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Teologia Vocacional

Ser um Obrero Aprovado

“Procura apresentar-te a Deus, aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.”

2 Timóteo 2:15

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Com mais de 5 anos de existência, a Revista Báculo já é um marco importante da mídia evangélica no Brasil. Todos os meses, nossa revista proporciona ao leitor artigos, estudos, entrevistas e análises relevantes para a vida cristã e para o ministério. Aqui no site você tem acesso a todas as edições já publicadas.

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Ao estudar com a gente você apoia a obra missionária no Brasil e na Ásia e conta com um conteúdo de primeira qualidade! E você pode escolher quais módulos se encaixam melhor em sua formação teológica e ministerial. Além disso, ao completar os créditos educativos necessários você adquire o Diploma de Bacharel em Teologia chancelado pela New Anglican Missionary Society (NAMS)

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Nós ajudamos você a descobrir o chamado de Deus para a sua vida. E mais do que isso, te ajudamos a discernir como o chamado de Deus para o seu Ministério pessoal se conecta com o contextual atual da Igreja no mundo. Mais do que nunca, precisamos de pessoas comprometidas com o Evangelho denuíno no Brasil e no mundo. Seja parte da mudança.

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Nossa escola é chancelada pela New Anglican Missionary Society(NAMS), sediada na Carolina do Sul (EUA). Apoiamos a NAMS em suas iniciatias missionárias ao redor do mundo, como é o caso da Residência Missionária, um projeto ousado que possibilita estar a serviço da Igreja de Cristo em diversos locais do mundo.

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TEOLOGIA VOCACIONAL

A Vocação Cristã não se limita aos dons ministeriais ou ao Ministério Ordenado. Na verdade, uma das grandes contribuições de Lutero para a teologia cristã foi uma visão bíblica da vocação, na qual cada pessoa, cada profissão e cada ato da Igreja no mundo é parte da missão do Deus Trinitariano na História. Esse curso irá transformar sua visão da vida e da vocação cristãs.

