Igreja de Sempre, valorizando e mantendo nela tudo o que havia de bom, santo e bíblico. O Governo Episcopal da Igreja, como estamos vendo nestes artigos, certamente é uma das coisas que podemos, e devemos manter em nossa tradição.

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Marcelo Lemos, presbítero da FCE/IARB, é o editor principal do blog e publicamos artigos de diversos autores, inclusive de outras tradições cristãs, desde que condizentes com a linha editorial e teológica que adotamos.

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Como afirmamos no texto anterior, no anglicanismo os bispos não são como os bispos presentes em outras agremiações, como nas muitas igrejas neo-pentecostais. Edir Macedo, por exemplo, foi feito bispo por quem? Provavelmente por ele mesmo! Na maioria das Igrejas históricas, que mantem o ministério episcopal, os bispos são feitos seguindo uma linha sucessória que, idealmente, garante sua origem nos apóstolos de Cristo.

As Igrejas cristas mais antigas possuem tal sucessão, exceto pelos Luteranos de origem germânica, cujo episcopalismo não é histórico, mas administrativo, ao contrario dos Luteranos Bálticos e Escandinavos, que também a possuem. 



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Foi o próprio Senhor Jesus Cristo quem elegeu os primeiros lideres de Sua Igreja, os chamados apóstolos. Sobre os ombros de tais homens caiu a responsabilidade de gerir os assuntos da Igreja, tao logo Cristo voltou ao Pai, apos sua Ressurreição. Para manter viva para as futuras gerações aquela mesma tradição que de Cristo receberam, os apóstolos por sua vez também fizeram sucessores, através de um processo que envolvia "eleição" e "imposição de mãos". 

Tais "eleições", contudo, não devem levar o leitor a pensar que a Igreja era gerida numa especie de "democracia". Pelo menos não no sentido moderno de democracia, ou de "democracia direta". Esses elegíveis eram, antes, treinados e preparados para o ministério pastoral, com uma preocupação especial de que fossem capazes de manter viva as tradições recebidas do Colégio Apostólico.

E como algumas pessoas recebiam a autoridade de governar a Igreja? Isso se dava pela imposição de mãos. A "imposição de mãos" no Novo Testamente possuiu um rico significado teológico. 

"Mas quando os discípulos o rodearam, ele se levantou e entrou na cidade. No dia seguinte partiu com Barnabé para Derbe. E, tendo anunciado o evangelho naquela cidade e feito muitos discípulos, voltaram para Listra, Icônio e Antioquia, confirmando as almas dos discípulos, exortando-os a perseverarem na fé, dizendo que por muitas tribulações nos é necessário entrar no reino de Deus. E, havendo-lhes feito eleger presbíteros em cada igreja e orado com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido". (Atos 14:20-23).
Ate mesmo um homem como S. Paulo, cuja eleição para o apostolado veio do próprio Cristo ressuscitado, teve seu ministério validado pela imposição de mãos de Ananias:
"Disse-lhe, porem, o Senhor: Vai, porque este e pra mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel. E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome.
E Ananias foi, e entrou na casa e, impondo-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver e sejas cheio do Espirito Santo" (Atos 19. 15-17),
Neste caso, o texto não fala de uma ordenação, mas da recepção do Espirito Santo, que nas Igrejas mais antigas se conhece por "crisma", e em muitas protestantes por "confirmação". No entanto, mais adiante, o mesmo livro ira especificamente nos dizer do momento em que Paulo e Barnabé são "separados" para o Ministério, o que se da, igualmente, por "imposição de mãos". 
 "E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espirito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram" (Atos 13. 2-3).
Para aqueles que consideram "impor aos mãos" algo de menor importância, apenas citamos a severa recomendação de Paulo a outro ministro ordenado, seu discípulo Timóteo, a quem ele orienta:
"A ninguém imponhas precipitadamente as mãos" (I Tim. 5.22).

Podemos resumir o padrão neotestamentário para a eleição dos ministros do Evangelho assim: em cada igreja se fazia eleger um ou mais lideres, que eram "ordenados" pelos apóstolos, ou por alguns de seus representantes. Desse modo, mesmo em uma Igreja na qual Paulo, por exemplo, não tivesse estado ainda, existiria um ministro ordenado por alguém que foi ordenado por Paulo, o que fazia esse ministro local um "sucessor", ou um "herdeiro" da autoridade de Paulo, ou de algum outro apostolo. 

Justamente a isso que damos o nome de Sucessão Histórica. Significa dizer que, no anglicanismo, nossos bispos, presbíteros e diáconos podem apresentar uma "linha sucessória" que os remete ate os dias primitivos da Igreja, como em uma arvore genealógica. 


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Sabemos que muitos cristãos nos meios protestantes ignoram os Pais da Igreja. Nao é o nosso caso. Temos as Escrituras como nossa autoridade máxima, mas gostamos de olhar para o entendimento de nossos irmãos e irmas em Cristo, e ver até onde eles coadunam com a correta interpretação das Escrituras. Os casos nos quais os cristãos primitivos aceitavam a sucessão histórica dos lideres da Igreja são muitos. Citaremos alguns.



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A ousadia de Inácio, afirmando que sem Bispos, Presbíteros e Diáconos ninguém podia "falar de Igreja", apenas algumas décadas apos a morte do ultimo apostolo, demonstra o quanto tais ordens estavam difundidas em todo o mundo, e quão certos estavam da Sucessão Histórica para com o colégio apostólico. Na literatura patrística o leitor poderá encontrar varias outras citações semelhantes a estas. 



Como Anglicanos assumimos nossa identidade de "protestantes". Protestamos contra as superstições que se introduziram no Cristianismo, mas não desejamos criar uma nova Igreja, ou uma seita. Uma "nova" Igreja eh coisa que não existe. 

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