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sexta-feira

Patrística: A Soterologia de S. Irineu de Lião



Reverendo Jorge Aquino

Durante o ano 16º do Imperador romano Antônio Vero (177 d.C.), muitos cristãos foram aprisionados na região da Gália, especialmente em Lion e Viena, em face de uma grande perseguição religiosa. Durante esse momento difícil, na região da Frígia, estavam surgindo alguns seguidores de Montano (os montanistas) apregoando um retorno iminente de Jesus a terra. Esse movimento ficou conhecido pela presença de muitos “sinais”, “maravilhas” e carismas - dentre os quais a profecia – experienciados por muitos. Essa realidade inquietou deveras a igreja cristã. Como consequência, alguns cristãos prisioneiros em Lion, discordando do que estava acontecendo, escreveram cartas aos irmãos da Ásia e da Frígia, bem assim a Eleutério, bispo de Roma, procurando pacificar a igreja de Deus. Ao que sabemos, essas cartas foram enviadas por meio de Irineu ao bispo de Roma.
Sobre Irineu não sabemos muito. Em geral, costuma-se identificar seu nascimento com a cidade de Esmirna (140 d.C.). Ainda criança, Irineu conheceu o bispo Policarpo, que fora discípulo do apóstolo João, e que seria martirizado em 156 d.C. Sua proximidade com os apóstolos acabaram por fazer com que fosse chamado de vir apostolicus.
Quando regressou de Roma, Irineu foi eleito bispo pelo povo de Lion e sucedeu Potilo, que morrera em razão dos maus tratos que recebera na prisão, estando com 90 anos. Será durante os anos 180 e 193 que Irineu escreverá suas duas obras conhecidas. Embora ele tenha se notabilizado por reanimar sua igreja recém saída da perseguição, ele entraria para a história por causa de sua refutação radical do gnosticismo, estabelecendo as bases para os futuros combates contra as heresias.
Sobre sua morte nada sabemos com certeza. Da época de Jerônimo, recebemos uma tradição que afirma ter ele sido martirizado por heréticos no ano 200, quando já contava com cerca de 70 anos de vida. Outra tradição dá conte de que ele teria morrido em torno do ano 202 quando de um massacre geral de cristãos em Lion, efetuado por Sétimo Severo. Não sabemos ao certo o que ocorreu, mas a igreja celebra a memória desse mártir e defensor da fé, no dia 28 de junho.
Quanto à sua soteriologia, quando lemos sua obra, imediatamente nos damos conta de que ela é bastante elaborada. No entanto, o que é mais marcante em sua soteriologia é que ela, apesar de muito bem elaborada, manifestava uma marcante dependência com os textos neutestamentários.
Com base na obra de Irineu, no que diz respeito à soteriologia, descobrimos que, para ele, “a verdadeira salvação opera-se pela encarnação do Verbo em Jesus Cristo. O Verbo preexistente torna-se o segundo e novo Adão, a nova fonte arquétipo da nova estirpe de seres humanos salva na história. Basicamente, ele salva ao viver uma plena existência humana; faz o que Adão deveria ter feito” (HAIGHT, 2003, p. 256).
Ao observarmos a obra de Irineu, pensando sobre o “como” ocorre a salvação do homem, descobrimos que ela se dá em três momentos bem definidos. Primeiro, ela ocorre com a encarnação do Filho, ou seja, quando o Logos assume para si uma realidade plenamente humana que envolve, inclusive, o corpo e todas as consequências advindas da condição humana. Esta é uma realidade de humilhação ou kenótica.
O segundo momento em que podemos identificar o “como” somos salvos pelo Filho, ocorre na vivência do ciclo vital. Jesus, nasceu e cresceu normalmente até atingir à idade adulta. Ao fazer isso, Ele santifica todos os aspectos da vida humana. Citando o próprio Irineu, “Eles não entendem que o Verbo Unigênito de Deus, sempre achegado ao gênero humano, que se uniu intimamente à sua obra pelo beneplácito do Pai, e se fez carne, outro não é senão Jesus Cristo nosso Senhor, que por nós sofreu, ressuscitou e voltará, na glória do Pai, para ressuscitar todo homem, revelar a salvação e aplicar a regra do justo juízo a todos os que estão submetidos ao seu poder. Portanto, existe um só Deus Pai, como dissemos, e um só Jesus Cristo, nosso Senhor, que torna presente por meio de toda a economia e recapitula em si todas as coisas. Neste ‘todas as coisas’ está incluído o homem, criatura de Deus, e recapitulando em si também o homem, de invisível que era tornou-se visível, de incompreensível, inteligível, de impassível, passível, de Verbo, homem. Recapitulou todas as coisas em si para que ele, que como Verbo de Deus tem a primazia entre os seres celestes, espirituais e invisíveis, a tivesse também entre os seres visíveis e corporais, e para que, ao assumir em si esta primazia e ao tornar-se cabeça da Igreja atraísse a si todas as coisas, no tempo oportuno (IRINEU, CH. 3.16,6).
O terceiro momento que revela o “como” Jesus nos salva, pode ser identificado com a palavra santificação. Como assevera Haight tratando do assunto, essa santificação “perfaz-se por absoluta obediência à vontade de Deus, que, por um lado, reverte a desobediência de Adão e, por outro, repele as investidas e as tentações de Satanás em favor da desobediência” (HAIGHT, 2003, p. 256, 257). Na obra de Irineu, aprendemos que a obediência é um elemento fundamental na economia da salvação porque é ela que nos faz reverter toda a nossa propensão ao pecado, bem assim, toda a desobediência da história. Vejamos, mais uma vez, a manifestação de Irineu acerca desse assunto: “Sendo impossível ao homem, vencido e decaído pela desobediência, reformar-se e conquistar a palma da vitória, e, por outro lado, por estar em poder do pecado, obter a salvação, o Filho, Verbo de Deus, operou ambas as coisas: ele, que era o Verbo de Deus, desceu de junto do Pai, encarnou-se, rebaixou-se até a morte e assim atuou perfeitamente a economia da nossa salvação. (...) Mas como nosso Senhor é o único verdadeiro Mestre, o Filho de Deus, verdadeiramente bom, suportou o sofrimento, ele, o Verbo de Deus, feito Filho do homem. Ele lutou e venceu: era o homem que combatia pelos pais, pagando a desobediência pela obediência; amarrou o forte e libertou o fraco e deu a salvação à obra modelada por ele, destruindo o pecado. Porque o Senhor é cheio de misericórdia e compaixão e ama o gênero humano. Aproximou-se e reuniu, como dissemos, o homem a Deus. Se um homem não tivesse vencido o inimigo do homem a vitória não seria justa; por outro lado, se a salvação não tivesse vindo de Deus, não a teríamos de maneira segura; e se o homem não estivesse unido a Deus não poderia participar da incorruptibilidade. Era necessário, portanto, que o Mediador entre Deus e os homens, pelo parentesco entre as duas partes, reestabelecesse a amizade e a concórdia, procurando que Deus acolhesse o homem e o homem se entregasse a Deus. De fato, como poderíamos participar da filiação adotiva de Deus se não tivéssemos recebido a comunhão com ele por meio do Filho, se o Verbo não tivesse entrado em comunhão conosco encarnando-se? E justamente por isso, passou por todas idades da vida, conferindo a todos os homens a comunhão com Deus. (...) Como pela desobediência de um só homem, que foi o primeiro e modelado da terra virgem, muitos foram constituídos pecadores e perderam a vida, assim pela obediência de um só homem, que foi o primeiro e nasceu da Virgem, muitos foram justificados e receberam a salvação. Portanto o Verbo de Deus se fez carne, como diz Moisés: A obra de Deus é veraz. Ora, se ele não tivesse realmente assumido a carne, mas somente a aparência, a sua obra não seria veraz. Mas apareceu o que era na realidade: o Deus que recaptulava em si a modelagem antiga, o homem, para destruir o pecado, abolir a morte e vivificar o homem; por isso, a sua obra é veraz” (IRINEU, CH. 3.18.2,6,7).
Em sua grande obra Contra as Heresias, podemos ver que Irineu desenvolve uma doutrina chamada de “recapitulação”. Esta doutrina está inserida em sua visão histórica do homem e do mundo, que se orientam para Cristo. Em Cristo todas as coisas são recapituladas ou reassumidas, ou seja, tudo o que foi começado em Adão é reassumido em Cristo e o mundo é o ambiente no qual se desenrola esta história.
Para entender melhor esse termo, devemos lembrar que a lei se resume no preceito do amor (Rm 13: 9). Isso significa que o amor recapitula em si mesmo todas as leis do Antigo Testamento de tal forma que, aquele que vive na prática do amor, realiza tudo o que foi preceituado, levando-o à plenitude. O termo significa, portanto, “resumir”, mas com a conotação de “levar à plenitude”. Em Efésios 1: 10 lemos que Cristo vai congregar “em si todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus quanto as que estão na terra”. Eis aqui o desígnio de Deus no que diz respeito à plenitude dos tempos. Conforme afirma Figueiredo, “Cristo restaura a unidade do plano de Deus, reunindo em si judeus e gentios, escravos e livres, e assumindo os poderes cósmicos. Tudo retorna a Ele como o ponto de harmonia de todo o universo” (FIGUEIREDO, 1986, p. 140).
É importante perceber que o termo grego para “recapitulação” (anakefalaiôsis) traz consigo o sentido de primado, ou seja, em Cristo – que é o Senhor do universo -, tudo encontra sua razão de ser, sua unidade e seu verdadeiro sentido. Segundo comenta Helcion Ribeiro, à nota 203 presente no texto de Irineu (3.18.1), ele assim assevera que “A doutrina da recapitulação, tomada de Ef 1,20, reafirma que Cristo encarnando-se fez-se cabeça, concentrou em si, re-capitulou na sua pessoa toda a criação. Antes do pecado, tudo estava harmoniosamente dirigido para Deus. Agora Cristo, representando individual e coletivamente a criação toda, restabelece por sua imortalidade a incorruptibilidade, a harmonia universal – que atingirá sua plenitude na ressurreição e na visão de Deus”.
Comentando a visão soteriológica de Irineu, assim se expressa Paul Tillich: “Irineu chamava a salvação de anakephalaiosis (recapitulação). Em latim se lia recapitulatio. Referia-se a Efésios 1.10 que dizia que todas as coisas no céu e na terra se reuniam em Cristo. Irineu construiu a sua ideia de história da salvação a partir daí. Queria dizer que o desenvolvimento partido em Adão resumia-se em Cristo e nele se realizava plenamente. A nova humanidade começava em Cristo. Em Cristo, finalmente, se alcançava o que a humanidade tinha de ser e que não chegara a ser por causa de Adão. Entretanto, essa plenitude não se referia apenas a humanidade, mas também ao cosmos. Para realizar tudo isso Cristo teve que participar da natureza de Adão. Dessa forma, Cristo é o começo dos vivos enquanto Adão é o início dos mortos. Mas Adão se cumpre em Cristo; querendo dizer que Cristo é o homem essencial e Adão o homem que deveria ter sido esse ser pleno e não foi. (p. 54). Para citar o próprio Irineu, “Devido a Seu amor imensurável, (...) Ele se tornou aquilo que somos, a fim de possibilitar que nos ternemos aquilo que Ele é” (IRINEU, In KELLY, 1994, p. 128).
Segundo o pensamento de Tillich, esta reflexão feita por Irineu era surpreendentemente mais profunda do que a teologia popular do século XIX. Segundo seu pensamento, Irineu pensou com profundidade sua teologia assim como a adequação ao paradoxo do cristianismo, sem se tornar irracional, idiota ou absurdo.
Mas, afinal, qual seria o papel da cruz em sua soteriologia? Para responder a essa questão, precisamos compreender que a leitura hermenêutica que Irineu possuía o fazia enfocar a realidade divina a partir de dois prismas diferentes. De um lado, ele observada o seu aspecto metafísico e teorético, procurando examinar o próprio “ser” intrínseco da divindade. Mas, do outro, ele procurava compreender a “economia” da salvação, ou seja, como Deus se manifestava no processo ordenado de sua auto-revelação. A partir do primeiro ponto de vista, afirma Kelly (1994, p. 77, 78) “Deus é o Pai de todas as coisas, inefavelmente uno, contendo em Si, ao mesmo tempo, desde toda eternidade, Sua Palavra e Sua Sabedoria. Entretanto, ao Se fazer conhecer ou participar pessoalmente da criação e redenção, Deus extrapola ou as manifesta; na condição de Filho e de Espírito, Eles são Suas ‘mãos’, os veículos ou formas de Sua auto-revelação. Assim, Irineu podia afirmar que ‘pela própria essência e natureza de Seu ser existe um só Deus’, ao mesmo tempo em que ‘de acordo com a economia de nossa redenção, existem tanto o Pai quanto o Filho’”. A partir dessa realidade dual, é possível se aproximar de sua soteriologia e perceber que, se de um lado existe um aspecto mais metafísico associado à anakefalaiôsis, no qual a salvação está muito associada à encarnação, e do outro, existe a leitura econômica que se centra no que ocorreu com Cristo, na cruz.
Em Irineu percebemos um exemplo da teoria que ficaria conhecida como “teoria ‘física’ da expiação”. Por esta teoria, toda a humanidade estava presente em Adão e em sua queda, mas, recebeu a oportunidade de ter um novo começo por meio de Cristo, o segundo Adão. Se, pela desobediência do primeiro Adão o pecado e a morte foram introduzidos no mundo, pela obediência do segundo Adão, Deus nos dá a vida e a imortalidade. Para muitos defensores dessa teoria, a redenção é o resultado da própria encarnação. No entanto, parece que essa não uma verdade que se possa abraçar com rapidez. No mínimo, o que podemos dizer é que a encarnação é uma pressuposição da redenção. E as razões são bem claras. Em primeiro lugar, afirma Kelly (1994, p. 130), Irineu deixa claro que “Cristo nos redimiu com Seu sangue e, ao empregar as figuras de nossa escravidão sob o diabo, ele pode falar do sangue do Salvador como nosso resgate. (...) Em segundo lugar, e isso é mais importante, ele enfatiza que, se a essência do pecado de Adão foi a desobediência, a obediência de Cristo era indispensável; (...) Por isso, ele ressalta, como exemplo de obediência firme e decidida a resistência de Cristo às tentações que lhe foram lançadas pelo diabo (...). a fim de demonstrar tal obediência, o segundo Adão teve de passar por todas as etapas da vida, sem excluir a própria morte. Analisadas sob este prisma, Sua paixão e crucificação encaixam-se perfeitamente, pois, ‘ao destruir a desobediência do homem, realizada primeiramente na árvore, Ele Se tornou obediente até a morte, e morte de cruz, curando a desobediência ocorrida na árvore pela obediência numa árvore’”. Além disso, existem inúmeras passagens na obra de Irineu que afirmam ser a morte de Cristo o instrumento de nossa reconciliação com Deus, a nossa propiciação junto ao Pai, e o oferecimento de um sacrifício para a nossa redenção. O que estamos pretendendo fazer é unir a teoria da recapitulação à da expiação na cruz, entendendo que no madeiro, ou seja, por sua paixão e morte sacrificial, Jesus expressou sua suprema 
e necessária obediência à Deus.
Para concluir, é importante dizer que Irineu não é um teólogo especulativo. Na realidade, afirmam Altaner e Stuiber: ele “Contentava-se, em geral, com expor os argumentos básicos das Sagradas Escrituras para a pregação da fé cristã” (ALTANER; STUIBER, 1988, p. 123, 124). Ao dizer isso, o que se está procurando afirmar é que seu trato da doutrina teve como base a argumentação bíblica e a apologia, o que, necessariamente, o fazia atuar mais voltado para a retórica do que, propriamente, para a especulação. Para ele, a redenção tinha que ser algo real, e não constituía apenas na comunicação de uma gnose.


Referências bibliográficas:


ALTANER, B.; STUIBER, A. Patrologia. São Paulo: Edições Paulinas, 1988
FIGUEIREDO, Dom Fernando Antônio. Curso de Teologia Patrística. Vol 1: A vida da igreja primitiva. Petrópolis: Vozes, 1986
HAIGHT, Roger. Jesus: símbolo de Deus. São Paulo: Paulinas, 2003
IRINEU, Contra as Heresias. São Paulo: Paulus, 1995
KELLY, J.N.D. Doutrinas centrais da fé cristã: origem e desenvolvimento. São Paulo: Vida Nova, 1994
TILLICH, Paul. História do pensamento cristão. s/l: ASTE, s/d.

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Sobre Irineu não sabemos muito. Em geral, costuma-se identificar seu nascimento com a cidade de Esmirna (140 d.C.). Ainda criança, Irineu conheceu o bispo Policarpo, que fora discípulo do apóstolo João, e que seria martirizado em 156 d.C. Sua proximidade com os apóstolos acabaram por fazer com que fosse chamado de vir apostolicus.
Quando regressou de Roma, Irineu foi eleito bispo pelo povo de Lion e sucedeu Potilo, que morrera em razão dos maus tratos que recebera na prisão, estando com 90 anos. Será durante os anos 180 e 193 que Irineu escreverá suas duas obras conhecidas. Embora ele tenha se notabilizado por reanimar sua igreja recém saída da perseguição, ele entraria para a história por causa de sua refutação radical do gnosticismo, estabelecendo as bases para os futuros combates contra as heresias.
Sobre sua morte nada sabemos com certeza. Da época de Jerônimo, recebemos uma tradição que afirma ter ele sido martirizado por heréticos no ano 200, quando já contava com cerca de 70 anos de vida. Outra tradição dá conte de que ele teria morrido em torno do ano 202 quando de um massacre geral de cristãos em Lion, efetuado por Sétimo Severo. Não sabemos ao certo o que ocorreu, mas a igreja celebra a memória desse mártir e defensor da fé, no dia 28 de junho.
Quanto à sua soteriologia, quando lemos sua obra, imediatamente nos damos conta de que ela é bastante elaborada. No entanto, o que é mais marcante em sua soteriologia é que ela, apesar de muito bem elaborada, manifestava uma marcante dependência com os textos neutestamentários.
Com base na obra de Irineu, no que diz respeito à soteriologia, descobrimos que, para ele, “a verdadeira salvação opera-se pela encarnação do Verbo em Jesus Cristo. O Verbo preexistente torna-se o segundo e novo Adão, a nova fonte arquétipo da nova estirpe de seres humanos salva na história. Basicamente, ele salva ao viver uma plena existência humana; faz o que Adão deveria ter feito” (HAIGHT, 2003, p. 256).
Ao observarmos a obra de Irineu, pensando sobre o “como” ocorre a salvação do homem, descobrimos que ela se dá em três momentos bem definidos. Primeiro, ela ocorre com a encarnação do Filho, ou seja, quando o Logos assume para si uma realidade plenamente humana que envolve, inclusive, o corpo e todas as consequências advindas da condição humana. Esta é uma realidade de humilhação ou kenótica.
O segundo momento em que podemos identificar o “como” somos salvos pelo Filho, ocorre na vivência do ciclo vital. Jesus, nasceu e cresceu normalmente até atingir à idade adulta. Ao fazer isso, Ele santifica todos os aspectos da vida humana. Citando o próprio Irineu, “Eles não entendem que o Verbo Unigênito de Deus, sempre achegado ao gênero humano, que se uniu intimamente à sua obra pelo beneplácito do Pai, e se fez carne, outro não é senão Jesus Cristo nosso Senhor, que por nós sofreu, ressuscitou e voltará, na glória do Pai, para ressuscitar todo homem, revelar a salvação e aplicar a regra do justo juízo a todos os que estão submetidos ao seu poder. Portanto, existe um só Deus Pai, como dissemos, e um só Jesus Cristo, nosso Senhor, que torna presente por meio de toda a economia e recapitula em si todas as coisas. Neste ‘todas as coisas’ está incluído o homem, criatura de Deus, e recapitulando em si também o homem, de invisível que era tornou-se visível, de incompreensível, inteligível, de impassível, passível, de Verbo, homem. Recapitulou todas as coisas em si para que ele, que como Verbo de Deus tem a primazia entre os seres celestes, espirituais e invisíveis, a tivesse também entre os seres visíveis e corporais, e para que, ao assumir em si esta primazia e ao tornar-se cabeça da Igreja atraísse a si todas as coisas, no tempo oportuno (IRINEU, CH. 3.16,6).
O terceiro momento que revela o “como” Jesus nos salva, pode ser identificado com a palavra santificação. Como assevera Haight tratando do assunto, essa santificação “perfaz-se por absoluta obediência à vontade de Deus, que, por um lado, reverte a desobediência de Adão e, por outro, repele as investidas e as tentações de Satanás em favor da desobediência” (HAIGHT, 2003, p. 256, 257). Na obra de Irineu, aprendemos que a obediência é um elemento fundamental na economia da salvação porque é ela que nos faz reverter toda a nossa propensão ao pecado, bem assim, toda a desobediência da história. Vejamos, mais uma vez, a manifestação de Irineu acerca desse assunto: “Sendo impossível ao homem, vencido e decaído pela desobediência, reformar-se e conquistar a palma da vitória, e, por outro lado, por estar em poder do pecado, obter a salvação, o Filho, Verbo de Deus, operou ambas as coisas: ele, que era o Verbo de Deus, desceu de junto do Pai, encarnou-se, rebaixou-se até a morte e assim atuou perfeitamente a economia da nossa salvação. (...) Mas como nosso Senhor é o único verdadeiro Mestre, o Filho de Deus, verdadeiramente bom, suportou o sofrimento, ele, o Verbo de Deus, feito Filho do homem. Ele lutou e venceu: era o homem que combatia pelos pais, pagando a desobediência pela obediência; amarrou o forte e libertou o fraco e deu a salvação à obra modelada por ele, destruindo o pecado. Porque o Senhor é cheio de misericórdia e compaixão e ama o gênero humano. Aproximou-se e reuniu, como dissemos, o homem a Deus. Se um homem não tivesse vencido o inimigo do homem a vitória não seria justa; por outro lado, se a salvação não tivesse vindo de Deus, não a teríamos de maneira segura; e se o homem não estivesse unido a Deus não poderia participar da incorruptibilidade. Era necessário, portanto, que o Mediador entre Deus e os homens, pelo parentesco entre as duas partes, reestabelecesse a amizade e a concórdia, procurando que Deus acolhesse o homem e o homem se entregasse a Deus. De fato, como poderíamos participar da filiação adotiva de Deus se não tivéssemos recebido a comunhão com ele por meio do Filho, se o Verbo não tivesse entrado em comunhão conosco encarnando-se? E justamente por isso, passou por todas idades da vida, conferindo a todos os homens a comunhão com Deus. (...) Como pela desobediência de um só homem, que foi o primeiro e modelado da terra virgem, muitos foram constituídos pecadores e perderam a vida, assim pela obediência de um só homem, que foi o primeiro e nasceu da Virgem, muitos foram justificados e receberam a salvação. Portanto o Verbo de Deus se fez carne, como diz Moisés: A obra de Deus é veraz. Ora, se ele não tivesse realmente assumido a carne, mas somente a aparência, a sua obra não seria veraz. Mas apareceu o que era na realidade: o Deus que recaptulava em si a modelagem antiga, o homem, para destruir o pecado, abolir a morte e vivificar o homem; por isso, a sua obra é veraz” (IRINEU, CH. 3.18.2,6,7).
Em sua grande obra Contra as Heresias, podemos ver que Irineu desenvolve uma doutrina chamada de “recapitulação”. Esta doutrina está inserida em sua visão histórica do homem e do mundo, que se orientam para Cristo. Em Cristo todas as coisas são recapituladas ou reassumidas, ou seja, tudo o que foi começado em Adão é reassumido em Cristo e o mundo é o ambiente no qual se desenrola esta história.
Para entender melhor esse termo, devemos lembrar que a lei se resume no preceito do amor (Rm 13: 9). Isso significa que o amor recapitula em si mesmo todas as leis do Antigo Testamento de tal forma que, aquele que vive na prática do amor, realiza tudo o que foi preceituado, levando-o à plenitude. O termo significa, portanto, “resumir”, mas com a conotação de “levar à plenitude”. Em Efésios 1: 10 lemos que Cristo vai congregar “em si todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus quanto as que estão na terra”. Eis aqui o desígnio de Deus no que diz respeito à plenitude dos tempos. Conforme afirma Figueiredo, “Cristo restaura a unidade do plano de Deus, reunindo em si judeus e gentios, escravos e livres, e assumindo os poderes cósmicos. Tudo retorna a Ele como o ponto de harmonia de todo o universo” (FIGUEIREDO, 1986, p. 140).
É importante perceber que o termo grego para “recapitulação” (anakefalaiôsis) traz consigo o sentido de primado, ou seja, em Cristo – que é o Senhor do universo -, tudo encontra sua razão de ser, sua unidade e seu verdadeiro sentido. Segundo comenta Helcion Ribeiro, à nota 203 presente no texto de Irineu (3.18.1), ele assim assevera que “A doutrina da recapitulação, tomada de Ef 1,20, reafirma que Cristo encarnando-se fez-se cabeça, concentrou em si, re-capitulou na sua pessoa toda a criação. Antes do pecado, tudo estava harmoniosamente dirigido para Deus. Agora Cristo, representando individual e coletivamente a criação toda, restabelece por sua imortalidade a incorruptibilidade, a harmonia universal – que atingirá sua plenitude na ressurreição e na visão de Deus”.
Comentando a visão soteriológica de Irineu, assim se expressa Paul Tillich: “Irineu chamava a salvação de anakephalaiosis (recapitulação). Em latim se lia recapitulatio. Referia-se a Efésios 1.10 que dizia que todas as coisas no céu e na terra se reuniam em Cristo. Irineu construiu a sua ideia de história da salvação a partir daí. Queria dizer que o desenvolvimento partido em Adão resumia-se em Cristo e nele se realizava plenamente. A nova humanidade começava em Cristo. Em Cristo, finalmente, se alcançava o que a humanidade tinha de ser e que não chegara a ser por causa de Adão. Entretanto, essa plenitude não se referia apenas a humanidade, mas também ao cosmos. Para realizar tudo isso Cristo teve que participar da natureza de Adão. Dessa forma, Cristo é o começo dos vivos enquanto Adão é o início dos mortos. Mas Adão se cumpre em Cristo; querendo dizer que Cristo é o homem essencial e Adão o homem que deveria ter sido esse ser pleno e não foi. (p. 54). Para citar o próprio Irineu, “Devido a Seu amor imensurável, (...) Ele se tornou aquilo que somos, a fim de possibilitar que nos ternemos aquilo que Ele é” (IRINEU, In KELLY, 1994, p. 128).
Segundo o pensamento de Tillich, esta reflexão feita por Irineu era surpreendentemente mais profunda do que a teologia popular do século XIX. Segundo seu pensamento, Irineu pensou com profundidade sua teologia assim como a adequação ao paradoxo do cristianismo, sem se tornar irracional, idiota ou absurdo.
Mas, afinal, qual seria o papel da cruz em sua soteriologia? Para responder a essa questão, precisamos compreender que a leitura hermenêutica que Irineu possuía o fazia enfocar a realidade divina a partir de dois prismas diferentes. De um lado, ele observada o seu aspecto metafísico e teorético, procurando examinar o próprio “ser” intrínseco da divindade. Mas, do outro, ele procurava compreender a “economia” da salvação, ou seja, como Deus se manifestava no processo ordenado de sua auto-revelação. A partir do primeiro ponto de vista, afirma Kelly (1994, p. 77, 78) “Deus é o Pai de todas as coisas, inefavelmente uno, contendo em Si, ao mesmo tempo, desde toda eternidade, Sua Palavra e Sua Sabedoria. Entretanto, ao Se fazer conhecer ou participar pessoalmente da criação e redenção, Deus extrapola ou as manifesta; na condição de Filho e de Espírito, Eles são Suas ‘mãos’, os veículos ou formas de Sua auto-revelação. Assim, Irineu podia afirmar que ‘pela própria essência e natureza de Seu ser existe um só Deus’, ao mesmo tempo em que ‘de acordo com a economia de nossa redenção, existem tanto o Pai quanto o Filho’”. A partir dessa realidade dual, é possível se aproximar de sua soteriologia e perceber que, se de um lado existe um aspecto mais metafísico associado à anakefalaiôsis, no qual a salvação está muito associada à encarnação, e do outro, existe a leitura econômica que se centra no que ocorreu com Cristo, na cruz.
Em Irineu percebemos um exemplo da teoria que ficaria conhecida como “teoria ‘física’ da expiação”. Por esta teoria, toda a humanidade estava presente em Adão e em sua queda, mas, recebeu a oportunidade de ter um novo começo por meio de Cristo, o segundo Adão. Se, pela desobediência do primeiro Adão o pecado e a morte foram introduzidos no mundo, pela obediência do segundo Adão, Deus nos dá a vida e a imortalidade. Para muitos defensores dessa teoria, a redenção é o resultado da própria encarnação. No entanto, parece que essa não uma verdade que se possa abraçar com rapidez. No mínimo, o que podemos dizer é que a encarnação é uma pressuposição da redenção. E as razões são bem claras. Em primeiro lugar, afirma Kelly (1994, p. 130), Irineu deixa claro que “Cristo nos redimiu com Seu sangue e, ao empregar as figuras de nossa escravidão sob o diabo, ele pode falar do sangue do Salvador como nosso resgate. (...) Em segundo lugar, e isso é mais importante, ele enfatiza que, se a essência do pecado de Adão foi a desobediência, a obediência de Cristo era indispensável; (...) Por isso, ele ressalta, como exemplo de obediência firme e decidida a resistência de Cristo às tentações que lhe foram lançadas pelo diabo (...). a fim de demonstrar tal obediência, o segundo Adão teve de passar por todas as etapas da vida, sem excluir a própria morte. Analisadas sob este prisma, Sua paixão e crucificação encaixam-se perfeitamente, pois, ‘ao destruir a desobediência do homem, realizada primeiramente na árvore, Ele Se tornou obediente até a morte, e morte de cruz, curando a desobediência ocorrida na árvore pela obediência numa árvore’”. Além disso, existem inúmeras passagens na obra de Irineu que afirmam ser a morte de Cristo o instrumento de nossa reconciliação com Deus, a nossa propiciação junto ao Pai, e o oferecimento de um sacrifício para a nossa redenção. O que estamos pretendendo fazer é unir a teoria da recapitulação à da expiação na cruz, entendendo que no madeiro, ou seja, por sua paixão e morte sacrificial, Jesus expressou sua suprema 
e necessária obediência à Deus.
Para concluir, é importante dizer que Irineu não é um teólogo especulativo. Na realidade, afirmam Altaner e Stuiber: ele “Contentava-se, em geral, com expor os argumentos básicos das Sagradas Escrituras para a pregação da fé cristã” (ALTANER; STUIBER, 1988, p. 123, 124). Ao dizer isso, o que se está procurando afirmar é que seu trato da doutrina teve como base a argumentação bíblica e a apologia, o que, necessariamente, o fazia atuar mais voltado para a retórica do que, propriamente, para a especulação. Para ele, a redenção tinha que ser algo real, e não constituía apenas na comunicação de uma gnose.


Referências bibliográficas:


ALTANER, B.; STUIBER, A. Patrologia. São Paulo: Edições Paulinas, 1988
FIGUEIREDO, Dom Fernando Antônio. Curso de Teologia Patrística. Vol 1: A vida da igreja primitiva. Petrópolis: Vozes, 1986
HAIGHT, Roger. Jesus: símbolo de Deus. São Paulo: Paulinas, 2003
IRINEU, Contra as Heresias. São Paulo: Paulus, 1995
KELLY, J.N.D. Doutrinas centrais da fé cristã: origem e desenvolvimento. São Paulo: Vida Nova, 1994
TILLICH, Paul. História do pensamento cristão. s/l: ASTE, s/d.

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sexta-feira

Patrística: A Soterologia de S. Irineu de Lião



Reverendo Jorge Aquino

Durante o ano 16º do Imperador romano Antônio Vero (177 d.C.), muitos cristãos foram aprisionados na região da Gália, especialmente em Lion e Viena, em face de uma grande perseguição religiosa. Durante esse momento difícil, na região da Frígia, estavam surgindo alguns seguidores de Montano (os montanistas) apregoando um retorno iminente de Jesus a terra. Esse movimento ficou conhecido pela presença de muitos “sinais”, “maravilhas” e carismas - dentre os quais a profecia – experienciados por muitos. Essa realidade inquietou deveras a igreja cristã. Como consequência, alguns cristãos prisioneiros em Lion, discordando do que estava acontecendo, escreveram cartas aos irmãos da Ásia e da Frígia, bem assim a Eleutério, bispo de Roma, procurando pacificar a igreja de Deus. Ao que sabemos, essas cartas foram enviadas por meio de Irineu ao bispo de Roma.
Sobre Irineu não sabemos muito. Em geral, costuma-se identificar seu nascimento com a cidade de Esmirna (140 d.C.). Ainda criança, Irineu conheceu o bispo Policarpo, que fora discípulo do apóstolo João, e que seria martirizado em 156 d.C. Sua proximidade com os apóstolos acabaram por fazer com que fosse chamado de vir apostolicus.
Quando regressou de Roma, Irineu foi eleito bispo pelo povo de Lion e sucedeu Potilo, que morrera em razão dos maus tratos que recebera na prisão, estando com 90 anos. Será durante os anos 180 e 193 que Irineu escreverá suas duas obras conhecidas. Embora ele tenha se notabilizado por reanimar sua igreja recém saída da perseguição, ele entraria para a história por causa de sua refutação radical do gnosticismo, estabelecendo as bases para os futuros combates contra as heresias.
Sobre sua morte nada sabemos com certeza. Da época de Jerônimo, recebemos uma tradição que afirma ter ele sido martirizado por heréticos no ano 200, quando já contava com cerca de 70 anos de vida. Outra tradição dá conte de que ele teria morrido em torno do ano 202 quando de um massacre geral de cristãos em Lion, efetuado por Sétimo Severo. Não sabemos ao certo o que ocorreu, mas a igreja celebra a memória desse mártir e defensor da fé, no dia 28 de junho.
Quanto à sua soteriologia, quando lemos sua obra, imediatamente nos damos conta de que ela é bastante elaborada. No entanto, o que é mais marcante em sua soteriologia é que ela, apesar de muito bem elaborada, manifestava uma marcante dependência com os textos neutestamentários.
Com base na obra de Irineu, no que diz respeito à soteriologia, descobrimos que, para ele, “a verdadeira salvação opera-se pela encarnação do Verbo em Jesus Cristo. O Verbo preexistente torna-se o segundo e novo Adão, a nova fonte arquétipo da nova estirpe de seres humanos salva na história. Basicamente, ele salva ao viver uma plena existência humana; faz o que Adão deveria ter feito” (HAIGHT, 2003, p. 256).
Ao observarmos a obra de Irineu, pensando sobre o “como” ocorre a salvação do homem, descobrimos que ela se dá em três momentos bem definidos. Primeiro, ela ocorre com a encarnação do Filho, ou seja, quando o Logos assume para si uma realidade plenamente humana que envolve, inclusive, o corpo e todas as consequências advindas da condição humana. Esta é uma realidade de humilhação ou kenótica.
O segundo momento em que podemos identificar o “como” somos salvos pelo Filho, ocorre na vivência do ciclo vital. Jesus, nasceu e cresceu normalmente até atingir à idade adulta. Ao fazer isso, Ele santifica todos os aspectos da vida humana. Citando o próprio Irineu, “Eles não entendem que o Verbo Unigênito de Deus, sempre achegado ao gênero humano, que se uniu intimamente à sua obra pelo beneplácito do Pai, e se fez carne, outro não é senão Jesus Cristo nosso Senhor, que por nós sofreu, ressuscitou e voltará, na glória do Pai, para ressuscitar todo homem, revelar a salvação e aplicar a regra do justo juízo a todos os que estão submetidos ao seu poder. Portanto, existe um só Deus Pai, como dissemos, e um só Jesus Cristo, nosso Senhor, que torna presente por meio de toda a economia e recapitula em si todas as coisas. Neste ‘todas as coisas’ está incluído o homem, criatura de Deus, e recapitulando em si também o homem, de invisível que era tornou-se visível, de incompreensível, inteligível, de impassível, passível, de Verbo, homem. Recapitulou todas as coisas em si para que ele, que como Verbo de Deus tem a primazia entre os seres celestes, espirituais e invisíveis, a tivesse também entre os seres visíveis e corporais, e para que, ao assumir em si esta primazia e ao tornar-se cabeça da Igreja atraísse a si todas as coisas, no tempo oportuno (IRINEU, CH. 3.16,6).
O terceiro momento que revela o “como” Jesus nos salva, pode ser identificado com a palavra santificação. Como assevera Haight tratando do assunto, essa santificação “perfaz-se por absoluta obediência à vontade de Deus, que, por um lado, reverte a desobediência de Adão e, por outro, repele as investidas e as tentações de Satanás em favor da desobediência” (HAIGHT, 2003, p. 256, 257). Na obra de Irineu, aprendemos que a obediência é um elemento fundamental na economia da salvação porque é ela que nos faz reverter toda a nossa propensão ao pecado, bem assim, toda a desobediência da história. Vejamos, mais uma vez, a manifestação de Irineu acerca desse assunto: “Sendo impossível ao homem, vencido e decaído pela desobediência, reformar-se e conquistar a palma da vitória, e, por outro lado, por estar em poder do pecado, obter a salvação, o Filho, Verbo de Deus, operou ambas as coisas: ele, que era o Verbo de Deus, desceu de junto do Pai, encarnou-se, rebaixou-se até a morte e assim atuou perfeitamente a economia da nossa salvação. (...) Mas como nosso Senhor é o único verdadeiro Mestre, o Filho de Deus, verdadeiramente bom, suportou o sofrimento, ele, o Verbo de Deus, feito Filho do homem. Ele lutou e venceu: era o homem que combatia pelos pais, pagando a desobediência pela obediência; amarrou o forte e libertou o fraco e deu a salvação à obra modelada por ele, destruindo o pecado. Porque o Senhor é cheio de misericórdia e compaixão e ama o gênero humano. Aproximou-se e reuniu, como dissemos, o homem a Deus. Se um homem não tivesse vencido o inimigo do homem a vitória não seria justa; por outro lado, se a salvação não tivesse vindo de Deus, não a teríamos de maneira segura; e se o homem não estivesse unido a Deus não poderia participar da incorruptibilidade. Era necessário, portanto, que o Mediador entre Deus e os homens, pelo parentesco entre as duas partes, reestabelecesse a amizade e a concórdia, procurando que Deus acolhesse o homem e o homem se entregasse a Deus. De fato, como poderíamos participar da filiação adotiva de Deus se não tivéssemos recebido a comunhão com ele por meio do Filho, se o Verbo não tivesse entrado em comunhão conosco encarnando-se? E justamente por isso, passou por todas idades da vida, conferindo a todos os homens a comunhão com Deus. (...) Como pela desobediência de um só homem, que foi o primeiro e modelado da terra virgem, muitos foram constituídos pecadores e perderam a vida, assim pela obediência de um só homem, que foi o primeiro e nasceu da Virgem, muitos foram justificados e receberam a salvação. Portanto o Verbo de Deus se fez carne, como diz Moisés: A obra de Deus é veraz. Ora, se ele não tivesse realmente assumido a carne, mas somente a aparência, a sua obra não seria veraz. Mas apareceu o que era na realidade: o Deus que recaptulava em si a modelagem antiga, o homem, para destruir o pecado, abolir a morte e vivificar o homem; por isso, a sua obra é veraz” (IRINEU, CH. 3.18.2,6,7).
Em sua grande obra Contra as Heresias, podemos ver que Irineu desenvolve uma doutrina chamada de “recapitulação”. Esta doutrina está inserida em sua visão histórica do homem e do mundo, que se orientam para Cristo. Em Cristo todas as coisas são recapituladas ou reassumidas, ou seja, tudo o que foi começado em Adão é reassumido em Cristo e o mundo é o ambiente no qual se desenrola esta história.
Para entender melhor esse termo, devemos lembrar que a lei se resume no preceito do amor (Rm 13: 9). Isso significa que o amor recapitula em si mesmo todas as leis do Antigo Testamento de tal forma que, aquele que vive na prática do amor, realiza tudo o que foi preceituado, levando-o à plenitude. O termo significa, portanto, “resumir”, mas com a conotação de “levar à plenitude”. Em Efésios 1: 10 lemos que Cristo vai congregar “em si todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus quanto as que estão na terra”. Eis aqui o desígnio de Deus no que diz respeito à plenitude dos tempos. Conforme afirma Figueiredo, “Cristo restaura a unidade do plano de Deus, reunindo em si judeus e gentios, escravos e livres, e assumindo os poderes cósmicos. Tudo retorna a Ele como o ponto de harmonia de todo o universo” (FIGUEIREDO, 1986, p. 140).
É importante perceber que o termo grego para “recapitulação” (anakefalaiôsis) traz consigo o sentido de primado, ou seja, em Cristo – que é o Senhor do universo -, tudo encontra sua razão de ser, sua unidade e seu verdadeiro sentido. Segundo comenta Helcion Ribeiro, à nota 203 presente no texto de Irineu (3.18.1), ele assim assevera que “A doutrina da recapitulação, tomada de Ef 1,20, reafirma que Cristo encarnando-se fez-se cabeça, concentrou em si, re-capitulou na sua pessoa toda a criação. Antes do pecado, tudo estava harmoniosamente dirigido para Deus. Agora Cristo, representando individual e coletivamente a criação toda, restabelece por sua imortalidade a incorruptibilidade, a harmonia universal – que atingirá sua plenitude na ressurreição e na visão de Deus”.
Comentando a visão soteriológica de Irineu, assim se expressa Paul Tillich: “Irineu chamava a salvação de anakephalaiosis (recapitulação). Em latim se lia recapitulatio. Referia-se a Efésios 1.10 que dizia que todas as coisas no céu e na terra se reuniam em Cristo. Irineu construiu a sua ideia de história da salvação a partir daí. Queria dizer que o desenvolvimento partido em Adão resumia-se em Cristo e nele se realizava plenamente. A nova humanidade começava em Cristo. Em Cristo, finalmente, se alcançava o que a humanidade tinha de ser e que não chegara a ser por causa de Adão. Entretanto, essa plenitude não se referia apenas a humanidade, mas também ao cosmos. Para realizar tudo isso Cristo teve que participar da natureza de Adão. Dessa forma, Cristo é o começo dos vivos enquanto Adão é o início dos mortos. Mas Adão se cumpre em Cristo; querendo dizer que Cristo é o homem essencial e Adão o homem que deveria ter sido esse ser pleno e não foi. (p. 54). Para citar o próprio Irineu, “Devido a Seu amor imensurável, (...) Ele se tornou aquilo que somos, a fim de possibilitar que nos ternemos aquilo que Ele é” (IRINEU, In KELLY, 1994, p. 128).
Segundo o pensamento de Tillich, esta reflexão feita por Irineu era surpreendentemente mais profunda do que a teologia popular do século XIX. Segundo seu pensamento, Irineu pensou com profundidade sua teologia assim como a adequação ao paradoxo do cristianismo, sem se tornar irracional, idiota ou absurdo.
Mas, afinal, qual seria o papel da cruz em sua soteriologia? Para responder a essa questão, precisamos compreender que a leitura hermenêutica que Irineu possuía o fazia enfocar a realidade divina a partir de dois prismas diferentes. De um lado, ele observada o seu aspecto metafísico e teorético, procurando examinar o próprio “ser” intrínseco da divindade. Mas, do outro, ele procurava compreender a “economia” da salvação, ou seja, como Deus se manifestava no processo ordenado de sua auto-revelação. A partir do primeiro ponto de vista, afirma Kelly (1994, p. 77, 78) “Deus é o Pai de todas as coisas, inefavelmente uno, contendo em Si, ao mesmo tempo, desde toda eternidade, Sua Palavra e Sua Sabedoria. Entretanto, ao Se fazer conhecer ou participar pessoalmente da criação e redenção, Deus extrapola ou as manifesta; na condição de Filho e de Espírito, Eles são Suas ‘mãos’, os veículos ou formas de Sua auto-revelação. Assim, Irineu podia afirmar que ‘pela própria essência e natureza de Seu ser existe um só Deus’, ao mesmo tempo em que ‘de acordo com a economia de nossa redenção, existem tanto o Pai quanto o Filho’”. A partir dessa realidade dual, é possível se aproximar de sua soteriologia e perceber que, se de um lado existe um aspecto mais metafísico associado à anakefalaiôsis, no qual a salvação está muito associada à encarnação, e do outro, existe a leitura econômica que se centra no que ocorreu com Cristo, na cruz.
Em Irineu percebemos um exemplo da teoria que ficaria conhecida como “teoria ‘física’ da expiação”. Por esta teoria, toda a humanidade estava presente em Adão e em sua queda, mas, recebeu a oportunidade de ter um novo começo por meio de Cristo, o segundo Adão. Se, pela desobediência do primeiro Adão o pecado e a morte foram introduzidos no mundo, pela obediência do segundo Adão, Deus nos dá a vida e a imortalidade. Para muitos defensores dessa teoria, a redenção é o resultado da própria encarnação. No entanto, parece que essa não uma verdade que se possa abraçar com rapidez. No mínimo, o que podemos dizer é que a encarnação é uma pressuposição da redenção. E as razões são bem claras. Em primeiro lugar, afirma Kelly (1994, p. 130), Irineu deixa claro que “Cristo nos redimiu com Seu sangue e, ao empregar as figuras de nossa escravidão sob o diabo, ele pode falar do sangue do Salvador como nosso resgate. (...) Em segundo lugar, e isso é mais importante, ele enfatiza que, se a essência do pecado de Adão foi a desobediência, a obediência de Cristo era indispensável; (...) Por isso, ele ressalta, como exemplo de obediência firme e decidida a resistência de Cristo às tentações que lhe foram lançadas pelo diabo (...). a fim de demonstrar tal obediência, o segundo Adão teve de passar por todas as etapas da vida, sem excluir a própria morte. Analisadas sob este prisma, Sua paixão e crucificação encaixam-se perfeitamente, pois, ‘ao destruir a desobediência do homem, realizada primeiramente na árvore, Ele Se tornou obediente até a morte, e morte de cruz, curando a desobediência ocorrida na árvore pela obediência numa árvore’”. Além disso, existem inúmeras passagens na obra de Irineu que afirmam ser a morte de Cristo o instrumento de nossa reconciliação com Deus, a nossa propiciação junto ao Pai, e o oferecimento de um sacrifício para a nossa redenção. O que estamos pretendendo fazer é unir a teoria da recapitulação à da expiação na cruz, entendendo que no madeiro, ou seja, por sua paixão e morte sacrificial, Jesus expressou sua suprema 
e necessária obediência à Deus.
Para concluir, é importante dizer que Irineu não é um teólogo especulativo. Na realidade, afirmam Altaner e Stuiber: ele “Contentava-se, em geral, com expor os argumentos básicos das Sagradas Escrituras para a pregação da fé cristã” (ALTANER; STUIBER, 1988, p. 123, 124). Ao dizer isso, o que se está procurando afirmar é que seu trato da doutrina teve como base a argumentação bíblica e a apologia, o que, necessariamente, o fazia atuar mais voltado para a retórica do que, propriamente, para a especulação. Para ele, a redenção tinha que ser algo real, e não constituía apenas na comunicação de uma gnose.


Referências bibliográficas:


ALTANER, B.; STUIBER, A. Patrologia. São Paulo: Edições Paulinas, 1988
FIGUEIREDO, Dom Fernando Antônio. Curso de Teologia Patrística. Vol 1: A vida da igreja primitiva. Petrópolis: Vozes, 1986
HAIGHT, Roger. Jesus: símbolo de Deus. São Paulo: Paulinas, 2003
IRINEU, Contra as Heresias. São Paulo: Paulus, 1995
KELLY, J.N.D. Doutrinas centrais da fé cristã: origem e desenvolvimento. São Paulo: Vida Nova, 1994
TILLICH, Paul. História do pensamento cristão. s/l: ASTE, s/d.

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